Nota prévia: O artigo científico alvo da presente síntese foi selecionado em função dos seguintes critérios: (1) publicado numa revista científica internacional com revisão de pares; (2) publicado no último trimestre; (3) associado a um tema que considere pertinente no âmbito das Ciências do Desporto.
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Autores: Deuker, A., Wittkugel, J., Jakobs, K., Raabe, D. &
Vogt, T.
País: Alemanha
Data de
publicação: 23-maio-2025
Título: Shall we double the box? – Pitch scaling strategies
for enhanced representativeness in soccer training
Referência: Deuker, A., Wittkugel, J., Jakobs, K., Raabe, D. & Vogt, T. (2025). Shall we double the box? – Pitch scaling strategies for enhanced representativeness in soccer training. International Journal of Sports Science & Coaching, 1–16. Advance online publication. https://doi.org/10.1177/17479541251343589
Figura 1. Informações editoriais do artigo do mês 67 – julho de
2025.
A definição das dimensões do campo no treino com jogos reduzidos (JRs) é uma decisão estratégica que depende de múltiplos fatores, incluindo os objetivos da sessão, as intenções táticas do treinador e as condições logísticas disponíveis. Na prática atual, é comum os treinadores optarem por campos mais pequenos e um número reduzido de jogadores, com o intuito de aproximar os exercícios do contexto competitivo e de aumentar a frequência de ações por jogador (Clemente et al., 2021).
Os JRs com forte componente situacional ganham destaque no treino por criarem contextos significativos e ajustados às exigências do jogo. Em vez de recorrer a exercícios descontextualizados, estas tarefas colocam os jogadores perante o mesmo problema de desempenho em condições variáveis, o que estimula a adaptabilidade (Deuker et al., 2024; Correia et al., 2019). Esta abordagem apoia-se no princípio da “repetição sem repetição”, em contraste com a repetição mecânica – “repetição após repetição” –, e permite que os jogadores testem diferentes soluções motoras para a mesma tarefa, levando ao desenvolvimento de competências mais funcionais e ajustáveis à situação de competição (Renshaw et al., 2022).
A área individual por jogador (area per player: APP) é um dos principais constrangimentos espaciais no treino de futebol e tem impacto direto nos comportamentos tático-técnicos, na tomada de decisão e na carga física. Nos jogos formais de 11v11, disputados em campos com dimensões regulamentares da UEFA (105 x 68 m), a APP atinge os 325 m2 (Brandes, 2023). Contudo, nos JRs com forte componente situacional e em muitos formatos de treino convencionais, a área tende a ser significativamente menor, situando-se geralmente abaixo dos 150 m2/jogador (Clemente et al., 2018, 2023). Esta redução influencia o tipo de estímulos a que os jogadores são expostos, nomeadamente em termos de pressão temporal, densidade de ações e espaço disponível para executar comportamentos tático-técnicos. Por isso, Olthof et al. (2019) defendem a necessidade de aproximar a APP dos valores observados em jogo formal, ajustando as dimensões do campo nos exercícios, com o intuito de replicar de forma mais realista as exigências físicas e decisórias da competição.
Ancorada na perspetiva da Dinâmica Ecológica, a valorização das condições espaciais inspiradas no jogo formal assenta no princípio da representatividade da tarefa na preparação de exercícios de treino desportivo. Um ambiente de aprendizagem representativo garante a funcionalidade e a fidelidade da ação nos processos de treino, ensino e intervenção (Pinder et al., 2011). Para tal, os treinadores devem conceber cenários de aprendizagem dinâmicos que reproduzam com precisão as variáveis informacionais dos contextos específicos de desempenho.
Neste quadro, as dimensões do campo assumem um papel
central, com impacto direto na eficácia do treino. Ainda assim, a discrepância
entre a APP no jogo formal (325 m2) e nos JRs utilizados em treino
continua a ser pouco considerada. O desafio passa por quantificar a
representatividade espacial entre formatos. Este artigo analisa se os JRs com componente
situacional geram padrões de coordenação interpessoal comparáveis ao 11v11, ao
avaliar se as estratégias de definição das dimensões do campo em exercícios fracionários
promovem comportamentos espaciais coletivos equivalentes aos do jogo completo
(Olthof et al., 2018; Savoia et al., 2021).
