Nota prévia: O artigo
científico alvo da presente síntese foi selecionado em função dos seguintes critérios:
(1) publicado numa revista científica internacional com revisão de
pares; (2) publicado no último trimestre; (3) associado a um tema
que considere pertinente no âmbito das Ciências do Desporto.
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Autores: Mehta, S., Schlenger, J., Memmert, D., &
Wunderlich, F.
País: Alemanha
Data de publicação: 16-setembro-2024
Título: Own goals in football: do
they occur randomly or exhibit systematic patterns?
Referência: Mehta, S., Schlenger, J., Memmert, D., &
Wunderlich, F. (2024). Own goals in football: do they occur randomly or exhibit
systematic patterns? International Journal of
Performance Analysis in Sport, 1–21. Advance online
publication. https://doi.org/10.1080/24748668.2024.2402621
Figura 1. Informações editoriais do artigo do mês 57 – setembro de
2024.
Apresentação do problema
A marcação de golos no futebol pode ser considerada uma tarefa altamente complexa. Tendo em conta a média de menos de 3 golos por jogo no futebol de alto rendimento (Li & Zhao, 2021; Michailidis et al., 2013; Zhao & Zhang, 2019), o empenho necessário para marcar um único golo é notável, e a falha em conseguir fazê-lo parece ser uma parte intrínseca do próprio jogo.
Os investigadores têm analisado a marcação de golos para identificar estratégias mais ou menos promissoras, incluindo aspetos como a área de onde o golo foi marcado (Michailidis et al., 2013), a duração das sequências de passes antes do golo (Wright et al., 2011), o estilo de ataque (González-Rodenas et al., 2019), o papel das bolas paradas (Yiannakos & Armatas, 2006) ou o posicionamento dos defesas durante a finalização (Schulze et al., 2018). No entanto, nem todos os golos são marcados através de estratégias sistemáticas, como defendido por Lames (2018) e Wunderlich et al. (2021), que encontraram influências aleatórias (i.e. caóticas ou não planeadas) no processo de marcação de quase metade dos golos no futebol de elite.
O presente artigo foca-se num tipo de golo que parece
contrastar com a ideia de estratégias sistemáticas: os autogolos (figura 2). Um
autogolo resulta de uma ação incorreta, acidental ou malsucedida de um defensor
que termina em golo. Este tipo de golo difere de um desvio, pois se o defesa
tocar a bola após um remate já direcionado à baliza, o golo será atribuído ao
atacante. Casos típicos de autogolos incluem passes, cruzamentos ou remates
que, sem a intervenção do defesa, não iriam na direção da baliza, mas acabam
por entrar devido a uma tentativa de alívio/corte. Nos principais campeonatos
de futebol, os autores de autogolos são oficialmente anunciados, permitindo-nos
confiar na informação publicada.
Figura 2. Autogolo do guarda-redes Emiliano Martínez no Aston
Villa 3 x 3 Liverpool, da FA Premier League 2023/2024 (imagem não
publicada pelos autores).
Este tema ganhou relevância pública durante o Campeonato Europeu de 2021, onde foram registados 11 autogolos. Apesar de os autogolos terem sido considerados parte de padrões gerais de concretização (Li & Zhao, 2021) ou como um fator de motivação individual no desempenho do jogo (Hüffmeier et al., 2020), a análise específica e aprofundada de autogolos tem sido negligenciada. Os autogolos têm até sido excluídos de análises devido à sua “natureza muitas vezes aleatória” (Anzer et al., 2021, p. 2526). Embora alguns resultados sobre autogolos tenham sido reportados, como a sua maior frequência na Premier League em comparação com as ligas italiana e espanhola (Li & Zhao, 2021), é necessário obter mais informação sobre outros fatores associados a estes golos para melhor entender a sua ocorrência.
No futebol, como em outros desportos, são usados
indicadores de desempenho para compreender quais as decisões ou as ações que são
mais promissoras, através de modelos sistemáticos e estruturados do jogo
(Lepschy et al., 2018, 2020; Rein et al., 2017). Contudo, abordagens
estruturadas não constituem as únicas determinantes dos resultados, já que
estes estão muitas vezes caracterizados pela incerteza e imprevisibilidade
(Gibbons, 1997; Kahneman & Tversky, 2012; Tversky & Kahneman, 1992). O
estudo destas influências aleatórias tem recebido menos atenção na investigação
em ciências do desporto. Portanto, esta investigação centrou-se nos autogolos
como um aspeto do jogo que parece aleatório e apenas parcialmente
influenciável. O propósito do trabalho foi averiguar se os autogolos seguem
padrões semelhantes aos golos normais, sugerindo sistematicidade, ou se
contrastam, indicando padrões completamente aleatórios ou erráticos.
