O usual é o sucesso do
treinador ser avaliado pelos resultados que obtém nos jogos, independentemente do
escalão etário. A ideia mais ou menos vigente em Portugal rege-se pela seguinte
premissa: quem ganha mais jogos, é muito bom; quem perde regularmente, é mau.
Nós, treinadores, sentimos
isso a toda a hora. Em uma década de experiência no futebol
juvenil, tive épocas com resultados (desportivos) mais fracos e outras épocas com
resultados francamente positivos. À luz do número de vitórias, empates e derrotas, será que a minha
competência se modificou radicalmente ao longo destes anos?
Óbvio que não, porém, para muitos – os mais distraídos – e que pouco ou nada acompanham
o processo (dia após dia, mês após mês, ano após ano), ir do 8 ao 80 e do 80 para
o 8 é um desígnio recorrente.
Porque o futebol é isto
mesmo. Todos nós somos (ou nos julgamos) treinadores, sem o realmente sermos, sem profundamente
conhecermos os procedimentos subjacentes ao treino, à competição e ao
crescimento/maturação dos jovens aprendizes. Porque vencer jogos, por vezes,
causa-nos indiferença e porque, noutras vezes, algumas derrotas trazem um sentimento
de missão cumprida. O produto na formação não deve ultrapassar o processo e o
processo, quando bem aplicado e gerido, traz-nos o produto em forma de sucesso
no futuro. A paciência é um aspeto chave.
Imagem. O futebol de formação tem particularidades distintas do futebol de rendimento. |
Ser treinador de
formação é, na minha opinião, chegar ao final de uma época e ver miúdos que não entendiam o jogo e, em certos casos, que não sabiam executar ações técnicas básicas, fazer isto autonomamente num treino:
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