Contexto sociocultural: a génese dos constrangimentos
espaciais no desenho de tarefas parcelares no futebol
Esta secção analisa o enquadramento sociocultural que
está na origem dos constrangimentos espaciais nos exercícios fracionários. O
objetivo passa por identificar fatores que influenciam as decisões dos
treinadores sobre as dimensões do campo, explicando as discrepâncias observadas
na APP entre o treino e o jogo formal.
Figura 2. Esboço de diferentes métodos de ajuste dimensional em JRs e respetiva área por jogador (APP): A. Abordagem centrada nos jogos reduzidos e condicionados: utiliza espaços de ação mais pequenos para desenvolver literacia física, técnica e tática, aumentando assim a frequência de ações, como por exemplo o número de duelos (Davids et al., 2013); B. Abordagem por conveniência: consiste em duplicar a área de grande penalidade (“a caixa”), que proporciona uma configuração simples e que requer pouco espaço (Clemente et al., 2023); C. Área de jogo individual: utilizada para extrapolar o tamanho do campo nos JRs a partir do jogo formal, com o objetivo de aumentar a especificidade do treino na melhoria da proficiência tática (Fradua et al., 2013); D. Regra prática: define as dimensões do campo com base no número de jogadores, adicionando 10 metros ao comprimento e 5 metros à largura por jogador (Verheijen, 2014); E. Abordagem tática: estabelece o tamanho do campo com base no espaço tático de ação dos jogadores envolvidos no jogo formal (Peter & Barez, 2016; Paul et al., 2024) (Deuker et al., 2025).
A: Abordagem centrada nos jogos reduzidos e
condicionados
Os JRs são versões simplificadas do jogo formal, com
menos jogadores (máx. 6v6) e menor espaço, o que aumenta a frequência de ações
por jogador (Clemente et al., 2021). Inicialmente criados para otimizar o tempo
de treino e desenvolver capacidades físicas dentro do princípio da
especificidade, os JRs substituem atividades tradicionais (ou gerais) à base de
corrida (Davids et al., 2013). A sua evolução para “jogos reduzidos e
condicionados” introduz maior complexidade tática e tomada de decisão, o que
permite aos jogadores abordar tópicos específicos do jogo em contextos
funcionalmente representativos (Davids et al., 2013).
B: Abordagem por conveniência
Em muitos contextos escolares ou comunitários, o espaço
disponível para treinar futebol é escasso. Por isso, tornou-se comum utilizar
apenas meio-campo ou duplicar a área de penálti (prática conhecida como “dobrar
a caixa”) para realizar JRs ou formas jogadas (Vilar et al., 2014). Este método
aproveita as linhas já existentes no campo, exigindo apenas uma extensão
lateral da área de penálti. Por reduzir significativamente o espaço face ao
jogo formal, esta abordagem é frequentemente empregue sem a regra do fora de
jogo, de forma a recuperar alguma profundidade e aumentar o espaço efetivo de
jogo (Praça et al., 2021). Porém, ao eliminar o espaço real atrás da linha
defensiva, levantam-se dúvidas sobre a fidelidade das ações ofensivas e
defensivas produzidas neste formato.
C: Área de jogo individual
A regra do fora de jogo influencia, sobretudo, as
tendências de ocupação do espaço por parte dos jogadores de campo num jogo de
futebol, os quais utilizam tipicamente apenas entre 20 e 25% do total da área
do campo (Fradua et al., 2013). O denominado “espaço efetivo de jogo” torna-se
o terreno onde a equipa atacante procura penetrar o bloco defensivo adversário.
Como os JRs de incidência situacional foram inicialmente adotados para
desenvolver competências técnicas e táticas (Davids et al., 2013), muitos treinadores
começaram a concebê-los de forma a reproduzir as dinâmicas espaciais observadas
nos jogos formais. Contudo, confinar os jogadores a APP extrapolada pode não
representar fielmente as dinâmicas espaciotemporais vividas num jogo em campo inteiro.
