Contínuo a insistir no
caso «Bernardo Silva». Se, para muitos, 15 milhões de Euros é um montante acima
do valor de mercado do jogador, para mim, é uma quantia abaixo do potencial que
apresenta.
Não precisamos de recuar
muito no tempo. Ontem, nos oitavos-de-final da UEFA
Champions League 2014/2015 – Arsenal 1 x 3 Mónaco –, o Bernardo jogou
sensivelmente 10 minutos (entrou aos 84’). Pisou o relvado do Emirates Stadium num período em que o
Mónaco vencia por 2-0 e, por conseguinte, com a sua equipa quase sempre em
organização defensiva e sob elevada pressão ofensiva dos visitados. As
oportunidades para o Bernardo ter a bola em seu poder foram escassas. Até que,
em cima do apito final, já após o Arsenal reduzir a desvantagem no marcador para
um golo (1-2), o jovem português recebeu a bola no corredor direito e fez o que
melhor sabe: executar com critério.
Cinco toques na bola
foram suficientes para o médio temporizar, ler apropriadamente o envolvimento
(espaço livre, posições/deslocamentos dos companheiros e adversários), driblar
e executar uma assistência primorosa para Ferreira Carrasco. Nestes breves
pormenores revela-se a classe de um jogador e que, nesta eliminatória em
particular, pode mesmo vir a ser decisiva.
Imagem: Bernardo Silva e Özil no final do Arsenal 1 x 3 Mónaco. (fonte: dailymail.co.uk) |
Tenho sérias dúvidas que
o plantel do SL Benfica possua muitos jogadores de classe, mas talvez o modesto
Mónaco (e Leonardo Jardim) proporcione o espaço e o tempo (de jogo e de
aprendizagem) que o Bernardo não encontrou no clube que o formou. Quando o
Caixa Futebol Campus começar a gerar dividendos desportivos, em vez de financeiros,
quiçá outros talentos como Bernardo Silva, André Gomes, João Cancelo, Ivan
Cavaleiro ou Ricardo Horta possam surgir e singrar na sua própria casa: o
Estádio da Luz.
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