25/06/2022

Artigo do mês #30 – junho 2022 | Efeitos das exigências fisiológicas nos comportamentos de pesquisa visual em situações de futebol 2v1+Gr

Nota prévia: O artigo científico alvo da presente síntese foi selecionado em função dos seguintes critérios: (1) publicado numa revista científica internacional com revisão de pares; (2) publicado no último trimestre; (3) associado a um tema que considere pertinente no âmbito das Ciências do Desporto.

 

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Autores: Casanova, F., Esteves, P. T., Padilha, M. B., Ribeiro, J., Williams, A. M., & Garganta, J.

País: Portugal

Data de publicação: 30-maio-2022

Título: The effects of physiological demands on visual search behaviours during 2 vs. 1 + GK game situations in football: An in-situ approach

Referência: Casanova, F., Esteves, P. T., Padilha, M. B., Ribeiro, J., Williams, A. M., & Garganta, J. (2022). The effects of physiological demands on visual search behaviours during 2 vs. 1 + GK game situations in football: An in-situ approach. Frontiers in Psychology, 13, 885765. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.885765

 

Figura 1. Informações editoriais do artigo do mês 30 – junho de 2022.

 

Apresentação do problema

O desenvolvimento de competências percetivo-cognitivas está associado a uma capacidade aumentada de identificar e utilizar informação ambiental na seleção e execução de ações apropriadas ao contexto (Marteniuk, 1976). Estas competências são influenciadas por diferentes constrangimentos que se interrelacionam durante a performance (Williams et al., 2004; Roca & Williams, 2016), tais como a carga mental e fisiológica, as exigências tático-técnicas da partida e as habilidades percetivo-cognitivas solicitadas. Em particular, os cientistas têm comprovado que as competências percetivo-cognitivas são influenciadas pela fadiga e pelas exigências do jogo, ainda que estas conclusões derivem exclusivamente de protocolos laboratoriais envolvendo simulações filmadas. 

Com este tipo de protocolo, Casanova e colaboradores (2013) verificaram a existência de alterações no comportamento de pesquisa visual dos jogadores com o aumento da carga de trabalho, designadamente à medida que o jogo se aproxima do seu final. Indivíduos de nível mais elevado fixaram significativamente mais localizações e recorreram a mais fixações de curta duração, em condições com e sem fadiga instalada, comparativamente a jogadores de nível mais baixo. Contudo, os jogadores, sobretudo os menos habilidosos, tendem a aumentar o tempo de busca visual necessário para recolher a informação relevante do contexto em condições de maior carga fisiológica. O mesmo significa referir que diferentes intensidades fisiológicas criam níveis distintos de stress e, consequentemente, de fadiga. As intensidades mais elevadas geram mais fadiga, o que reduz as performances tático-técnica e física no decurso da partida (Gandevia et al., 2001; Castillo et al., 2021). 

Na generalidade, os jogadores que exibem melhores performances em condições de stress manifestam a habilidade de adaptar a sua estratégia visual, alocando a atenção de forma mais efetiva na busca de informação relevante de suporte às ações subsequentes (Ward & Williams, 2003; Vickers, 2009). A questão-chave que necessita de ser colocada é a seguinte: como é que o aumento da intensidade de treino influencia o comportamento de pesquisa visual dos jogadores em situações in-situ (reais), em vez de se considerar a visualização de situações de jogo filmadas (simulações)? Os investigadores têm mencionado que a inclusão de informação específica do contexto de desempenho em tarefas experimentais dinâmicas e representativas pode ter um impacto mais substancial nos ciclos de perceção-ação, em comparação com tarefas fechadas e típicas de laboratório (Casanova et al., 2013; Dicks et al., 2013). Por isso, são necessários mais estudos para examinar se há diferenças nos comportamentos de busca visual observados no terreno (in-situ), relativamente a tarefas mais tradicionais, de laboratório. 