D: Abordagem da regra prática
A chamada “regra prática”, popularizada por Raymond
Verheijen, define o tamanho do campo com base no número de jogadores, somando
10 metros de comprimento e 5 metros de largura por jogador (Verheijen, 2014).
Apesar da escassa validação científica, esta abordagem ganhou visibilidade,
impulsionada pelos cursos de “periodização no futebol” propostos pelo autor e reconhecidos
por várias federações (Zlojutro et al., 2023). Contudo, esta regra apresenta
limitações matemáticas: ao dimensionar o campo de forma linear, a área total
não acompanha a variação no número de jogadores, fazendo com que a APP diminua
à medida que se reduz o número de participantes. Esta estratégia metodológica
contradiz o princípio da representatividade, uma vez que compromete a
correspondência entre as exigências espaciais do exercício e as do jogo formal,
dado que a área do campo aumenta de forma quadrática, não linear.
E: Abordagem Tática
A abordagem tática procura replicar os espaços de ação habituais dos jogadores e a estrutura posicional observada no jogo formal, a fim de garantir maior fidelidade tática (Peter & Barez, 2016; Paul et al., 2024). A definição das dimensões do campo nos exercícios baseia-se diretamente nas exigências espaciais do jogo completo, sendo comum utilizar cerca de metade do campo oficial. No contexto da Federação Alemã de Futebol, recomenda-se, por exemplo, cortar lateralmente o campo em diagonal para limitar os espaços dos extremos e, assim, aumentar a representatividade da tarefa (Peter & Barez, 2016; figura 2, painel E). Em comparação com as restantes abordagens descritas, esta estratégia resulta numa das maiores APP, situando-se entre os 200 e os 250 m2. Apesar disso, mesmo estes valores não alcançam a APP típica de jogos formais (325 m2), conforme indicado por Olthof et al. (2018, 2019).
Métodos
· Participantes
Foram recrutados 22
jogadores de futebol do sexo masculino (idade: 23 ± 5 anos) pertencentes a uma
equipa satélite profissional de um clube da Bundesliga alemã (4.ª divisão). Os
jogadores treinavam 5 a 6 vezes por semana e realizavam um jogo oficial
semanalmente. Todos os participantes assinaram o consentimento informado após
serem esclarecidos sobre os procedimentos do estudo.
· Desenho do estudo
O estudo adotou um design
cruzado, controlado, inspirado em Low et al. (2021, 2022), com o objetivo de
comparar o desempenho em jogos 11v11 realizados sob 5 condições distintas de
dimensão do campo (Figura 3). Todos os jogos decorreram num campo relvado
natural e cumpriram as regras oficiais. Após um aquecimento de 20 minutos
orientado pelo preparador físico, o treinador principal (UEFA Pro) organizou os
jogadores em duas equipas equilibradas (sistema 4-4-2), sem fornecer instruções
táticas adicionais além das funções posicionais e dos objetivos de marcar ou
impedir golos. As 5 condições testadas foram: (a) OF11v11: campo oficial
com 296 m2 por jogador; (b e d) RP7v7 e RP5v5,
respetivamente: campos ajustados para manter a APP do jogo formal (296 m2/jogador);
(c e e) S7v7 (184 m2) e S5v5 (174 m2):
dimensões recomendadas na literatura sobre JRs (Owen et al., 2014).
Figura 3. Dimensões dos campos utilizadas no estudo (representação
proporcional): a. OF11v11: área por jogador (APP) de 296 m2,
equivalente à de um jogo oficial 11v11; b. RP7v7 e d. RP5vs5: ambas com
APP de 296 m2, mantendo a proporcionalidade em relação ao jogo
oficial; c. S7v7 e e. S5v5: condições com APP reduzida (184 m2
e 174 m2, respetivamente), de acordo com Owen et al., 2014 (Deuker
et al., 2025).
· Unidades experimentais
Foram realizados 60
ensaios ofensivos (12 por condição), sendo cada tentativa considerada uma unidade
experimental independente (Low et al., 2021, 2022; Lazic et al., 2018). Cada
ensaio iniciava-se com um passe do guarda-redes e terminava com golo, perda de
posse ou interrupção do jogo. A defesa podia lançar contra-ataques para simular
um posicionamento realista da equipa atacante, garantindo uma estrutura estilo
“rest-defending”. Embora recuperações ofensivas permitissem concluir o ataque,
esses casos não foram incluídos na análise. Após 6 ensaios e uma pausa, as
equipas trocavam de função.
