Um livro de Pedro Almeida Vieira, editado pela Editorial
Planeta.
Imagem: Capa de "Crime e castigo no país dos brandos costumes", de Pedro Almeida Vieira (2011; fonte: www.wook.pt).
Sinopse
“No jardim à
beira-mar plantado chamado Portugal consta que sempre viveu um povo sereno e de
brandos costumes. Este livro vai desfazer o mito. Na verdade, a História de
Portugal mostra que, desde tempos remotos, homens e mulheres mataram por paixão
ou por motivos fúteis, bandidos semearam o pânico, houve serial killers,
violadores e facínoras da pior espécie, ladrões de igrejas e hereges. Muitos
sofreram depois, no corpo, as consequências dos seus actos, perante um Estado
que então aplicava a lei de talião: - olho por olho, dente por dente.”
E fossem as penas o garrote, a forca ou a fogueira e os
facínoras da atualidade não se passeariam tão voluptuosamente por entre nós.
Haveria certamente exemplos mais dissuasores para os prevaricadores ou
potenciais criminosos, ainda que menos dignos para a condição humana. Que tal
cortar as mãos e queimá-las para bom ladrão ver, antes de ter de lidar com a
morte na forca? Ainda assim, a dita “lei de talião” também serviu inúmeros interesses
muy nobres. Condenou-se à morte uma
série de inocentes, que não eram propriamente pobrezinhos, sendo os seus bens e património confiscados pela Coroa e com a "bênção" das mais altas instâncias cristãs. Homens de Deus na pele de inquisidores.
Ao longo de trinta narrativas – interessantíssimas, por
sinal – pude aprender um lado diferente da História de Portugal. A
interpretação dos acontecimentos retratados possibilita-nos adquirir uma noção
da dinâmica evolutiva da justiça no nosso país. Em tempos de crises
financeiras, económicas e, acima de tudo, de valores, nada melhor que nos
recordarmos que piores eras já passaram. Para bem dos nossos pecados, não foi por isso que Portugal deixou de existir e a (jovem) humanidade de evoluir.