Métodos
Amostra: baseou-se num levantamento completo de golos de uma das principais ligas de futebol da Europa – Premier League inglesa –, abrangendo 7 épocas consecutivas, de 2012/2013 a 2018/2019. Durante este período, foram registados mais de 7000 golos, dos quais 253 foram identificados como autogolos, garantindo uma amostra suficientemente grande. Um autogolo do jogo entre o Crystal Palace e o Newcastle United, realizado a 21 de dezembro de 2013, foi excluído devido à falta de dados.
Dados: para cada jogo, foram recolhidos metadados (e.g., data, equipas, probabilidades de apostas) e informações detalhadas sobre o autogolo (e.g., minuto, resultado corrente, equipa beneficiada) e o processo de marcação do autogolo (e.g., organização defensiva, zonas do campo das ações anteriores e do golo, número de jogadores nas zonas perigosas). Os dados sobre a existência de autogolos, bem como os metadados dos jogos, foram obtidos de várias fontes online, como football-data.co.uk ou www.whoscored.com. As variáveis relacionadas com o processo exato de marcação dos autogolos foram anotadas manualmente por observadores especializados, utilizando vídeos dos respetivos golos.
Observação sistemática: as filmagens incluíam diferentes ângulos de câmara, repetições em câmara lenta e uma sequência suficientemente longa antes do golo, o que assegurou uma melhor observação dos dados. A fiabilidade interobservador foi apurada após a anotação de 50 autogolos da amostra por 2 observadores experientes e treinados para o efeito, obtendo bons resultados. As variáveis observadas a partir das filmagens foram: número de adversários (i.e., atacantes) na área de penálti; número de adversários na proximidade direta (definida como um raio de 3 metros em torno do defesa que marcou o autogolo); organização defensiva (organizada ou desorganizada); parte do corpo (cabeça, braço, tronco, membros inferiores); parte específica dos membros inferiores (pé, perna, coxa); tipo de ação precedente (cruzamento, passe, duelo, drible, remate, cabeceamento); zona da ação precedente e zona do autogolo, distinguindo entre 8 zonas do campo, conforme definido por Rathke (2017). As variáveis contextuais (e.g., probabilidades de apostas, situação de jogo, minuto do golo, resultado corrente) foram obtidas de fontes online ou de um estudo anterior (Wunderlich et al., 2021).
Análise estatística: na
ausência de dados comparáveis para todos os golos, foram apresentadas
estatísticas descritivas sobre como os autogolos aconteceram. Quando
disponíveis, testaram-se diferenças entre autogolos e todos os golos através de
testes de Qui-quadrado, considerando significativas as diferenças abaixo de 5%.
Para resultados significativos, indicou-se também a dimensão de efeito (Cohen’s
w). O mesmo procedimento foi aplicado para comparações dentro do mesmo tipo de
golo, como verificar se as equipas da casa marcaram mais autogolos que as
visitantes. Para evitar confusão, as equipas foram descritas como beneficiadas
por autogolos, em vez de marcadoras. Assim, comparam-se as equipas que marcaram
golos com as que beneficiaram de autogolos. Todos os golos foram incluídos nos
resultados para garantir comparabilidade com outros estudos; no entanto, nos
testes estatísticos, os autogolos foram comparados com golos normais (excluindo
autogolos) para evitar duplicações.
Principais resultados
As evidências mostram que
as equipas da casa foram significativamente mais bem-sucedidas tanto em golos
normais como em autogolos, mas não foram encontradas associações
estatisticamente significativas entre o tipo de golo (normal ou autogolo) e se a
equipa joga em casa ou fora.
·
Situação de jogo
Não foi revelada uma
associação significativa entre a situação de jogo (jogadas corridas vs. bolas
paradas) e a ocorrência de autogolos em relação aos golos normais, mas, quando
os dados foram divididos por diferentes tipos de bolas paradas, observou-se que
os autogolos quase nunca resultaram de penáltis, sendo bem mais comuns após pontapés
de canto.
· Resultado no marcador e ordem do golo
Os resultados indicam que
a maioria dos autogolos ocorreu em situações de empate, em comparação com
quando uma equipa estava a ganhar ou a perder. Embora não tenha sido encontrada
uma associação estatisticamente significativa entre autogolos e o resultado
corrente do jogo (ganhar, perder ou empatar), os autogolos tendem a ser mais
frequentes como o primeiro golo do jogo e quando o resultado está empatado.
Importa destacar que foi identificada uma diferença significativa quanto à
ordem do golo, sendo os autogolos mais comuns como o primeiro tento do jogo.
· Qualidade da equipa
As equipas favoritas, com
base nas probabilidades de apostas, beneficiaram significativamente mais de
autogolos do que as outsiders. No entanto, não foram encontradas diferenças
significativas nos padrões de autogolos entre equipas favoritas e outsiders.
