Entre outras opções estratégicas que me fizeram confusão no recente duelo Portugal 0 - 0 Brasil, o modo como a selecção nacional executou as bolas paradas no meio-campo ofensivo ficou no topo da minha incompreensão. As situações de bola parada são frequentemente decisivas em jogos desta natureza (i.e., equilibrados), por isso, é missão da equipa técnica explorar soluções para tirar o máximo proveito dessas circunstâncias.
Foto: Cristiano volta a marcar posição para ser ele a bater o pontapé livre.
Será que colocar o Cristiano Ronaldo, jogador que na minha opinião trabalha mais para a sua imagem do que para a equipa, a bater pontapés livres directos a 40 metros da baliza é a melhor solução? Qual a probabilidade de fazer um golo ao Júlio César desta distância? Decerto que é muito reduzida. Provavelmente, se a "equipa-de-todos-nós" tivesse procurado efectuar cruzamentos para o interior da grande área brasileira, onde poderiam aparecer jogadores como o Bruno Alves, Pepe, Ricardo Carvalho, Ricardo Costa ou o próprio Cristiano Ronaldo, talvez se tivesse criado melhores situações de finalização, ao invés de vermos a bola, invariavelmente, na sua trajectória para a bancada.
Os interesses individuais não se podem sobrepor ao colectivo e essa é, na minha perspectiva, um factor que a selecção nacional vai ter de contornar se quiser ultrapassar a Espanha. Não podemos ver o Cristiano Ronaldo somente a atacar e deixar as tarefas defensivas para os demais colegas de equipa, como também não podemos ver o "capitão" amuado pelo facto de a equipa técnica não o deixar bater todos os pontapés livres, a partir do meio-campo para a frente, directamente para fora.
Que fique bem claro que não tenho nada contra o Ronaldo. É um jogador espectacular e muito importante na equipa. Contudo, não concordo que seja o capitão (a braçadeira ficaria melhor entregue ao Ricardo Carvalho), que não cumpra tarefas defensivas e que marque todo e qualquer pontapé livre no sector ofensivo só porque já foi eleito o FIFA World Player of the Year.
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