Este estudo de caso exploratório visou examinar os efeitos induzidos pela carga fisiológica (alta vs. baixa carga de trabalho) nos comportamentos de pesquisa visual durante situações de jogo in-situ 2v1+Gr (guarda-redes). Os autores também exploraram interações com o nível de habilidade dos jogadores, ao diferenciarem grupos de alta e baixa performance, com base numa avaliação previamente validada do desempenho tático. As expectativas iniciais previam que: (1) os jogadores utilizam diferentes estratégias de pesquisa visual em condições distintas de carga fisiológica; (2) os jogadores de nível mais elevado empregam menos fixações para menos localizações, comparativamente com o grupo menos hábil, em ambas as condições de carga fisiológica.

 

Métodos

Participantes: 22 jogadores seniores de futebol que cumpriram os seguintes critérios de inclusão: (i) jogar no nível profissional (Liga Portugal SABSEG – II Liga) ou no semiprofissional (Liga 3) e (ii) reportar níveis de função visual dentro da normalidade. Os jogadores eram defesas ou médios defensivos e foram separados em 2 grupos distintos, em função da performance tática defensiva evidenciada na situação 2v1+Gr, em condições de baixa intensidade: grupo de alta performance (n = 11; performance média = 61.08 ± 4.70 %) e grupo de baixa performance (n = 11; performance média = 53.29 ± 2.43 %). A performance tática foi medida através da eficiência dos jogadores no cumprimento dos princípios táticos defensivos do jogo de futebol (Teoldo et al., 2011). 

Tarefa experimental: consistiu em 12 tentativas envolvendo 1 guarda-redes e 3 jogadores de campo (i.e., 2v1+Gr). A subfase 2v1+Gr é considerada uma das situações mais prevalentes do jogo de futebol e decorreu num campo com as dimensões de 27x20m (comprimento x largura; ver figura 2). A situação foi disputada de forma livre e os participantes (defensores) foram avaliados pela proficiência das ações defensivas. Os 2 atacantes (II Liga) foram instruídos a atacar de forma veloz e rápida como se de uma partida oficial se tratasse. As tentativas iniciaram e finalizaram ao sinal do investigador, sendo cada tentativa dada por concluída quando (i) o defensor recuperou a posse de bola, (ii) um dos atacantes rematou à baliza ou (iii) foi assinalado fora de jogo ou falta.

 

Figura 2. Representação esquemática das tarefas experimentais (situação 2v1+Gr e teste intermitente de recuperação Yo-Yo, nível 2) e da disposição dos participantes e dos materiais (Casanova et al., 2022).

 

Procedimentos: antes da tarefa experimental, os jogadores aqueceram e foram-lhes colocados os óculos de registo do movimento do olho (Tobii Pro Glasses 2®, Estocolmo, Suécia; figura 3) e a banda de peito Suunto Ambit3 (Vantaa, Finlândia). Após calibração do sistema de registo do movimento do olho, executaram-se 3 tentativas para familiarização com a tarefa e com os materiais experimentais. O grupo que realizou a experiência em condições de baixa intensidade, cumpriu inicialmente o teste intermitente de recuperação Yo-Yo (nível 2) até atingir, no mínimo, 60% da frequência cardíaca máxima (FCmáx). O grupo que executou a experiência em condições de alta intensidade, realizou, em primeira instância, o mesmo procedimento físico até atingir, pelo menos, 90% da FCmáx. Ambos os grupos executaram as 12 tentativas da tarefa experimental após o teste físico e, em seguida, completaram as escalas para medir o esforço mental (rating scale for mental effort – RSME: 0 – sem qualquer esforço a 150 – extremamente puxado) e a perceção subjetiva de esforço (rate of perceived exertion – RPE; Borg, 1982: 6 – esforço mínimo a 20 – esforço máximo).

 

Figura 3. Tobii Pro Glasses 2® - óculos de registo de registo do movimento do olho (fonte: tobii.23video.com; imagem não publicada pelos autores).

 

Variáveis dependentes: os dados do comportamento de pesquisa visual foram analisados frame a frame a uma frequência de 50 Hz. A fixação foi defina como um período de, pelo menos, 100 ms em que o olho permaneceu estacionário dentro dos 0.5º de tolerância de movimento ocular (Vater et al., 2016). Os comportamentos de pesquisa visual foram analisados para obter a “taxa de pesquisa” e a “percentagem de tempo de visualização” (percentage of viewing time – %VT).

