06/08/2022

Fora da caixa

Podia dizer alguma coisa, mas prefiro o silêncio (figura 1). Um nada que para muitos nada é; para alguns, é pouco; para poucos, é muito; para muito poucos, raros, é tudo.

 

Figura 1. “Silêncio”, pintura de Wadim Chugriev (fonte: artmajeur.com).


Silêncio! A ausência de som aguça os sentidos e estimula o pensamento, a reflexão. Não tenho dúvidas que se encontra subvalorizado. O ser humano comum prefere o ruído, a azáfama e a excitação. Desde quando o comando da vida deixou de ter a opção “mute”? 

Cinco ou dez minutos de silêncio pode ser suficiente. É pedir muito? O dia tem mil quatrocentos e quarenta minutos. É reconfortante como nos podemos encontrar quando estamos calados. Quiçá, até, adquirir um novo rumo. Consoante o estado das ideias, elas propagam, fluem ou circulam com outra destreza e versatilidade. Tenho para mim, embora possa estar enganado – obviamente –, que as grandes descobertas da humanidade ocorreram na quietude. 

Para e escuta. Os sons da serra, da floresta, da cidade, da aldeia, da praia, do rio, do lago; os sons da Natureza. Permite-te romper o casulo mordaz que é o quotidiano. Projeta-te para fora da caixa e sintoniza-te com o mundo que te rodeia. Criar sinergias através da paz, do silêncio, do nada que pode ser tudo? Parece descabido de tão simples que é. 

Busco o silêncio cegamente como nunca o fiz, na esperança de que me possa cultivar fora da caixa.

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