“O romance (…) que consagrou José Luís Peixoto nacional e
internacionalmente”. Um enredo numa aldeia do Alentejo. Uma realidade com
décadas, talvez séculos. Homens e mulheres batidos pelo trabalho, pela solidão,
pelo sofrimento e abatidos pela morte. A esperança parece não existir e a
alegria só a raros espaços. As personagens são vazias de tudo e cheias de nada.
A atmosfera é densa, pesada. O destino resume-se à negrura da morte, ao colapso
da vida pela dor, pela ausência do olhar.
Imagem: Capa de Nenhum Olhar de José Luís Peixoto ( fonte: www.quetzaleditores.pt ).
“Os homens são uma parte pequena do mundo, e eu não
compreendo os homens. Sei o que fazem e as razões imediatas do que fazem, mas
saber isso é saber o que está à vista, é não saber nada.” (p. 81)
“Penso: talvez haja uma luz dentro dos homens, talvez uma
claridade, talvez os homens não sejam feitos de escuridão, talvez as certezas
sejam uma aragem dentro dos homens e talvez os homens sejam as certezas que
possuem.” (p. 120)
“E morro devagar. Dissipo-me em cada gesto deste mundo
que não me pode oferecer mais nada. Tornei-me uma sombra de mim. Tornei-me uma
sombra de uma sombra de uma sombra de mim. Dissipo-me no tempo e no silêncio.”
(p. 182)
“A terra nunca mais. Tenho pressa. Tudo me espera onde
não existo. Nada existe onde não estou e não estou em nenhum lado.” (p. 216)
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