·      A taxa de pesquisa envolveu a medição de 3 variáveis: (i) número médio de fixações visuais (mean number of visual fixations – NF); a duração média de fixação em milissegundos (mean fixation duration – FD); e, número total de localizações fixadas (total number of fixation locations – NFL).

·      A percentagem de tempo de visualização foi definida como a proporção de tempo despendido a fixar uma de 7 áreas de interesse diferentes: (i) portador da bola (PlayerBall); (ii) espaço ao redor do portador da bola (SpacePlayer); (iii) espaço em frente ao portador da bola (SpaceFrontPlayer); (iv) bola (Ball); (v) espaço livre no campo (Space); (vi) outro oponente (AnotherOpponent); (vii) indefinido (categoria eliminada devido a frequência irrisória, < 1%). 

A fiabilidade intra e interobservador foi avaliada para mais de 25% do total de tentativas na situação 2v1+Gr e os valores foram superiores a 85% nas variáveis de pesquisa visual e a 90% na análise tática defensiva.

 

Análise estatística: a análise da distribuição dos dados foi cumprida através de testes Shapiro-Wilk. Foram corridas múltiplas ANOVAs fatoriais para examinar o impacto dos fatores nas medidas de performance (1: esforços mental e físico – RSME e RPE; 2: taxa de pesquisa visual – NF, NFL e FD), utilizando o grupo experimental (alta vs. baixa performance) como fator entre grupos e a condição de carga fisiológica (alta vs. baixa intensidade) como fator intra grupo. No caso da percentagem de tempo de visualização, foi conduzida uma ANOVA de 3 vias com o grupo experimental como fator entre grupos e a condição de intensidade e as áreas de interesse como fatores intra grupo. Os efeitos principais e de interação significativos foram seguidos recorrendo a comparações de pares de Bonferroni ajustadas ou testes post-hoc de Bonferroni. As dimensões de efeito foram averiguadas através dos valores de eta quadrado parcial (η2), considerando os seguintes valores de corte: 0.02, efeito pequeno; 0.13, efeito moderado; 0.26, efeito grande (Cohen, 1988). O valor de significância foi estabelecido nos 5% (p ≤ 0.05).

 

Principais resultados

 

·      Perceção subjetiva de esforço

Os jogadores reportaram valores mais elevados de esforço na condição de alta intensidade, comparativamente à condição de baixa intensidade. Enquanto o grupo de alta performance alcançou valores significativamente mais elevados nas escalas de esforço mental (RSME) e físico (Borg) na condição de alta intensidade, comparativamente à condição de baixa intensidade, o grupo de baixa performance apenas manifestou valores significativamente mais elevados na escala de Borg.

 

·      Taxa de pesquisa visual

Os jogadores do grupo de baixa performance aumentaram a duração média das fixações e reduziram o número de fixações e de localizações fixadas da condição de baixa carga fisiológica para a de alta carga fisiológica. Relativamente ao grupo de baixa performance, o grupo de alta performance empregou menos fixações para menos localizações na condição de baixa intensidade, mas aumentou significativamente a duração média das fixações. Na condição de alta carga fisiológica, a diferença entre os grupos restringiu-se à duração média das fixações, com valores significativamente mais elevados no grupo taticamente mais competente.

 

·      Percentagem de tempo de visualização

Os grupos experimentais demonstraram diferentes estratégias de pesquisa visual em relação às áreas de interesse predominantemente fixadas. Independentemente da condição de carga de trabalho, os defesas taticamente mais competentes despenderam mais tempo a fixar o “espaço em frente ao portador da bola” (SpaceFrontPlayer), seguido da “bola” (Ball) e de “outro oponente” (Another Opponent) (figura 4).

 

Figura 4. Percentagem média (%) de tempo despendido a fixar cada localização pelo grupo de alta performance defensiva, nas duas condições de trabalho (alta vs. baixa carga fisiolígica). * Diferenças significativas (p < 0.05) entre SpaceFrontPlayer, e Ball e AnotherOpponent, em ambas as condições de trabalho (Casanova et al., 2022).

 

Por sua vez, os jogadores do grupo de baixa competência defensiva passaram mais tempo a fixar o “espaço em frente ao portador da bola” (SpaceFrontPlayer), o “espaço ao redor do portador da bola” (SpacePlayer), relativamente à “bola” (Ball) e a “outro oponente” (Another Opponent), na condição de alta carga fisiológica (figura 5).

