10/08/2015

Notas soltas sobre a Supertaça 2015/2016: SL Benfica 0 x 1 Sporting CP


1.  O vencedor Sporting: venceu a melhor equipa em campo, aquela que melhores processos (ofensivos e defensivos) apresentou, a que impôs o ritmo de jogo que pretendeu e a que criou mais oportunidades de golo.

2.  O vencido Benfica: uma equipa descaracterizada. Não tem a dinâmica fomentada por Jorge Jesus em épocas transatas e, acredito eu, tão pouco manifesta a que o técnico Rui Vitória ambiciona. A pré-época foi mal estruturada do ponto de vista desportivo, há jogadores a chegar e provavelmente outros sairão, mas os processos estão longe de agradar ou augurar bom prenúncio para o futuro. Por exemplo, há muito tempo que não via o Benfica a aliviar tantas bolas sem nexo para o meio-campo defensivo adversário. Porque será? Enorme a distância intersetorial e inexistência de opções múltiplas ao portador da bola (os apoios ao portador da bola são escassos e/ou pouco ou nada efetivos, mesmo na etapa de construção de jogo).

Imagem: Na Supertaça Cândido de Oliveira, época 2015/2016, o Sporting foi a melhor equipa.
(fonte: zerozero.pt; foto de Carlos Alberto Costa).

3.  Jorge Jesus: é um treinador excelente, diga-se o que se disser dele enquanto pessoa (isso pouco interessa no mundo do futebol). Tem o seu modelo, as suas ideias e sabe fazer com que os jogadores o interpretem e o ponham em prática. Um mês foi suficiente para transformar radicalmente os processos da equipa; quando outros pedem tempo, Jorge Jesus capitaliza os recursos que tem ao seu dispor.

4.  Rui Vitória: pede o tempo que um treinador não pode ter num clube bicampeão. Apreciei alguns processos defensivos, porém, ofensivamente, a equipa é pouco criativa e dinâmica e socorre-se, invariavelmente, de bolas paradas para chegar à grande área adversária. Muito pouco! Não será a chegada de um ou outro suposto craque que irá mudar esta tendência. É o treino e a boa transmissão (e interpretação) de referências, de princípios, que mobilizará o coletivo a expressar uma dinâmica conducente ao sucesso. Rui Vitória tem muito trabalho pela frente. Gostei da sua coragem em lançar jovens jogadores numa partida com elevada carga emocional.

5.  Melhores jogadores do Sporting: Dentro de um coletivo forte e coeso, destacaria os desempenhos de João Mário, Jefferson e Slimani.

6.  Melhores jogadores do Benfica: Como é óbvio, enalteço dois jogadores de caraterísticas mais defensivas: Lisandro López e Júlio César.

7.  Epílogo: «O todo é mais do que a mera soma das partes».

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