Paro e olho, perdido num deserto de sensações mirabolantes e fugazes como o vento árido que me cerca. Nunca pensei ficar perdido no deserto. Doze passos é o que consigo contar até ir de boca. Com a mão direita apanho um punhado de areia que me escapa por entre os dedos. Irritado, bato no areal, como quem esmurra o idiota que me batia quando era miúdo. Levanto-me e grito. Interessante: gritar. Ele responde-me no meio do deserto, como uma poção que atenua a dor de quem está longe de tudo. Um pensamento mórbido e tenebroso que me faça gritar é o remédio para a minha demência.
Desesperado, sigo o trilho do nada rumo à terra do nunca, onde ninguém envelhece. Sou tão parvo, como fui capaz de esquecer a terra dos meninos perdidos? É para lá que vão todos aqueles que se deixam cair no deserto. Pé ante pé, deixando para trás pegadas de SER que um dia apagar-se-ão, caindo no infortúnio do esquecimento.
Fui eu que me deixei ir; foste tu que me levaste. Quero ir e sei que vou chegar tarde. Deixa-me ir, para nunca mais voltar… em mim.
26/12/2007
Ecos da (minha) loucura
The Notebook (2004)
Ok, chamem-me lamechas, mas é um filme espectacular, com uma densidade dramática bem estruturada e, do ponto de vista emocional, assente em pressupostos que nos fazem pensar no significado das nossas vidas. O binómio decisão-consequência é alimentado de uma forma sublime, porque como diz o personagem principal: "não podemos ter tudo".
"A vida não é mais que uma questão de linhas de passe". Qual delas a melhor?
Continuações de Boas Festas!
17/12/2007
16/12/2007
O "faz-de-conta"!
12/12/2007
Adeus Tristeza (1983)
(Linda Martini - cover do original de Fernando Tordo - Adeus Tristeza)
08/12/2007
Contra a corrente
05/12/2007
Seis!
De acordo com dados da Aliança Europeia Contra a Depressão, em Portugal suicidam-se seis pessoas por dia, como consequência de estados depressivos avançados.
Quantos são os casos que nos passam ao lado e nós, descuidados, nem damos conta? Qual o pretexto para pôr fim à vida, sem lutar primeiro por boas razões para viver?
A complexidade dos casos é de tal ordem, que tenho receio de responder às questões, a sério.
28/11/2007
A Criança, a Fantasia e o Pai Natal.
25/11/2007
Selecção Nacional: missão cumprida
17/11/2007
Como é bom cair.
10/11/2007
O Treino de Jovens
05/11/2007
"Dá-me a tua melhor faca, para cortarmos isto em dois..."
04/11/2007
Corrupção
O que podemos exigir? Transparência e justiça, somente.
02/11/2007
Carrossel sem sentido
28/10/2007
Em maré de regressos...
Hoje, no Estádio da Luz às 19h45, 8ª jornada da I Liga portuguesa: SL Benfica - CS Marítimo.
21/10/2007
O Regresso
O Jamor pisca-lhe o olho, rodeado por uma zona verde lindíssima a contrastar com o azul do Tejo. Quantas vezes não corri na mata do Jamor, sempre a pensar o quão parecido seria correr na minha serra de Monchique, com todas as potencialidades para receber um circuito de manutenção jeitoso? Sempre me senti em casa.
Para além disso, vou voltar a uma instituição que muito tem feito pelo Desporto e pela Educação Física em Portugal. Desde 1940, ainda INEF (Instituto Nacional de Educação Física), passando posteriormente - 1975 - para ISEF (Instituto Superior de Educação Física), até à actual FMH (Faculdade de Motricidade Humana), a partir de 1989. Um orgulho, uma tradição.
Por entre conhecimento adquirido, estudo, trabalhos e amizades que perduram a centenas de quilómetros de distância, vive na memória o ambiente jovial e desportivo da Faculdade de Motricidade Humana.
Porque ainda tenho muito para aprender, vamos a outra etapa académica. Certamente que não será fácil, há bastante para conciliar, mas com esforço é possível. Acima de tudo, um regresso desejado a uma casa muito especial.
Até breve!
18/10/2007
Step Up: com esforço é possível!
Tyler Gage (Channing Tatum) e Nora Clark (Jenna Dewan) são dois jovens com backgrounds totalmente diferentes. Ele de famílias pobres e faz do crime um hobby; ela uma rapariga de famílias ricas, com pretensões de vir a ser uma dançarina profissional, estudando para isso num colégio elitista.
Quando ele, para cumprir pena, vai fazer trabalho comunitário nesse colégio, os dois conhecem-se. Uma vez que o habitual parceiro de Nora se lesiona, esta precisa de encontrar outro parceiro competente para a apresentação da sua coreografia de final de curso. Depois de algumas audições, onde todos os voluntários falham redondamente, aparece o "rapaz das limpezas" a tentar dar uma "mãozinha". Mal ela sabe que ele domina a arte do "break" e do "hip hop", aprendidas na rua.
