Depois de nos depararmos
com o pior cenário possível no arranque da fase de qualificação para o Euro 2016,
com a derrota caseira diante da pior equipa do grupo (Albânia), Paulo Bento foi
demitido. Não estavam reunidas as melhores condições de trabalho e a Federação
Portuguesa de Futebol tomou uma decisão. Dizem que o timing não foi o melhor, porém «mais vale tarde que nunca».
O treinador escolhido para
o cargo foi Fernando Santos. Confesso que, para mim, foi um alívio não anunciarem
o brasileiro Tite ou o italiano Mancini. Se havia melhores opções (certamente
escassas), piores eram às dezenas. E agora, qual é o projeto? No imediato,
qualificar a seleção para o Euro 2016, em França, mas simultaneamente renovar
um conjunto de elementos há muito conformado.
Aliás, penso que o pior
pecado de Paulo Bento foi conceder estatuto (de selecionável) a jogadores que,
nos respetivos clubes, não justificavam sequer a presença no lote de
pré-selecionáveis. E é como refere Rui Vitória: um selecionador deve ter uma
visão mais alargada. Quem representa a seleção deve fazê-lo com orgulho e motivação
e, acima de tudo, deve justificar a convocatória com o trabalho apresentado no
seu clube.
Na ordem do dia está também a
renovação da seleção portuguesa. Não acredito em cortes dramáticos com o
passado. Uma renovação, para ser sustentável, deve ser progressiva e muito bem
ponderada. Com esta premissa em mente, decidi propor um lote de jogadores
passíveis de, por um lado, assegurar a presença no Euro 2016 (o objetivo
imediato) e, por outro lado, garantir a renovação progressiva da equipa. Não
estou à espera que esta proposta seja unânime, longe disso; contudo, procura
responder à noção que tenho de «coletivo» e à dinâmica que acredito que seria
possível implementar com estas individualidades.
Figura. Seleção portuguesa num sistema de jogo 1-4-3-3, com 2 ou 3 opções por posição. (p.f., clique para ampliar) |
1 – Rui Patrício
(Sporting), Beto (Sevilha) e Anthony Lopes (Lyon)
2 – Cédric Soares
(Sporting), João Cancelo (Valência) e Diogo Figueiras (Sevilha)
3 – Luís Neto (Zenit) e
Rúben Vezo (Valência)
4 – Pepe (Real Madrid)
e José Fonte (Southampton)
5 – Fábio Coentrão
(Real Madrid), Antunes (Málaga) e Eliseu (Benfica)
6 – William Carvalho
(Sporting), André Almeida (Benfica) e Danilo Pereira (Marítimo)
8 – João Moutinho
(Mónaco), Adrien Silva (Sporting) e André Gomes (Valência)
10 – Danny (Zenit), João
Mário (Sporting) e Bernardo Silva (Mónaco)
7 – Nani (Sporting), Rafa
Silva (Braga) e Ivan Cavaleiro (Deportivo)
9 – Hélder Postiga (Deportivo), Éder (Braga) e Tomané (Guimarães)
9 – Hélder Postiga (Deportivo), Éder (Braga) e Tomané (Guimarães)
11 – Cristiano Ronaldo
(Real Madrid), Vieirinha (Wolfsburg) e Ricardo Horta (Málaga)
Outros jogadores equacionados: Pedro Tiba (Braga), Rúben
Neves (Porto), André Silva (Porto) e Gonçalo Paciência (Porto).
De momento, as minhas
opções seriam estas. Independentemente de outras escolhas que possam vir a ser
formuladas por Fernando Santos, quero, desde logo, desejar os maiores sucessos
desportivos para a nova equipa técnica da seleção.
Força Portugal!