Quem me conhece sabe que sou oriundo da linda Vila de Monchique. Adoro a minha terra e não admito que lhe apontem defeitos, apesar de, como qualquer outra coisa, não se ver livre deles.
Após concluir a licenciatura, aproveitei a oportunidade de regressar à terra natal e agarrei-a com unhas e dentes. Cheguei motivado para fazer algo por Monchique e, mesmo que pouco, contribuir para melhorar e elevar o concelho. É essencialmente por isso que há cerca de seis anos integro a estrutura técnica do clube local - Juventude Desportiva Monchiquense - o meu clube de sempre. Sou sócio e foi lá que dei os primeiros passos nos meandros do Desporto (Futebol e Karaté), mal sabia que um dia seria professor de Educação Física.
Têm surgido outras possibilidades, mas este é o modo mais puro com que retribuo todo o positivismo que Monchique me proporcionou durante a infância e a juventude. Não somente pelo lindo meio físico, mas sobretudo pela massa humana que lhe concede especial significado.
Conjuntamente com outros dignos interessados (poucos mas bons, atrevo-me a escrever) estabelecemos um rumo: devolver o JDM aos monchiquenses e apostar forte da formação. Uma equipa, na verdadeira acepção da palavra, que limou inúmeras arestas, poliu superfícies rugosas e fez brilhar algumas pedras preciosas. As mesmas que, infelizmente, não brilharam tanto nas mãos de outrém com, supostamente, melhores intenções e/ou futuros. Penso para mim que "o bom filho a casa torna", mas não só não tornaram, como toldaram mentalidades. O projecto assim perde piada, pois deixamos de lutar em prol do mesmo.
Uma terra como esta merece que se erga aquela força aglutinadora que galga quaisquer barreiras, de que índole sejam, à sua passagem: o orgulho de pertença a uma comunidade. Sinto que falhámos a esse nível; não transmitimos convenientemente o orgulho de ser de Monchique, o orgulho de lutar por Monchique, a real essência do Orgulho Monchiquense.
Caso contrário, não partiriam.