O resto já imaginam: apaixonam-se, têm alguns "stresses", mas no fim sempre executam a tão esperada coreografia: uma mistura de dança clássica com novas formas de dança contemporânea. (Um aparte: a dança é fantástica, especialmente quando os protagonistas formam o par - técnica, ritmo, paixão, confiança e dedicação. Muito porreiro!)
Sim, eu sei, é apenas um filme, mas apesar das dificuldades e das diferenças, eles conseguiram. Quando queremos muito uma coisa, será assim tão impossível?
14/10/2007
Deixa-me perceber...
04/10/2007
Exigir um "Já!", quando só para "Amanhã"
03/10/2007
Ouvi Dizer...
A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura.
24/09/2007
Música: um alarme da sociedade.
Metallica - Turn the Page (Garage, Inc., 1999)
A música tem uma força enorme no seio da sociedade. Poucos são os que não ouvem música, mas a maioria fá-lo, no carro para o emprego, em casa, no hipermercado, no bar, etc.
Alguns artistas ou bandas aproveitam o seu talento para chamar a atenção para inúmeros problemas da sociedade: políticos, sociais, económicos ou até mesmo comportamentais. As mensagens veiculadas nas letras das músicas, nos vídeos oficiais ou nos slogans das "tournées" são exemplos disso mesmo: um alarme para a sociedade (ou da sociedade).
É designada por "música interventiva", não apenas pelo prazer da música em si, mas pelo modo como denuncia ou critica determinadas falhas da sociedade. No fundo, todos desejamos viver num mundo melhor, no entanto, das palavras aos actos há uma distância enorme a percorrer e nem sempre o fazemos da melhor maneira.
Perduram os bons exemplos, os maus não devem ser para esquecer, mas para aprender com com eles através do "como-não-fazer". Um bem-haja a quem procura, com as suas armas, lutar por um mundo progressivamente um pouco melhor.
20/09/2007
Até sempre, Chelsea!
16/09/2007
O valor educativo de uma imagem
Não fumo.
Esta opção foi tomada algures entre 1993 e 1995, aquando da minha passagem pelo 5º ou 6º ano de escolaridade. Lembro-me como se fosse ontem, a imagem dramática no manual de Ciências da Natureza a expor cruelmente os pulmões afectados pelo tabaco. Persegue-me até aos dias de hoje.
13/09/2007
O caso "Scolari"
08/09/2007
O Psicanalista
04/09/2007
Não é defeito, é feitio!
Em qualquer um dos jogos da Premier League foram cometidas menos faltas que nos jogos da Bwin Liga, e esse parâmetro traduz, de certo modo, a qualidade do jogo (menos "tempos mortos" e, consequentemente, um ritmo de jogo mais elevado).
No meio disto tudo, quem são os culpados? Árbitros, jogadores, dirigentes ou adeptos? Distribui-se o mal pelas aldeias. Não há profissionalização na arbitragem como em Inglaterra; decisões menos correctas são objecto de polémica imediata, muitas vezes desencadeadas por dirigentes incompetentes para encobrir os seus erros de gestão; os próprios jogadores fazem questão, perante pequenos toques, de se atirarem para o chão; etc... Somos todos culpados, pelo que também deveríamos ser "culpados" por tomar medidas para evitar esta questão podre do nosso futebol e do nosso desporto.
Árbtiros profissionais precisam-se, assim como de agentes desportivos capazes de lidar seriamente com este fenómeno que movimenta milhões de pessoas no nosso país.
Sejamos coerentes!
27/08/2007
Um atalho trágico...
Força Puerta, torço por ti!
Um triplo salto para o Ouro.
20/08/2007
Peca por tardio...
19/08/2007
Opeth - To rid the disease (2003)
Os suecos Opeth, não sendo uma banda muito conhecida no panorama nacional, deram os primeiros passos no mundo da música em 1990. O seu estilo é bastante marcado pelo heavy metal, mas também com influências de jazz, rock progressivo, blues e folk. Esta música faz parte do alinhamento do albúm Damnation, lançado em 2003. Neste registo, a banda procurou mostrar a vertente mais melódica da sua sonoridade, abulindo a distorção característica das suas guitarras e os tons graves do seu vocalista Mikael Åkerfeldt.
Na minha opinião, uma boa música é aquela que tem a capacidade de "mexer" connosco, isto é, de "brincar" com as nossas emoções, quer através da sua letra e/ou da sua sonoridade. Sempre que ouço este tema fico todo arrepiado, mesmo não estando ligado a nenhum episódio marcante da minha vida... pelo menos que conste no meu consciente.
Começo Aziago
14/08/2007
A Saúde Portuguesa: SIMPLEX!
08/08/2007
A magia da ingenuidade
31/07/2007
Monchique - Noites de Verão 2007
11 de Agosto - Dia Internacional da Juventude
BLASTED MECHANISM
22h - Parque São Sebastião
"Let's start a Revolution!"