· Recolha de dados
As posições dos jogadores
foram registadas com GPS Catapult© a 10 Hz (CV: 1,9–4,7%; Scott et
al., 2016), com interpolação linear de falhas inferiores a 2 segundos (s). Uma
GoPro Hero 6 Black© (30 Hz, vista elevada) validou os dados e
definiu os limites temporais de cada ensaio.
· Processamento de dados
Com base nas coordenadas
x-y, foram calculadas duas métricas individuais: distância ao colega mais
próximo (Distance to Nearest Mate) e ao adversário mais próximo (Distance
to Nearest Opponent), com médias por equipa em ataque e defesa (Low et al.,
2020). Ao nível coletivo, utilizou-se a triangulação de Delaunay para estimar a
área média dos triângulos formados por cada equipa (Mean Delaunay Triangle
Area) em ataque e defesa (Raabe et al., 2024), permitindo uma análise mais
detalhada da organização espacial do que o mero polígono convexo (Fradua et
al., 2013; Bueno et al., 2021). As falhas de GPS superiores a 2 s levaram à
exclusão das métricas afetadas, nomeadamente os cálculos espaciotemporais por frame
e a distância ao colega mais próximo em contexto defensivo (Low et al., 2022).
O processamento foi realizado em Python (v3.12.2), com os pacotes SciPy e
floodlight.
· Análise estatística
O conjunto de dados foi
testado quanto à normalidade (teste de Shapiro-Wilk) e homogeneidade das
variâncias (teste de Levene). Foi realizada uma ANOVA de medidas repetidas para
comparar os valores dos ensaios nas 5 condições. Como a homogeneidade das
variâncias foi violada (p < .05), aplicaram-se correções de
Greenhouse-Geisser. Em caso de significância, realizaram-se comparações post-hoc
par a par (LSD de Tukey). Os tamanhos do efeito foram calculados com eta
quadrado parcial (η²) e classificados como pequeno (η² < .06), moderado (.06
≤ η² < .15) ou grande (η² ≥ .15) (Cohen, 2013). As análises foram conduzidas
no RStudio (v1.4.1564).
Principais resultados
A análise comparativa
entre as diferentes condições experimentais permitiu identificar variações
relevantes nos padrões de organização espacial das equipas. Os indicadores
selecionados – distâncias interpessoais e área média dos triângulos de Delaunay
– evidenciaram diferenças sistemáticas entre os formatos de campo, com especial
destaque para as condições mais reduzidas, nomeadamente:
· Distância ao companheiro de equipa mais próximo (ataque)
Verificou-se uma redução
significativa da distância média entre companheiros de equipa em cenários de
campo reduzido, sobretudo na condição S5v5, onde essa distância diminuiu para
cerca de 70% face à observada no jogo formal (OF11v11). Esta condição apresentou
a diferença mais acentuada, evidenciando uma maior proximidade e densidade de
jogadores no ataque.
· Distância ao companheiro de equipa mais próximo (defesa)
Em contexto defensivo,
observaram-se resultados semelhantes: a menor distância média entre colegas
ocorreu na condição S5v5. Esta configuração de campo gerou uma compactação
defensiva substancial. Além disso, a comparação entre as condições
representativa (RP5v5) e reduzida (S5v5) revelou diferenças significativas, o
que reforça a ideia de que campos mais pequenos promovem maior proximidade
entre jogadores.
· Área média dos triângulos de Delaunay (ataque)
A área média dos
triângulos formados entre os atacantes foi significativamente menor nas
condições com campo reduzido. Em particular, a S5v5 apresentou a redução mais
acentuada, seguida da S7v7. Estes resultados indicam menor dispersão posicional
e maior densidade dos jogadores em fase ofensiva.
· Área média dos triângulos de Delaunay (defesa)
Também em contexto
defensivo, as áreas médias foram significativamente inferiores nas condições
S7v7 e S5v5, comparadas com a condição de jogo formal. A condição RP7v7 foi a
que mais se aproximou dos valores observados no OF11v11, o que sugere uma maior
representatividade espacial desta condição experimental.