 

Figura 5. Percentagem média (%) de tempo despendido a fixar cada localização pelo grupo de baixa performance defensiva, nas duas condições de trabalho (alta vs. baixa carga fisiológica). ** Diferenças significativas (p < 0.05) entre SpacePlayer e SpaceFrontPlayer, e PlayerBall, Ball e AnotherOpponent, na condição de baixa carga fisiológica. + Diferenças significativas (p < 0.05) entre SpaceFrontPlayer e SpacePlayer, e Ball e AnotherOpponent, na condição de alta carga fisiológica (Casanova et al., 2022).

 

Aplicações práticas

Em primeiro lugar, parece que a carga fisiológica e a competência tática interagem sobre os comportamentos de pesquisa visual de jogadores profissionais de futebol. Em condições de fadiga tende a ocorrer um declínio da performance, diminuindo a habilidade para identificar informação relevante do contexto de jogo e suprimir dicas informacionais insignificantes. Neste sentido, pode não haver uma interconexão tão forte entre perceção subjetiva de esforço e o esforço mental imposto na tarefa em jogadores taticamente mais competentes. 

Além da intensidade do esforço, a complexidade da tarefa também pode ter um papel importante na magnitude da alteração dos comportamentos visuais dos jogadores. A tarefa proposta – “2v1+Gr” – apresenta uma dificuldade média (66.7%) e uma complexidade reduzida (4.5%), em relação à situação de jogo formal (Futebol 11). As diferenças entre os grupos (alta vs. baixa performance) sugerem que os jogadores taticamente mais competentes são mais seletivos na busca de informação em localizações mais pertinentes, sobretudo em circunstâncias de baixa carga fisiológica. Em tarefas mais complexas, é crível que indivíduos com elevado nível de perícia tática sejam capazes de extrair informação relevante do envolvimento de forma mais seletiva e célere, o que não aconteceu propriamente no estudo em questão. Dito isto, a execução eficaz de ações táticas em condições fisiologicamente menos exigentes não é reproduzida linearmente em contextos de sobrecarga física. 

Na situação de maior carga física, os jogadores despenderam mais tempo a fixar o “outro oponente”, desviando a sua atenção do portador da bola e do respetivo espaço envolvente. Este facto pode estar associado à fadiga fisiológica e mental, que, entre outros fenómenos, modifica o foco atencional do objetivo a atingir para um dos estímulos (secundários) do contexto situacional, afetando, em última instância, a perceção visual. Assim sendo, proporcionar contextos de jogo dinâmicos e complexos em condições de fadiga pode ser uma estratégia útil para incrementar o controlo atencional dos jogadores e a função inibitória de dicas informacionais acessórias. 

Os treinadores devem equacionar a melhor forma de manipular os constrangimentos da tarefa (e.g., relações numéricas, dimensões espaciais, regras, carga física prévia) nas sessões de treino, a fim de proporcionar a emergência das dicas informacionais utilizadas pelos defensores. O principal desafio passa por conceptualizar tarefas que repliquem as condições situacionais encontradas no(s) jogo(s) competitivo(s). Estes contextos práticos possibilitam que os jogadores se envolvam numa aprendizagem do tipo “tentativa e erro” conducente ao desenvolvimento de comportamentos visuais flexíveis e adaptativos que, por sua vez, concorrem para aprimorar a tomada de decisão e a criatividade.

 

Conclusão

O estudo mostra que futebolistas profissionais empregam diferentes estratégias de pesquisa visual em circunstâncias distintas de carga física (alta vs. baixa). O grupo taticamente mais competente focou-se mais tempo, em ambas as condições de intensidade, no “espaço em frente ao portador da bola”, comparativamente ao grupo de baixa performance defensiva. Este último grupo despendeu mais tempo a fixar o “espaço em frente ao portador da bola” e “espaço ao redor do portador da bola” na condição de baixa carga fisiológica, e o “espaço ao redor do portador da bola” e o “espaço em frente ao portador da bola” em circunstâncias de alta carga fisiológica. Os resultados revelaram que a carga física e a competência tática interagem para guiar os comportamentos de pesquisa visual em situações de jogo no terreno (in-situ). De um prisma estritamente prático, os treinadores devem considerar o melhor modo de adaptar as suas intervenções no treino, com a intenção de melhorar as estratégias de pesquisa visual e a performance dos jogadores sob diferentes condições de carga física e fisiológica.