28/07/2007
Por uma "NIGHT" sem discriminação
27/07/2007
22/07/2007
13/07/2007
O Codex 632
10/07/2007
Susceptibilidade Biológica do Ser.
09/07/2007
A arte de somar fracassos em competição.
Sem rodeios, é tempo de começarmos, pelo menos, a mostrar algum Futebol. Divirtam-se!
06/07/2007
Vendo...
Data de aquisição: Novembro de 2002
Preço de aquisição: 600€
Estado: bem conservada (como na foto)
Até breve!
30/06/2007
Eles partiram a loiça toda.
Foram 2 horas e 22 minutos de músicas old school num ritmo frenético. Não tocaram músicas do albúm mais recente de originais (St. Anger, 2004) e abusaram, como deve ser, nos potentes temas dos seus primórdios. Desde Creeping Death até Seek & Destroy, passando por Ride The Lightning, The Four Horsemen, Fade To Black ou Master of Puppets, os homens "partiram a loiça toda". Literalmente!
Um concerto memorável, que superou o de 2004 no Rock in Rio. Sem dúvida, o melhor que já tive oportunidade de assistir ao vivo. Digam o que disserem, mas nenhuma banda neste festival superará o virtuosismo, a elegância e a potência dos Metallica.
Velhos são os trapos.
25/06/2007
Para quê ver com os olhos em bico?
"Os presidentes dos nossos clubes, (...) julgam que dirigir um clube é dar umas 'bocas' para os media, (...) negociar com terceiros os direitos de TV e com empresários (...) a compra e venda de jogadores. E ficam sentados à espera dos resultados, uns por preguiça ou desleixo, outros por incompetência." [Nem mais!]
Pelo meio, fiquei a saber que Portugal lidera, desde 2002, a "importação" de jogadores brasileiros, com "140 futebolistas/ano, à frente de todos os países ricos da Europa". [Caramba, somos assim tão fracos na formação?]
Finalmente, o caso do SL Benfica, "(...) clube que, pela popularidade junto das classes menos favorecidas e mais numerosas, podia ser um especial chamariz junto dos dois milhões de jovens portugueses que fazem do futebol um centro de interesse." Ao invés, a "escola do ex-sindicalista A. Carraça", em vez de formar portugueses, importa chineses e alcança o feito, época 2006/2007, de não ganhar nada nos escalões de Iniciados, Juvenis e Juniores. [Precisamente, perdeu os títulos para FC Porto (Iniciados e Juniores) e Sporting CP (Juvenis).]
A rematar esta postagem, só uma 'achega' de Rui Cartaxana:
"Os clubes só têm uma hipótese: ou apostam a sério na formação e reduzem ao máximo a compra de estrangeiros ou abrem falência a curto/médio prazo."
Pelo artigo, pela opinião, pela frontalidade... foram 0,75€ muito bem gastos.
23/06/2007
Entre, Sr. Cardozo.
17/06/2007
Algo que me dilacera, bem lá no fundo.
Imagens do Corpo.
- Tens algo para me dizer, eu sei... aproveita agora que não está aqui ninguém – continuo, sussurrando. Mas ela... nada!
- Queres fazer "jogo" comigo é? – pergunto irritado, e continuo: – Pensas que me podes ignorar, tal como fazes com os milhares de corpos que ano após ano te veneram? Pois fica sabendo que tu não passas de tela e óleo, nunca sentiste, nunca cheiraste, nunca ouviste, nem nunca provaste. Só vês! Conheces de cor todos os cantos deste átrio, mas eu posso sentir a chuva a cair, cheirar o perfume da rosa, ouvir o cântico dos melros ou fazer caretas ao provar a acidez do limão.
Mais uma vez sou ignorado, é inútil... ela não me ouve.
Entretanto, aproxima-se um grupo de turistas para ver o célebre quadro. Diante da tela, mergulham como que hipnotizados na imagem daquela rapariga enigmática. Nem me olham! Porquê? Eu era o único corpo que estava presente! Será que é por ser igual a eles que não reparam? E se por artes mágicas o meu corpo fosse estampado num quadro e exposto ao lado dela? Passaria de três para duas dimensões, mais nada! Ah... e deixaria de sentir, ouvir, provar ou cheirar... apenas iria ver, durante 5, 10, 100 ou 1000 anos, milhares de corpos no “pára-arranca” com a mesma paisagem de fundo. Sentir-me-ia bem? Nem sequer me iria sentir, o meu mundo enquanto corpo terminaria no processo de estampagem de mim próprio.
Lanço um último olhar ao quadro, a pintura representa um corpo que está ausente, não se manifesta. De facto ele quer-nos dizer qualquer coisa, mas nós nunca saberemos o quê, pois simplesmente não habita nos padrões psicofisiológicos da nossa realidade. Resumindo: é material... só e somente!