A equipa nacional Sub-20 de Portugal está a disputar o Campeonato do Mundo da categoria, evento promovido pela FIFA, na Colômbia. Esta madrugada, os nossos compatriotas cometeram o feito de garantir o apuramento para a final da competição, em que irão defrontar o Brasil.
Aquela que o treinador Ilídio Vale já designou como a "Geração Coragem", longe de ser considerada como uma das favoritas no começo do certame, tem vindo a superar, jogo a jogo, as melhores expectativas dos mais optimistas.
Eu tenho acompanhado com especial atenção os desempenhos desta formação, desde o período preparatório para o mundial. Se nessa fase os resultados desportivos deixaram algo a desejar, a coesão do grupo e as competências demonstradas pelos jogadores denunciaram a forte possibilidade de, pelo menos, assegurarem a passagem aos oitavos-de-final da prova.
Na minha perspectiva, um dos factores que tem sido decisivo para o sucesso da selecção Sub-20 portuguesa na Colômbia é a excelente organização defensiva. Os jogadores estão permanentemente bem posicionados no terreno de jogo e apresentam uma atitude de entreajuda e cooperação fantástica. Podem não ter nomes sonantes como outras selecções, porém, como colectividade, têm superado todos os adversários com distinção e também patenteado, quer queiramos ou não, qualidade individual.
Independentemente da equipa das quinas Sub-20 ser ou não campeã mundial, esta geração já provou a muitos técnicos, dirigentes e administradores nacionais que o processo de formação desportiva (no caso, na modalidade futebol) desenvolvida no país - e não pretendo especificar clubes ou escolas de futebol - possui qualidade. Qualidade essa que, associada a procedimentos de prospecção de jovens talentos cada mais eficazes, aumenta bastante a probabilidade de se vir a obter jogadores mais competentes nas equipas seniores, tanto ao nível de clubes, como de selecções nacionais. Direi mesmo que se trata de uma "Geração Coragem" capaz de distribuir pelo país valentes chapadas de luva branca. Só não entende quem não quer.
Em vez de se passar, anualmente, atestados de incompetência aos treinadores e dirigentes que apostam na formação, contratando um elevado leque de jogadores sul-americanos ou de outros pontos do planeta a preços astronómicos, deveria-se observar com mais interesse os recursos humanos desenvolvidos no próprio clube. Quiçá não se encontra muito melhor, a custos mais controlados.
Esta geração já marcou uma posição essencial nos tempos que hoje correm. Por isso, merece todo o meu respeito e admiração. Força Portugal!
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