O Sport Lisboa e Benfica (SLB) não começou a época 2010/2011 da melhor forma. Três derrotas em outros tantos jogos oficiais fizeram soar o alarme no seio do campeão nacional. Para muitos, o problema da equipa reside, fundamentalmente, na contratação do guarda-redes Roberto, o que, em boa verdade se diga, não é mais do que "tapar o Sol com uma peneira".
Em primeiro lugar, parece-me evidente que as novas rotinas do SLB ainda não funcionam a 100%. As saídas de Di Maria e de Ramires mexeram, impreterivelmente, com a dinâmica da formação encarnada. Os jogadores contratados (Gaitán, Jara ou Salvio) não possuem as mesmas características dos que sairam e isto, por si só, obriga a pequenas oscilações no modelo de jogo pretentido por Jorge Jesus. Este facto, aliado ao reduzido nível de forma desportiva denunciado por alguns jogadores habitualmente titulares (e.g., Luisão, Maxi e, em especial, Cardozo), justificam as prestações realizadas pelo SLB neste início de época.
Depois, há a questão da gestão do plantel. Jorge Jesus sabe melhor do que ninguém que num plantel não existe somente um jogador por posição. No alto rendimento, o erro pode custar uma liga, uma taça e, inclusivamente, comprometer o encaixe de milhões de euros e, como tal, convém ter todos os elementos psicologicamente preparados para desempenhos de excelência. Este momento é fulcral para tirar partido de Moreira ou de Júlio César. É urgente demonstrar e reforçar a confiança nestes jogadores, mantendo os meus critérios de selecção/exclusão em cima da mesa. Na época passada, recordo-me das palavras menos agradáveis de Jesus direccionadas a Quim quando, numa situação raríssima, o guarda-redes falhou. Ao invés, nesta época, Roberto tem sido amplamente defendido pelo treinador e já custou mais pontos ao clube em três jogos do que Quim na época transacta inteira. Dualidade de critérios? Assim o sugere.
É importante que os jogadores e a equipa técnica não se deixem "embandeirar em arco" pelos feitos alcançados anteriormente. O FC Porto e o SC Braga estão mais fortes e o Sporting CP para lá caminha; a margem para mais erros é reduzida. As experiências e a remodelação do plantel já deviam estar resolvidas, porque o período preparatório encerrou. A gestão das entradas e das saídas atrasou o desenvolvimento da dinâmica da equipa de tal modo que o SLB apresenta uma diferença pontual considerável para o mais directo adversário.
Acredito que os bons resultados vão aparecer contra o Vitória de Setúbal (3ª jornada), no entanto, devemos estar cientes de que a procissão está na rua e o SLB ainda está no altar.
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