Podia
dizer alguma coisa, mas prefiro o silêncio (figura 1). Um nada que para muitos
nada é; para alguns, é pouco; para poucos, é muito; para muito poucos, raros, é
tudo.
Figura 1. “Silêncio”, pintura de Wadim
Chugriev (fonte: artmajeur.com).
Silêncio! A ausência de som aguça os sentidos e estimula o pensamento, a reflexão. Não tenho dúvidas que se encontra subvalorizado. O ser humano comum prefere o ruído, a azáfama e a excitação. Desde quando o comando da vida deixou de ter a opção “mute”?
Cinco ou dez minutos de silêncio pode ser suficiente. É pedir muito? O dia tem mil quatrocentos e quarenta minutos. É reconfortante como nos podemos encontrar quando estamos calados. Quiçá, até, adquirir um novo rumo. Consoante o estado das ideias, elas propagam, fluem ou circulam com outra destreza e versatilidade. Tenho para mim, embora possa estar enganado – obviamente –, que as grandes descobertas da humanidade ocorreram na quietude.
Para e escuta. Os sons da serra, da floresta, da cidade, da aldeia, da praia, do rio, do lago; os sons da Natureza. Permite-te romper o casulo mordaz que é o quotidiano. Projeta-te para fora da caixa e sintoniza-te com o mundo que te rodeia. Criar sinergias através da paz, do silêncio, do nada que pode ser tudo? Parece descabido de tão simples que é.
Busco
o silêncio cegamente como nunca o fiz, na esperança de que me possa cultivar
fora da caixa.
Sem comentários:
Enviar um comentário