Analisando a força absoluta, as equipas do topo da tabela beneficiaram mais
frequentemente de autogolos do que as do fundo, mas a ocorrência de autogolos
foi semelhante quando equipas do topo enfrentaram outras de topo ou quando
equipas do fundo jogaram entre si. Tal sugere que a força relativa entre
equipas influencia mais a ocorrência de autogolos do que a força absoluta ou a
qualidade geral do jogo.
· Efeitos relativos ao tempo
Não foram encontradas
diferenças significativas entre autogolos e golos normais relativamente ao
tempo de jogo, quando este foi dividido em intervalos de 15 minutos. Também não
houve diferenças significativas em relação à jornada dentro da época ou à distribuição
de autogolos ao longo das diferentes épocas analisadas.
· Zonas do campo
Os dados mostram uma forte
tendência para os autogolos serem marcados mais perto da baliza do que os golos
normais, com mais de metade dos autogolos ocorrendo na zona 1 (pequena área
entre os postes), enquanto essa zona representa apenas 22,3% dos golos normais.
A zona 2 (pequena área fora dos postes) foi responsável por 13,4% dos
autogolos, mas apenas 1,2% dos golos normais. Quase nenhum autogolo foi marcado
fora da área de penálti, contrastando com 15,7% dos golos normais (figura 3).
Foi identificada uma associação estatisticamente significativa entre as zonas
dentro da área de penálti e a ocorrência de autogolos.
Figura 3. Distribuição da origem dos autogolos com base nas zonas
marcadas em metade do campo de futebol. Cada zona é indicada com números (Z1 a
Z7), juntamente com a contagem de golos, percentagem do total de autogolos e
densidade de golos (média de golos por metro quadrado). A cor mais escura
representa uma maior densidade de golos. Note-se que as zonas Z2, Z4, Z5 e Z7
têm dois segmentos em cada lado da linha central do campo.
Cruzamentos ou passes
diagonais, vindos das zonas 4, 5 e 7, foram responsáveis pela maioria das ações
que antecederam os autogolos.
· Organização defensiva
Cerca de 63% dos autogolos
surgiram apesar de a defesa estar organizada. Do ponto de vista estatístico, a
defesa estava significativamente mais organizada do que desorganizada aquando
da marcação de autogolos. Não foram encontradas associações estatisticamente
significativas entre a organização defensiva e o estatuto da equipa que sofreu
o autogolo (visitada ou visitante).
· Ação prévia ao autogolo
Quase um terço de todos os
autogolos ocorreu após um remate da equipa adversária (30,2%), enquanto
cruzamentos e passes representaram mais de um quarto dos casos cada (27,9 e
26,9%, respetivamente). A “ação anterior” refere-se à última ação do adversário
antes da bola chegar ao jogador que marcou o autogolo.
·
Parte do corpo
O pé e a cabeça, apesar de serem as partes do corpo mais
utilizadas deliberadamente no futebol, representaram apenas cerca de 50% dos
autogolos. O segmento da perna, por exemplo, originou 23% dos casos.
· Oponentes em zonas perigosas
Em média, 3,88 adversários
estavam na área de penálti no momento do autogolo, sendo mais comum a presença
de 4 (27,7%) e 3 atacantes (24,5%) nessa zona. Ao redor do marcador do
autogolo, num raio de 3 metros, estiveram em média 0,87 adversários, com 1
atacante nas proximidades em 55,3% das ocasiões, seguido de 0 atacantes em
30,8% das vezes.
· Análise combinada do tipo de ação prévia e zona do
autogolo
Em relação ao tipo de ação
prévia e zona do autogolo, a combinação remate com autogolo na zona 1 ocorreu
em 15,4% das vezes, seguido de passe, cruzamento e cabeceamento com autogolos
concedidos também na zona 1 em 13,0%, 11,5% e 10,3% das ocasiões,
respetivamente.
· Análise combinada da qualidade da equipa com a zona do
autogolo e o tipo de ação prévia
As equipas favoritas
dominaram significativamente os autogolos derivados das zonas 3 (71,9%) e 6
(78,1%), enquanto os outsiders beneficiaram mais de ações dentro da área (zonas
3 e 1) ou assistências diagonais das laterais (zona 7). Em termos de ações
precedentes, os favoritos foram superiores em cruzamentos, remates e passes,
representando cerca de ~67% dos golos nessas categorias. Os cabeceamentos foram
a única ação onde os outsiders conseguiram nivelar os favoritos. As evidências
sugerem que a superioridade dos favoritos está mais associada a vantagens
técnicas do que físicas.
· Análise combinada da situação de jogo
Quase três quartos (73,9%)
dos autogolos resultantes de cantos foram marcados na zona 1. Da mesma forma,
mais de metade (54,5%) dos autogolos provenientes de livres também ocorreram
nessa zona. Além disso, quase metade (43,7%) dos autogolos em lances de bola
corrida foram registados na zona 1. Assim, a zona 1 revelou-se uma área crucial
para a ocorrência de autogolos, independentemente de se tratar de bolas paradas
ou de jogadas corridas, sendo especialmente proeminente em situações de canto.