 

P.S.:

1-  As ideias que constam neste texto foram originalmente escritas pelos autores do artigo e, presentemente, traduzidas para a língua portuguesa;

2-  Para melhor compreender as ideias acima referidas, recomenda-se a leitura integral do artigo em questão;

3-  As citações efetuadas nesta rúbrica foram utilizadas pelos autores do artigo, podendo o leitor encontrar as devidas referências na versão original publicada na revista Frontiers in Psychology.

04/06/2022

International Journal of Sport and Exercise Psychology (2022) | Vantagem de jogar em casa no futebol após a mudança para um novo estádio: evidências de equipas profissionais europeias

Decorria o mês de março de 2021, o meu colega Werlayne Leite (Secretaria de Educação do Estado do Ceará, Fortaleza; Secretaria de Educação de Fortaleza, Fortaleza, Brasil) convidou-me a dar uma vista de olhos num projeto que estava a dar os primeiros passos. Para aproveitar um dos capítulos da tese de mestrado de Mario Giardina (Solvay Business School, Université Libre de Bruxelles, Belgium), o objetivo passava por estudar o impacto que a mudança de estádio pode ter no “efeito da vantagem de jogar em casa” (home advantage effect) no futebol profissional europeu. 

O projeto evoluiu também com a participação do professor Richard Pollard (Statistics Department, California Polytechnic State University, San Luis Obispo, CA, USA) e ficou acordado aumentarmos a amostra inicial e executar uma análise estatística que permitisse controlar os efeitos da qualidade das equipas, pois influencia os valores de “home advantage”, incorporando ainda na análise as diferenças do número médio de espectadores nos períodos pré e pós-mudança para o novo estádio. 

Desde o início do século XXI foram muitos os clubes que construíram novos estádios (figura 1), o que proporcionou a oportunidade de, no âmbito da vantagem de jogar em casa na modalidade de futebol, examinarmos em detalhe a influência da mudança para um novo estádio. Até à data, pouco havia sobre o assunto no desporto-rei, pelo que seria essencial trabalharmos sobre uma amostra alargada. O Werlayne fez um trabalho de pesquisa brutal e foi possível compor uma amostra de 98 equipas de 25 países europeus afiliados na UEFA. 

 

Figura 1. O Tottenham Hotspur FC foi um dos clubes europeus que inaugurou recentemente o seu novo estádio (abril de 2019) – uma das melhores instalações desportivas do mundo (fonte: www.stadia-magazine.com).


Sinteticamente, a análise consistiu na comparação das taxas de home advantage num período consecutivo de 6 épocas: 3 pré e 3 pós-mudança para a nova instalação desportiva. Partindo do pressuposto que a familiaridade com o próprio estádio é um dos fatores que (mais) contribui para o fenómeno da vantagem de jogar em casa, colocámos a hipótese que a mudança de estádio poderia ter um impacto negativo no rendimento competitivo das equipas. Será mesmo isso que tende a acontecer? 

No dia 27 de maio de 2022 foi publicado online o produto final da nossa investigação na revista britânica International Journal of Sport and Exercise Psychology (figura 2). A leitura do abstract (resumo) dissipará grande parte das dúvidas relativas à questão de pesquisa, contudo, essa ação não dispensa a consulta da totalidade do artigo para melhor se poder compreender a multiplicidade de fatores que afetam a expressão da vantagem de jogar em casa no futebol contemporâneo e, designadamente, após a mudança para um novo estádio.

 


Figura 2. Título, autores, afiliações, datas e abstract do artigo publicado no International Journal of Sport and Exercise Psychology.

 

Reference

Leite, W., Giardina, M., Almeida, C. H., & Pollard, R. (2022). Home advantage in football after moving to a new stadium: evidence from European professional teams. International Journal of Sport and Exercise Psychology. https://doi.org/10.1080/1612197X.2022.2078855