2012. Um ano marcado por crises, austeridades, revoltas e fins do mundo. Ainda cá estamos, dizem os especialistas para enfrentar mais crises, austeridades, revoltas, mas sem fins do mundo. Acabaram-se as profecias maias.
Bolsas. Cada vez menores. Não em tecido, mas em moeda corrente. Parecem mais pesadas, porém a ilusão deriva da matéria do dinheiro. O peso é inversamente proporcional ao seu valor, daí que 2 Euros pesem mais do que 200. O engraçado da coisa é que andamos com as bolsas ou os bolsos cada vez mais pesados, embora tenhamos menor poder de compra. É a crise.
Valores. Uma crise que se designa por “económico-financeira”. Guardo para mim que são os valores que se enterram. Administradores de grandes empresas repartem milhões em prémios ou bonificações, resultantes de excedentes, enquanto famílias debatem-se heroicamente para poder comer. Como é um fenómeno à escala planetária, entendo que é a humanidade que está crise. Saber de enredos de senhores de poses a fazer coleções de carros de alta cilindrada, com milhares, milhões ou biliões a passar ou a morrer de fome, é algo que nos devemos de, no mínimo, envergonhar. Uns riem-se maliciosamente dos que pior ficam, uns revoltam-se, a maioria assobia para o lado.
2013. As expectativas pessimistas. Se o Homem sonha, a obra nasce, então se o Homem projeta pesadelos, o que de lá virá? As trevas? Há quem nos minta e refira que vai ser melhor; há quem nos queira comprar com o retorno de subsídios, que na prática não nos traz quaisquer benefícios; há quem nos coloque a mão na consciência e nos desperte para o facto de ainda podermos fazer algo por nós próprios. Que nos relembre que somos livres, não de pagar menos impostos, mas de sermos melhores para a sociedade, para uma humanidade em decadência.
Para todos, um magnífico 2013. Que os seus dias nos façam partilhar os valores e o bom senso, que jamais qualquer política, crise ou austeridade nos poderá retirar dos(as) bolsos(as).