01/01/2013

Quando perder pode ter as suas vantagens…

Em qualquer desporto – seja ele individual, coletivo, de oposição, motorizado, etc. – ninguém gosta de perder. Nenhum atleta, técnico ou dirigente cumpre as suas funções para que a sua equipa perca em contexto competitivo. Então quando se trata de alta competição, a derrota pode ter repercussões profundas no seio de um grupo, na relação atleta-treinador e, inclusivamente, propiciar o afastamento de determinados elementos (atletas, técnicos e dirigentes) de um clube ou de uma equipa. Treina-se, compete-se para ganhar.
 
Após o mais recente desaire do Real Madrid com o Málaga, José Mourinho referiu que “faz bem perder para sabermos o que os outros sofrem”. O que se depreende das palavras do treinador português é que mesmo perante situações adversas é possível vivenciar experiências ou retirar lições que podem ser benéficas para o futuro. Estando a derrota associada ao sofrimento, Mourinho deixou uma indireta ao seu grupo e, quiçá, de forma mais específica, a alguns dos seus jogadores.
 
Foto: José Mourinho (fonte: jornaldigital.com).
 
Contudo, até para o treinador perder pode trazer as suas vantagens. Tenho para mim que é no rescaldo da derrota que o próprio trabalho, isto é, as metodologias de treino, o(s) modelo(s) de jogo e a relação e a interação com os jogadores são postos em causa. Tal não acontece quando se vence. Talvez seja consequência de alguma sobranceria, mas na vitória pouco ou nada é colocado em causa. Vencer é sinónimo de “tudo bem”. E é neste sentido que a derrota constitui um melhor estímulo para a evolução e para o crescimento do sujeito. Acredito que Mourinho e a sua equipa técnica estejam, de momento, numa fase mais vincada de introspeção, de crescimento, de evolução e de superação. Admitindo que possam não augurar benefícios de curto prazo no Real Madrid, decerto que irão recolher frutos noutras ocasiões vindouras.
 
O modo como se reflete e utiliza a informação no sentido desejado é que determina a capacidade de sairmos de uma fase negativa ou menos boa. Afinal de contas, tudo tem o seu lado positivo.

30/12/2012

De 2012, entre bolsas e valores, para 2013

2012. Um ano marcado por crises, austeridades, revoltas e fins do mundo. Ainda cá estamos, dizem os especialistas para enfrentar mais crises, austeridades, revoltas, mas sem fins do mundo. Acabaram-se as profecias maias.
 
Bolsas. Cada vez menores. Não em tecido, mas em moeda corrente. Parecem mais pesadas, porém a ilusão deriva da matéria do dinheiro. O peso é inversamente proporcional ao seu valor, daí que 2 Euros pesem mais do que 200. O engraçado da coisa é que andamos com as bolsas ou os bolsos cada vez mais pesados, embora tenhamos menor poder de compra. É a crise.

 
Valores. Uma crise que se designa por “económico-financeira”. Guardo para mim que são os valores que se enterram. Administradores de grandes empresas repartem milhões em prémios ou bonificações, resultantes de excedentes, enquanto famílias debatem-se heroicamente para poder comer. Como é um fenómeno à escala planetária, entendo que é a humanidade que está crise. Saber de enredos de senhores de poses a fazer coleções de carros de alta cilindrada, com milhares, milhões ou biliões a passar ou a morrer de fome, é algo que nos devemos de, no mínimo, envergonhar. Uns riem-se maliciosamente dos que pior ficam, uns revoltam-se, a maioria assobia para o lado.
 
2013. As expectativas pessimistas. Se o Homem sonha, a obra nasce, então se o Homem projeta pesadelos, o que de lá virá? As trevas? Há quem nos minta e refira que vai ser melhor; há quem nos queira comprar com o retorno de subsídios, que na prática não nos traz quaisquer benefícios; há quem nos coloque a mão na consciência e nos desperte para o facto de ainda podermos fazer algo por nós próprios. Que nos relembre que somos livres, não de pagar menos impostos, mas de sermos melhores para a sociedade, para uma humanidade em decadência.
 
Para todos, um magnífico 2013. Que os seus dias nos façam partilhar os valores e o bom senso, que jamais qualquer política, crise ou austeridade nos poderá retirar dos(as) bolsos(as).

09/12/2012

O Jesus da nova Era quer fazer discípulos


Ponto prévio: nada tenho contra Jorge Jesus.
 