Aplicações práticas
A escolha do formato
espacial nos JRs tem implicações diretas na representatividade das tarefas de
treino e, consequentemente, na transferência de competências para o jogo
formal. Este estudo analisou comparativamente diferentes estratégias de ajustamento
dimensional em subtarefas de treino (5v5 e 7v7) e destacou a importância de
aproximar as condições espaciotemporais do treino às do jogo formal (11v11).
Com base nos principais resultados, apresentam-se 5 recomendações práticas que
ajudam os treinadores a tomar decisões mais fundamentadas na organização dos
seus exercícios:
1. Priorizar formatos representativos (RP7v7 e RP5v5) em tarefas táticas complexas: os formatos propostos com base na área de jogo individual do jogo formal (APP ≈ 296 m2) foram os únicos que não diferiram significativamente do 11v11 em nenhum parâmetro espacial analisado. Assim, quando o objetivo é simular dinâmicas posicionais e coletivas do jogo formal, é recomendável privilegiar-se o uso dos formatos RP7v7 e RP5v5.
2. Reduzir a utilização excessiva de formatos muito pequenos como o S5v5: apesar de frequente no treino pela elevada repetição e intensidade, o formato S5v5 mostrou-se o mais distante do jogo formal em todos os indicadores. A sua utilização deve ser criteriosa, sobretudo quando possa comprometer a representatividade das ações e o desenvolvimento de competências transferíveis para o jogo.
3. Utilizar o RP7v7 como o formato mais próximo do 11v11 para treino coletivo: o RP7v7 foi a condição que mais se aproximou do jogo formal, em termos do número de jogadores, dimensão do espaço e organização coletiva. Pode ser particularmente útil em tarefas de treino centradas em princípios de jogo ofensivos ou defensivos, com elevada exigência tática e posicional.
4. Adaptar o espaço ao número de jogadores e ao objetivo tático-técnico da tarefa: a definição do espaço de jogo não deve obedecer cegamente a proporções fixas (ex. “dobrar a área”), mas sim àquilo que a tarefa exige em termos de tomada de decisão e interação entre jogadores. Por exemplo, a mesma configuração pode ser adequada para treino de duplas ofensivas versus defensivas, mas inadequada para treino do setor defensivo completo.
5. Encarar a representatividade como um processo contínuo e
não absoluto: nenhuma tarefa de treino
reproduz fielmente as condições emocionais, contextuais e competitivas do jogo
formal. Porém, é responsabilidade do treinador garantir a maior semelhança
funcional possível nas tarefas, e com estímulos espaciais, temporais e
decisórios próximos das exigências reais de competição.
Conclusão
O estudo analisou a adequação de diferentes estratégias
de ajuste dimensional do espaço em JRs de treino, com base no princípio da
representatividade espacial face ao jogo formal (11v11). Os resultados
revelaram que formatos reduzidos com menor número de jogadores e APP inferiores
às do jogo formal comprometem a reprodução das condições espaciais observadas
em competição. Em contraste, os formatos representativos (RP7v7 e RP5v5),
ajustados com base na APP do jogo formal, mostraram maior proximidade
posicional e organizacional relativamente ao 11v11. As evidências reforçam a
importância de evitar tarefas excessivamente artificializadas, nas quais são
removidas fontes críticas de informação, como a profundidade nas costas da
linha defensiva. Recomenda-se, assim, que os treinadores concebam exercícios
que preservem as condições espaciotemporais essenciais do jogo e proporcionem
estímulos relevantes para a transferência de competências do treino para a
competição.
P.S.:
1- As ideias que constam neste texto foram originalmente
escritas pelos autores do artigo e, presentemente, traduzidas para a língua
portuguesa;
2- Para melhor compreender as ideias acima referidas,
recomenda-se a leitura integral do artigo em questão;
3- As citações efetuadas nesta rubrica foram utilizadas pelos autores do artigo, podendo o leitor encontrar as devidas referências na versão original publicada na revista International Journal of Sports Science & Coaching.
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