09/07/2012

Crescer, com talento, no futebol não é fácil…


(…) nos dias que hoje correm.


A este propósito, deixo-vos as sábias palavras do professor José Neto (2012, p. 36):

E isto é particularmente evidente quando observamos as exigências do tipo comercial (lei do mercado) que coisificam e degradam, até à condição de mera mercadoria, o agente desportivo de alto rendimento, designadamente no futebol. Mas é-o também e, aqui de forma deveras preocupante, no afã despótico de muitos pais e outros agentes que, ao detectarem numa criança sinais de talento, a fazem entrar à força numa espécie de forja de craques, sugando-lhe aquilo que, para ela, é mais importante: o espaço lúdico para crescer. Quando se quer, à viva força, enxertar no homem o craque, este, a acontecer, é à custa do homem que acontece – e, após a fulguração da estrela cadente, o vazio e a solidão. Mas há mais: pouco ou nada educativo é um desporto se este se exprimir exclusivamente nas suas componentes física, táctica, técnica e normativa.

Referência
Neto, J. (2012). Futebol de corpo inteiro. Lisboa: Prime Books.

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