Aplicações práticas
Com base nos resultados obtidos, identificaram-se 5 aplicações práticas que podem ser aproveitadas pelos treinadores para melhorar a performance das suas equipas, quer no sentido de provocar, quer no de prevenir autogolos. Estas aplicações focam-se em otimizar as estratégias ofensivas e defensivas para reduzir a probabilidade de autogolos e aproveitar momentos de desorganização adversária, permitindo uma abordagem mais sistemática e informada em campo.
1. Treinar para aproveitar ou evitar situações caóticas: algumas situações de jogo mais caóticas e inesperadas podem levar a autogolos. Os treinadores devem preparar exercícios específicos que simulem estas situações, tanto ofensivas quanto defensivas, para treinar os jogadores a provocarem erros nos adversários ou a evitá-los na própria equipa. A análise de desempenho deve focar-se nos momentos de jogo caóticos que podem influenciar o resultado de forma imprevisível, explorando a relação entre ordem e caos nas decisões.
2. Considerar o contexto do jogo na preparação estratégica para a competição: a vantagem de jogar em casa também influenciou a ocorrência de autogolos, o que indica que este processo não é completamente aleatório. Os treinadores devem ter em mente que equipas favoritas, especialmente quando jogam em casa, tendem a beneficiar mais de autogolos, possivelmente devido à menor qualidade defensiva e dos guarda-redes das equipas menos cotadas. Assim, a equipa deve estar preparada para explorar o contexto de jogar em casa, tirando partido da vantagem psicológica e tática, treinando ainda ações que coloquem pressão adicional sobre adversários menos qualificados.
3. Trabalhar a organização defensiva em situações de bola parada: os autogolos são mais frequentes em pontapés de cantos, possivelmente devido à elevada presença de jogadores na área em comparação com outras situações de jogo. As equipas técnicas devem propor exercícios que aprimorem a organização defensiva durante os cantos, simulando cenários com vários atacantes dentro da área (4 ou mais). O objetivo passa por desenvolver comportamentos coletivos e individuais que minimizem os riscos de desorganização e reduzir a probabilidade de autogolos, nomeadamente através de uma melhor comunicação entre os jogadores e um posicionamento defensivo mais eficaz.
4. Prevenir autogolos em zonas próximas da linha de baliza: a maioria dos autogolos ocorre na pequena área entre os postes da baliza (zona 1), enquanto zonas mais afastadas raramente resultam em autogolos. Os profissionais do treino devem estimular os defensores a adotar comportamentos específicos em situações de passes e cruzamentos laterais adjacentes à zona 1. É essencial uma organização defensiva adequada para evitar situações de infortúnio ou erro, uma vez que ações indiretas, como cruzamentos e passes, são mais propensas a gerar autogolos do que remates diretos.
5. Minimizar autogolos por contactos acidentais: mais
de metade dos autogolos foram marcados com partes do corpo que não o pé ou a
cabeça, indicando que os mesmos resultam mais de contactos acidentais do que de
falhas técnicas ao tentar intercetar ou aliviar a bola. Para minimizar este
tipo de ocorrências, recomenda-se que, no treino, sejam recriados momentos de
pressão dentro da área, onde é comum a presença de vários atacantes. A ênfase
deve estar na organização defensiva e na consciência posicional dos jogadores,
mesmo em situações de pressão intensa.
Conclusão
Este estudo revelou que os autogolos, embora
frequentemente considerados aleatórios, seguem padrões específicos que podem
ser explorados tanto ofensiva quanto defensivamente. Equipas favoritas,
especialmente em casa, tendem a beneficiar mais de autogolos, enquanto
situações caóticas ou com múltiplos atacantes na área aumentam o risco destes
eventos raros do jogo. A maioria dos autogolos ocorre na pequena área entre os
postes, sobretudo após cruzamentos ou passes laterais, mesmo com uma defesa
organizada. Assim, uma preparação tática cuidadosa e o treino de situações
imprevisíveis podem não só minimizar o risco de autogolos, como também criar
oportunidades para explorar fragilidades adversárias em momentos críticos do
jogo.
P.S.:
1- As ideias que constam neste texto foram originalmente
escritas pelos autores do artigo e, presentemente, traduzidas para a língua
portuguesa;
2- Para melhor compreender as ideias acima referidas,
recomenda-se a leitura integral do artigo em questão;
3- As citações efetuadas nesta rubrica foram utilizadas pelos
autores do artigo, podendo o leitor encontrar as devidas referências na versão
original publicada na revista International Journal of Performance Analysis
in Sport.
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