1.
O vencedor Sporting: venceu a melhor equipa em campo, aquela que melhores processos (ofensivos
e defensivos) apresentou, a que impôs o ritmo de jogo que pretendeu e a que
criou mais oportunidades de golo.
2.
O vencido Benfica: uma equipa descaracterizada. Não tem a dinâmica fomentada por Jorge Jesus em
épocas transatas e, acredito eu, tão pouco manifesta a que o técnico Rui
Vitória ambiciona. A pré-época foi mal estruturada do ponto de vista
desportivo, há jogadores a chegar e provavelmente outros sairão, mas os
processos estão longe de agradar ou augurar bom prenúncio para o futuro. Por
exemplo, há muito tempo que não via o Benfica a aliviar tantas bolas sem nexo
para o meio-campo defensivo adversário. Porque será? Enorme a distância intersetorial
e inexistência de opções múltiplas ao portador da bola (os apoios ao portador
da bola são escassos e/ou pouco ou nada efetivos, mesmo na etapa de construção de jogo).
Imagem: Na Supertaça Cândido de Oliveira, época 2015/2016, o Sporting foi a melhor equipa. (fonte: zerozero.pt; foto de Carlos Alberto Costa). |
3.
Jorge Jesus: é um
treinador excelente, diga-se o que se disser dele enquanto pessoa (isso pouco
interessa no mundo do futebol). Tem o seu modelo, as suas ideias e sabe fazer
com que os jogadores o interpretem e o ponham em prática. Um mês foi suficiente
para transformar radicalmente os processos da equipa; quando outros pedem
tempo, Jorge Jesus capitaliza os recursos que tem ao seu dispor.
4.
Rui Vitória: pede o
tempo que um treinador não pode ter num clube bicampeão. Apreciei alguns processos
defensivos, porém, ofensivamente, a equipa é pouco criativa e dinâmica e
socorre-se, invariavelmente, de bolas paradas para chegar à grande área
adversária. Muito pouco! Não será a chegada de um ou outro suposto craque que
irá mudar esta tendência. É o treino e a boa transmissão (e interpretação) de referências,
de princípios, que mobilizará o coletivo a expressar uma dinâmica conducente ao
sucesso. Rui Vitória tem muito trabalho pela frente. Gostei da sua coragem em
lançar jovens jogadores numa partida com elevada carga emocional.
5.
Melhores jogadores do Sporting: Dentro de um coletivo forte e coeso, destacaria os desempenhos
de João Mário, Jefferson e Slimani.
6.
Melhores jogadores do Benfica: Como é óbvio, enalteço dois jogadores de caraterísticas
mais defensivas: Lisandro López e Júlio César.
7.
Epílogo: «O todo
é mais do que a mera soma das partes».
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