Em tempos houve um Jesus – o Messias – que fez os seus discípulos para disseminarem a Sua palavra. Esse Jesus é figura central no Cristianismo. Atualmente, temos um outro Jesus – o Mestre da Tática, como se autoproclama – que diz que a preparação estratégica do Benfica diante do Barcelona vai fazer seguidores. Não sou eu que o digo, podemos ler aqui as palavras do mestre. Este é figura central do panorama futebolístico português.

 Foto: O mestre da tática - Jorge Jesus. Fonte: http://www.record.xl.pt

Ora, ou sou eu que sou muito limitado, porque não percebi que a equipa do Barcelona manteve a sua identidade e qualidade, ou então é o “mestre” Jesus que é um gabarola, porque aquele Barcelona esteve a anos-luz da máquina de jogar futebol que todos conhecemos. A isto não estará alheio as ausências de elementos como Iniesta, Xavi, Fàbregas, Dani Alves, Busquets, Jordi Alba, Piqué e Messi do onze inicial. Portanto, o sucesso (que é muito relativo, pois também não triunfou) que a abordagem da equipa do Benfica teve neste desafio foi extremamente influenciado pela qualidade da oposição que, quer queiramos ou não, não era o verdadeiro FC Barcelona.
 
Para além disso, o FC Barcelona já tinha o primeiro posto do grupo assegurado. Sim senhor, os milhões são importantes, mas o contexto do jogo, ao invés do que sucedeu para os jogadores benfiquistas, não constituiu um grande estímulo emocional para o coletivo “culé”. Mesmo que os jovens da cantera catalã quisessem “mostrar serviço” a Tito Vilanova, não possuem o mesmo nível competitivo de Iniesta, Xavi ou Fàbregas. Precisasse o Barcelona de vencer o jogo e estou em crer que Jesus não estaria por agora a “vender” uma abordagem estratégica como se fosse o Santo Gral. Aliás, viu-se a aflição de 10 jogadores do Benfica (excetuando o guardião Artur) a correrem atrás de Messi, quando este encetou uma das poucas tentativas de progressão com bola de que dispôs. Paremos essa jogada a meio e observemos os espaços vazios nas costas da linha defensiva encarnada. Estivessem lá os outros artistas…
 
Teve o seu mérito, mas é essencial que percebamos o contexto do jogo e esse foi, sem dúvida, determinante para a ocorrência dos eventos a que assistimos. Que o siga, quem não quis ver; que o perdoe, quem já conhece a peça.

27/11/2012

Conferência-debate promovida pelo JD Monchiquense

O clube Juventude Desportiva Monchiquense irá promover uma conferência-debate no próximo dia 30-novembro-2012, pelas 21h30, relativa ao tema "A importância do exercício físico e da prática desportiva". A entrada é gratuita e o evento decorrerá no edifício-sede do clube na vila de Monchique.
 

Como é referido do blog oficial do JDM: "O painel de conferencistas é composto pelos seguintes elementos: Dr. Raul Pacheco (Director do Departamento de Medicina Desportiva do Instituto Português do Desporto e Juventude), Prof. Rui Batalau (docente universitário e investigador; Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes), Prof. José Borges (Coordenador do Departamento Técnico da Associação de Futebol do Algarve) e Pedro Martins (atleta olimpíco na modalidade de badminton), o debate será moderado pelo jornalista Nuno Costa (Sportv).".
 
Portanto, mais uma excelente oportunidade para enriquecermos os nossos conhecimentos acerca de um tema tão importante, como negligenciado, por grande parte da sociedade contemporânea.
 
Compareçam!
 
Mais informações em: http://jdmonchiquense.blogs.sapo.pt/

01/11/2012

"Tiki Taka" a fazer escola no distrital do Algarve

Salvo as devidas comparações entre o FC Barcelona e outra qualquer equipa, o seu estilo de jogo, designado por "tiki taka", inspira muitas mentes no futebol, desde profissionais a amadores, passando pelos jovens em processo de formação.
 
No passado dia 27 de outubro de 2012 soprou uma pequena brisa de "tiki taka" na serra de Monchique, no jogo que opôs o JD Monchiquense e o ACR Alvorense 1º Dezembro, a contar para a 4ª jornada da I Divisão Distrital. O jogo terminou empatado a 3 bolas, sendo este o 2-0 para a equipa serrana (visitados). Ora confiram: