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09/10/2014

Porque estão os esquerdinos sobrerrepresentados em certos desportos?

Há uns dias, numa busca casual, deparei-me com um artigo apelativo de dois investigadores turcos. Akpinar e Bicer (2014) fizeram uma extensa revisão da literatura acerca da lateralidade no desporto e procuraram identificar os motivos pelos quais os indivíduos esquerdinos (ou canhotos) estão sobrerrepresentados em certas modalidades.

Em primeira instância, os autores constataram que a incidência de indivíduos canhotos nas modalidades desportivas de interação (i.e., jogos desportivos coletivos) tende a ser frequentemente superior à incidência de canhotos na população geral. Por exemplo, 13% dos jogadores da NBA, na época 2013/2014, eram canhotos; em média, 28.5% dos jogadores de equipas de andebol são canhotos; o Arsenal, na época 2013/2014, tinha 36% de jogadores esquerdinos na sua equipa principal de futebol. Todos estes valores são superiores aos valores relativos de 8-10% de canhotos, observados em diversos estudos transculturais para a população em geral.

Esta evidência é interessantíssima e suscitou a necessidade de obter uma resposta plausível para o facto. Porque é que tal sucede? Pois bem, de acordo com a pesquisa efetuada por Akpinar e Bicer (2014), foram colocadas duas hipóteses explicativas:

a) Hipótese da superioridade inata: baseada em vantagens decorrentes de predisposições percetivas e neuropsicológicas dos canhotos (e.g., tempos de reação mais curtos, melhor capacidade de antecipação) e de adaptações anatómicas (cérebros mais simétricos, com conexões mais amplas e eficientes entre os dois hemisférios);

b) Hipótese da frequência negativa: vantagem dos esquerdinos derivada da menor experiência dos adversários em lidar com estruturas de movimentos menos frequentes, ou seja, determina uma menor afinação dos oponentes destros às ações produzidas pelos indivíduos canhotos (desvantagem no desenvolvimento de abordagens estratégico-táticas).

Por outro lado, nos desportos coletivos, a presença de sujeitos esquerdinos pode oferecer uma panóplia de soluções ao treinador que não devem ser descuradas. O ponta direito no andebol, por exemplo, ao ser canhoto aumenta substancialmente o ângulo de abordagem à baliza (remate) e, consequentemente, as possibilidades de marcar golo. No futebol, a presença de um extremo canhoto, permite que o treinador opte por jogar ou com extremos invertidos (procura de zonas interiores do espaço de jogo), ou de uma forma mais clássica, com os extremos a procurar a profundidade pelos corredores laterais para cruzar. Portanto, possuir canhotos num plantel/equipa aumenta o leque de opções estratégico-táticas do treinador. Claro que isto depende da especificidade de cada modalidade.

Imagem: O canhoto Diego Maradona no Nápoles (fonte: Getty Images).

Depois, é a beleza e a «magia» que um jogador canhoto oferece ao jogo/modalidade. Quem não conhece os nomes Di Stefano, Maradona, Maldini, Roberto Carlos, Rivaldo, Giggs, Messi, Robben, Özil, Van Persie, Di Maria, David Silva, Gareth Bale, James Rodríguez, entre muitos outros? E o mais curioso é que, no que respeita a modalidades desportivas individuais (e.g., ginástica), não se verificou qualquer sobrerrepresentação de sujeitos esquerdinos. Então, serão estes indivíduos mais talhados para contextos de interação (cooperação e oposição)? Talvez a ciência, um dia, nos esclareça a dúvida.

Referência
Akpinar, S., & Bicer, B. (2014). Why left-handers/footers are overrepresented in some sports? Montenegrin Journal of Sports Science and Medicine, 3(2), 33-38.

02/05/2013

A criança, a atividade/exercício físico e o progresso da nação: Evidências e utopias

Vivemos tempos de austeridade e, portanto, de cortes – muitas vezes indiscriminados – na saúde e na educação. No que apraz à Educação Física (EF), ao exercício físico e ao desporto, os meus principais pilares de intervenção na sociedade, há muito que o descrédito é grande, apesar de as evidências científicas indicarem precisamente o inverso. Menos aulas de EF, possibilidade de terminar com a Atividade de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo e menor investimento público no exercício físico e no desporto constituem uma mescla de rumores e certezas que, de quando em vez, emerge nos órgãos de comunicação social. 

O parágrafo anterior traça o cenário vigente em Portugal. A importância da atividade física, nas suas diversas manifestações, é amplamente negligenciada pelos nossos políticos. Porém, se tivessem vontade de realizar uma breve pesquisa, verificariam que existem inúmeros factos científicos cujos benefícios até lhes poderiam convir no médio ou longo prazo. Adiante, e para que a leitura não tome muito do tempo dedicado pelos nossos governantes à economia, às finanças e às “troikas” deste mundo, recomendaria apenas a leitura de um artigo de revisão. Eis a referência e o respetivo link: 

Haapala, E. A. (2013). Cardiorespiratory fitness and motor skills in relation to cognition and academic performance – A review. Journal of Human Kinetics, 36, 55-68. (pdf) 

Ainda assim, não vá o inglês servir de empecilho para alguns “ditos que não ditos” desejáveis, presto-me a efetuar um breve resumo da informação relevante: 

1)   Níveis mais elevados de condição cardiorrespiratória e de habilidades motoras estão associados a capacidades cognitivas aumentadas. 

Diversos estudos científicos demonstraram que os níveis de fitness cardiorrespiratório estão, essencialmente, associados a melhores performances (i) em tarefas que requerem a alocação da atenção e (ii) em testes de memória que envolvem processos de codificação por parte do hipocampo. Na sua revisão, Haapala (2013) cita autores que sugerem um efeito positivo da atividade física nas funções cognitivas, parcialmente causadas por modificações fisiológicas no organismo. Supostamente, tais modificações implicam o aumento de concentrações de fatores neurotróficos cerebrais que facilitam a aprendizagem e preservam as funções cognitivas, através da melhoria da plasticidade sináptica e da sua atuação enquanto agente neuroprotetor. O incremento da circulação sanguínea no cérebro e a melhoria da funcionalidade neuroelétrica também são processos inerentes ao desenvolvimento cognitivo por meio da atividade física regular. Para além disso, sabe-se, de experiências com animais, que exercícios de resistência promovem a angiogénese (i.e., aumento da densidade capilar), enquanto que exercícios de cariz motor propiciam a sinaptogénese (i.e., aumento do número de ligações sinápticas). A melhoria da condição cardiorrespiratória também foi associada a incrementos ao nível da memória relacional. 

Foto: A atividade física nunca é demais durante a infância.

2)   Crianças/jovens (até aos 13 anos) com melhores índices de condição física e de habilidade motora obtêm melhor aproveitamento em testes académicos do que crianças que apresentam índices inferiores.  

Aparecem documentados resultados relativos a tarefas para avaliar o quociente de inteligência (QI), a atenção, o controlo inibitório, a memória de curto prazo e o desempenho académico. O controlo inibitório é o núcleo das mais altas funções cognitivas, designadas de controlo executivo. Entre as crianças, está demonstrado que o controlo inibitório é um preditor relevante do desempenho académico, embora também esteja relacionado com a saúde física e mental em adultos, sendo, por isso, uma componente vital do desenvolvimento cognitivo durante a infância. Sinteticamente, crianças com melhor condição física têm melhor controlo inibitório comparativamente a outras crianças com níveis mais reduzidos. Através de imagens de ressonância magnética, alguns estudos evidenciaram que crianças com níveis de fitness superiores exibem padrões de ativação neural (córtices pré frontal e parietal) e de adaptação cognitiva mais eficientes que crianças com menor condição física. Em termos percetivo-motores, é evidenciado que crianças com habilidades mais refinadas tendem a ter classificações médias mais elevadas. Estudos de intervenção confirmaram uma conexão positiva, embora fraca, entre o treino de habilidades motoras e o incremento da performance académica e da capacidade de leitura em crianças em idade escolar.  

3)   A relação negativa entre a adiposidade e as funções cognitivas podem ser parcialmente explicadas pelo fraco desenvolvimento da condição cardiorrespiratória e da habilidade motora, devido à falta de atividades físicas e mentais desafiantes. 

Nos dias que hoje correm, o flagelo da obesidade infantil tem-se alastrado um pouco por todo o mundo. As crianças estão progressivamente a tornar-se mais sedentárias e mais obesas, uma vez que não atingem os níveis mínimos de condição físico-motora inerentes ao desenvolvimento cognitivo e à preservação da saúde cerebral. Posto isto, é crível que a atividade física, incluindo exercícios aeróbios moderados a vigorosos e tarefas motoras exigentes, constitua um estímulo de treino efetivo para melhorar o funcionamento cognitivo, a performance académica e a saúde cerebral em crianças com excesso de peso. Assim, para além dos benefícios cardiovasculares e metabólicos sobejamente conhecidos, a prescrição adequada de atividade física pode incrementar a saúde e as funções cerebrais. 

Em suma, o caminho a adotar deve privilegiar a promoção da atividade física, do exercício físico e do desporto. Faz todo o sentido aumentar a carga horária de EF e não extinguir a Atividade de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo que, não sendo obrigatória, ainda vai equilibrando a balança no que ao dispêndio energético das nossas crianças diz respeito. No longo prazo, a lógica parece assumir contornos simples. A mais e melhor atividade física, exercício físico e desporto corresponderá uma população mais saudável e cognitivamente mais capaz. A produtividade e a competitividade da nossa indústria e dos nossos serviços aumentarão, o que concorrerá para o tão ambicionado crescimento económico. Talvez tudo se resuma a um pensamento utópico da minha parte. Contudo, ignorarmos todo o corpo de evidências que se vão acumulando, não nos trará quaisquer dividendos no futuro. Antes pelo contrário! 

PS – Grande parte das considerações acima referidas têm por base o artigo de revisão do Haapala (2013). Caso queiram aprofundar o vosso conhecimento sobre o tema e estar a par das referências mais importantes, sugiro que leiam atentamente o artigo.

19/12/2009

Leis da Física aplicadas ao Futebol

Quem está minimamente familiarizado com o futebol conhece algumas pérolas jornalísticas de comentadores, analistas ou pseudo-analistas. Por força da estação do ano em que estamos emerge frequentemente uma apreciação impregnada de vulgaridade e de incorrecção.

No calor do jogo é uma delícia constatar que "(...) quando a bola toca no relvado [molhado] ganha velocidade". O que faria Newton se ouvisse esta afirmação?

Em primeiro lugar, a bola (em trajectória aérea) está sujeita à acção da força gravítica (direcção vertical; sentido de cima para baixo), pelo que se "ganhar velocidade" será sempre em trajectória descendente. Porém, quando a bola toca no relvado gera-se uma força natural resultante do contacto mecânico entre os dois corpos (bola e solo): o atrito. O atrito depende das características das partículas que compõem as superfícies em contacto, da força normal entre os dois corpos (i.e., força que tende a fazer com que uma superfície penetre na outra) e da massa do(s) corpo(s). A fricção inerente ao atrito determina que haja a dissipação de energia sob a forma de energia térmica, ou seja, a bola ao tocar no relvado, esteja molhado ou não, tende sempre a perder energia cinética e a diminuir a sua velocidade.

Deste modo, podemos concluir que a bola quando toca no relvado molhado não ganha velocidade, mas, devido à alteração das características das superfícies de contacto, perde menos velocidade ou sofre uma menor desaceleração. Não sei de fará, empiricamente, muito sentido, mas estou convicto que esta explicação desmistifica a erroneidade patente num comentário estranhamente usual.

07/11/2009

Tecnologia: declínio Vs. ascensão

Tudo será então uma questão de escolhas... a Evolução!

















Contudo, actualmente, “a liberdade joga-se talvez na capacidade de amarmos a própria incerteza do que somos”.

29/09/2009

Saúde, Corpo e Sociedade

A saúde... o que é? Como se pode relacionar tal ideia com o corpo? Como se enquadram estes dois conceitos (saúde e corpo) na sociedade?

Actualmente, as ciências biomédicas esforçam-se por solucionar ‘problemas’ biológicos que estão na origem da doença. À medida que estas ciências evoluem, a esperança média de vida da população tende a aumentar, sendo perfeitamente aceitável que surjam questões como a colocada por Fernando Salvater: “Até onde é lícito ir demasiado longe?”. Na minha humilde perspectiva, reformularia um pouco a pergunta e colocaria-a do seguinte modo: Até onde é necessário irmos demasiado longe? Valerá mesmo a pena?

Naturalmente, cairemos na subjectividade das respostas. Eu terei a minha, o leitor terá a sua e, embora estas possam parecer iguais, nunca o serão verdadeiramente. Quando nascemos somos, no imediato, introduzidos na sociedade. Hoje em dia, sobretudo nas sociedades mais desenvolvidas, a pessoa que nos diz ‘Olá!’ pela primeira vez é um funcionário do hospital (um médico ou um enfermeiro). Mas porquê um médico ou um enfermeiro, porque não a minha avó ou o meu pai? Porque, até durante o parto, há riscos, colocando-se desde logo em prática o conceito de saúde. Salvater, em O Conteúdo da Felicidade, refere que a saúde é imposta à sociedade e assim o é, logo! Desde o nosso nascimento que estamos sujeitos a certos comentários como: “oh bebé, não come isso que faz mal”; “não faças aquilo que cais e ficas mal”; “olha que a saúde não é de ferro” e por aí fora. Enfim, educam-nos na distinção do que é mau e do que é bom, limitam-nos os comportamentos, modulando-os na tentativa de nos tornarem, única e exclusivamente, úteis. Mas, úteis para quê? Para funcionarmos bem, para no futuro mostrarmos rendimento, sermos produtivos e só assim se justifica a saúde como objectivo geral do Estado.

E o prazer do ser humano, não conta? Para o Estado se não for rentável é supérfluo, sem qualquer importância. Pois é, e para o próprio ser humano? O que seria a vida de um Homem sem prazer? De que serve vivermos 90 anos se nos é vedado ou censurado o acesso aos pequenos prazeres que nos põem um sorriso na cara? Valerá a pena? Eu acho que não!

Então, não será esta ideia de saúde um enorme paradoxo no seio da nossa sociedade? O Estado quer-nos bem de saúde para trabalharmos, para sermos alguém, no entanto, segundo Salvater, está-se nas tintas para se vivemos felizes ou não, se temos prazer ou não. Por muito trivial que isto possa parecer, tem fundamento e revela-se um ponto crucial. Fornecem-nos saúde e neglicenciam determinadas necessidades que nos são essenciais – os prazeres. Tudo isto origina, no meu ponto de vista, um círculo vicioso: "Saúde - Doença - Saúde - (...)".

Não admira que apareçam notícias indicando que mais de 90% da população mundial ande depressiva. Ora, neste facto surge outra problemática associada à sociedade. Impõem-nos saúde, mas para vivermos bem, também nos impõem uma sociedade de medidas, onde a imagem corporal é altamente relevante. Nós podemos ser indivíduos fisiologicamente saudáveis, mas em termos de imagem corporal fora de padrões estipulados pela sociedade. Embora continuemos a ser ‘úteis’, muitas são as situações onde tal utilidade não é aceite. Psicologicamente, ficamos arrasados, doentes e mais cedo ou mais tarde essa doença repercute-se pelo todo como uma praga que nos dilacera, o vai ao encontro do referido por Gómez de la Serna, em O Homem da Barba: “(...) de uma ideia exasperada pode brotar a doença e a hecticidade que mata”.

Assim, concluo deixando uma pergunta no ar: Seremos apenas escravos de uma ideia abstracta estúpida ou, pelo contrário, reis manipulados cuja doença surge em função da saúde como elemento a conquistar?

04/09/2009

Santa ignorância!

A política em Portugal está ao rubro. Em ano de eleições legislativas e autárquicas já se fazem sentir as campanhas dos mais diversos candidatos. Distribuem-se beijinhos, prometem-se "mundos e fundos" e sorri-se a todos os que aparecem pelo caminho. Na realidade, acredito que nas cabeças de alguns candidatos surja algo mais recondito do género: "tirem-me daqui!" ou "o que uma pessoa tem de fazer para poder tomar decisões importantes?". Outros não, gostam das multidões, de aparecer e de mostrar que podemos contar com eles.

Tudo isto me faz confusão. Sem dúvida que um líder tem de ir ao terreno e sentir - na verdadeira acepção da palavra - os problemas, mas nunca num clima de "caça ao voto". Registam-se ideias, vendem-se soluções, muitas vezes infundadas, mas os problemas persistem e caem no vazio do esquecimento. Para além disso, é sempre mais importante retribuir uma boca ao candidato de um partido contrário.

Se duas cabeças pensam melhor do que uma e se quatro mãos trabalham mais do que duas, porque é que raramente observamos todos os partidos políticos empenhados em propostas seriamente benéficas para a população? Será que só as ideias de um partido é que são boas? Não me coibo de pensar que a tomada de decisão na política é, predominantemente, um processo de índole ideológica, sobressaindo determinados interesses individuais, de um grupo ou de uma classe, e que nem sempre vai ao encontro das necessidades da população e, por inerência, do país.

Se há ciências que não entendo, mas não entendo mesmo, são as Ciências Políticas. Como sou um leigo nessa matéria, decerto que pouco ou nada me adianta tentar compreender as dinâmicas relacionais e decisórias que se geram para (des)governar um país, mas chamar este fenómeno de ciência, isto é, passível de ser estudado de forma objectiva e segundo metodologias experimentais rigorosas e fiáveis, ainda me faz parecer mais tolo.

Santa ignorância!

07/07/2009

Reflexões sobre... condução automóvel

Se as capacidades dos seres humanos regridem a partir de certa idade, variável de pessoa para pessoa, sobretudo em termos das capacidades perceptivas e de coordenação motora, porque é que não se fazem exames progressivamente mais frequentes à medida que a idade vai "pesando" na arte de conduzir um automóvel na via pública?

- Depois queixam-se que os velhotes entram nas auto-estradas em contra-mão e têm uma certa propensão para causar acidentes, por vezes mortais.

Se está comprovado que o ser humano aprende mais efectivamente mediante o reforço positivo (elogio, recompensa, etc.), porque é que só se multa em situações de infracção e não se beneficia/distingue pessoas em circunstâncias de desempenho exemplar ou meritório?

- Depois admiram-se que o pessoal ande revoltado por multas por excesso de velocidade (+ 1 Km/h que o permitido) ou desrespeito pelo traço contínuo numa recta de 1 Km.

Se os automóveis estão a evoluir em matéria de segurança, conforto e desempenho e as estradas são progressivamente mais seguras, porque é que os limites de velocidade se mantêm há décadas?

- Depois só se vê pessoal a conduzir, em média, a 140 Km/h na auto-estrada e 110 Km/h nos itinerários complementares e, claro, a ser multado por excesso de velocidade.

03/07/2009

It's Evolution, baby!

O Município de Monchique promoveu, na passada terça-feira, a visita dos alunos da Ginástica Sénior ao Zoomarine. Com todas as freguesias representadas - Alferce, Monchique e Marmelete - surgiu a oportunidade de experienciar as maravilhas do cinema 4D.

Com equipamento a condizer, não faltou quem tentasse matar uma serpente virtual com o belo do cajado. Tecnicamente, o sr. Manuel queria "enfiar o cajado na boca da cobra", por não gostar de tais bichos. Felizmente, ninguém saiu da sessão com um galo na cabeça. Em suma, com ou sem manobras perigosas da assistência, o progresso da tecnologia encantou os meus conterrâneos.

- "Ahhhh, que côsa más linda!"

07/05/2009

Novas tecnologias no futebol?

No próximo dia 27 de Maio de 2009, poderemos assistir a uma final da Liga dos Campeões com, na minha óptica, as duas melhores equipas europeias da actualidade: Manchester United e Barcelona.

Ainda assim, o jogo Chelsea 1 - 1 Barcelona de ontem foi um autêntico festival de erros de arbitragem. Não foi um nem dois, foram imensos erros e não apenas confinados à grande área da equipa espanhola. A este nível competitivo, com tanta implicação de diversa natureza metida pelo meio, o Chelsea tem muitas razões de queixa.

O futebol tem de evoluir, tem de se modernizar. Não passa apenas pela profissionalização dos árbitros, mas também (porque não!?) pela introdução de novas tecnologias auxiliares ao processo decisional das equipas de arbitragem. O râguebi fê-lo e não foi por isso que perdeu a sua identidade histórica, a sua espectacularidade e deixou de crescer enquanto modalidade desportiva.

Figura I. Bola ADIDAS já equipada com tecnologia de ponta.

O pior são os interesses que estão por detrás dos erros e que, tantas vezes, nos levam a cair na ingenuidade de acreditar que são somente parte da condição humana. Enquanto tal se observar, a tecnologia nunca será instaurada para induzir o desenvolvimento do futebol, nomeadamente da tão apregoada "verdade desportiva".

16/02/2009

Periodização Táctica e treino de jovens




"A Periodização Táctica, como foi mencionado anteriormente, apresenta uma orientação conceptual e metodológica no sentido do alto rendimento. Em última instância, não é o processo de formação de jovens na modalidade que está em causa, mas sim a optimização da forma desportiva dos jogadores e das equipas, no quadro de acções inerentes ao modelo de jogo pretendido pelo treinador.

De uma forma geral, desde o período preparatório que é apanágio treinar-se com intensidades elevadas (Oliveira, 2005; Aroso, 2006; Alves, 2008). Nos escalões de formação de base, a aprendizagem das dimensões técnica e táctica não é um processo imediato, requerendo mais o volume que a intensidade, no intuito de aperfeiçoar acções técnicas, desenvolver a capacidade de raciocínio táctico, evitando, por outro lado, o insucesso que conduz à saturação, desistência e abandono do processo de treino e competição (Stafford, 2005). Obviamente que, para desenvolver a estrutura de rendimento complexo do jogo, é fundamental submeter as crianças/jovens a situações de jogo ou competições que sejam do ponto de vista fisiológico exigentes, embora essa não seja uma condição determinante nos primeiros passos dados no âmbito do treino desportivo.

Uma das questões essenciais na formação do jovem praticante de qualquer modalidade desportiva colectiva é a relação estabelecida entre os princípios da multilateralidade e da especificidade. Ambos são determinantes, porém a sua importância relativa não é estanque ao longo do processo, devendo o treinador procurar consagrar cumulativamente o papel destes dois princípios no decurso de cada etapa de formação. O princípio orientador da Periodização Táctica é, precisamente, a especificidade, havendo pouco tempo para o trabalho de carácter geral ou multilateral.

Este facto inviabiliza quase por completo a aplicabilidade deste modelo de periodização nos escalões de base (Sub 11, Sub 13), na medida em que cerca de metade das preocupações se deve centrar no potenciar do desenvolvimento equilibrado das capacidades condicionais e coordenativas nas fases sensíveis, sem o qual não se evoluirá, nem de forma eficiente, nem de forma estável, no aprofundamento do rendimento desportivo futuro (Martin, 1999; Marques & Oliveira, 2001; Stafford, 2005; Martin et al., 2008).

Nestas idades, sobretudo no escalão Escolas (Sub 11), a estrutura cognitiva das crianças não permite a assimilação e retenção integral de conceitos abstractos. Como tal, a aprendizagem na dimensão táctica é restrita, devendo cingir-se a pouco mais que aos princípios específicos (ofensivos e defensivos), através de jogos reduzidos e/ou condicionados (Pacheco, 2001; Stafford, 2005). Por isso, o objectivo passa por dotar as crianças/jovens de simples regras de acção para solucionar problemas resultantes do contexto situacional do jogo e não propiciar uma aquisição progressiva de princípios e sub-princípios, conducentes a uma dinâmica organizada do “jogar” da equipa, em pleno respeito pelo modelo de jogo. Pretende-se que os jovens aprendam a pensar e a tomar decisões de forma autónoma, independentemente de factores extrínsecos que condicionem a manifestação do seu potencial individual, sejam eles o modelo de jogo a cumprir ou a obediência, célere e eficaz, de ordens provenientes do treinador (Ajamil & Escalona, 1998)."

03/12/2008

A Verdade anda por aí!

A reencarnação.

A evidência de vidas passadas tem merecido a atenção de inúmeros especialistas no estudo da mente humana (psiquiatras, psicólogos, médicos, etc.). Os casos, os argumentos e as provas começam a acumular-se no sentido de explicar fenómenos ditos paranormais.

Alguns especialistas, homens de sucesso, de reconhecida competência na investigação destes fenómenos e que nada têm de "charlatões", avançam com conclusões bem interessantes. Como é de esperar, estes assuntos levantam sempre enorme cepticismo e explicações alternativas, porém não podemos deixar de ter as nossas mentes bem abertas para pensar sobre estes acontecimentos, até porque, como adiantam os investigadores das mais diversas áreas do conhecimento científico, a nossa existência não se remete apenas para uma dimensão física, mas também para algo que a transcende.

22/07/2008

Um problema?

De acordo com a abordagem baseada nos constrangimentos aplicada aos Jogos Desportivos Colectivos (JDC), somente o jogo e as suas variantes apelam a acoplamentos específicos percepção-acção e, portanto, o jogo deve ser a sede as aprendizagens fundamentais (Borba et al., 2007). A modificação dos elementos estruturais do jogo como situação de exercício (condicionantes regulamentares, espaciais, técnico-tácticas, temporais, numéricas e instrumentais) é um factor preponderante no ensino de comportamentos táctico-técnicos específicos de um JDC. O treinador deve, deste modo, perspectivar a utilidade da condicionante estrutural como um meio ao seu dispor, propício para induzir a progressiva aquisição/aperfeiçoamento de acções fundamentais do JDC e, por inerência, uma formação adequada do jovem jogador. Não obstante, por vezes, assiste-se ao uso despropositado da manipulação da tarefa como meio de aprendizagem, na medida em que a aplicação carece de rigor metodológico na estruturação da tarefa e fundamentação científica na avaliação dos efeitos produzidos.

O ensino do jogo de futebol tem evoluído no que se relaciona com a estruturação da tarefa. Face às exigências actuais do jogo, o mero treino da técnica encerra um domínio curto no que deve ser a formação do jovem futebolista. Neste âmbito, segundo Pacheco (2001), as acções técnicas individuais não fazem muito sentido quando tratadas de forma abstracta e isolada do contexto situacional do jogo. O domínio táctico emerge, sendo, por isso, fulcral que a actividade cognitiva dos jovens seja estimulada, de modo a que encontrem as melhores soluções para a resolução prática dos diferentes problemas colocados pelas diversificadas situações competitivas (Mahlo, 1966).

Assim sendo, de acordo com Castelo, “é fundamental precisar e centrar o design da construção dos exercícios de treino na actividade decisória dos jogadores”, sabendo, de antemão, que “a capacidade de resolução dos problemas das situações do jogo é realizada através de normas decisionais” (2004: 186). Surgem então os designados princípios do jogo, que não são mais que regras de decisão que orientam e regulam as atitudes e os comportamentos táctico-técnicos individuais e colectivos dos jogadores. De entre estes, podemos distinguir os princípios gerais e os específicos.

Os princípios específicos derivam das unidades estruturais funcionais, que são constituídas momentaneamente pelo jogador em posse de bola e elementos pertencentes às duas equipas (companheiros e adversários), com as respectivas funções de auxílio e perturbação ao raciocínio táctico do portador da bola e posicionando-se até uma distância não superior a 15 metros (centro do jogo). Por sua vez, os princípios gerais ocorrem no envolvimento às unidades estruturais funcionais (Castelo, 2004). Os princípios específicos ofensivos são, segundo o mesmo autor (2004), a penetração (1º atacante), a cobertura ofensiva (2º atacante) e a mobilidade (3º atacante), ao que correspondem a contenção (1º defesa), a cobertura defensiva (2ª defesa) e o equilíbrio (3º defesa), como princípios específicos defensivos.

Em suma, a configuração do jogo apresentada aos praticantes decorrente do arranjo particular dos seus elementos estruturais, implica repercussões ao nível dos problemas que derivam do contexto situacional e, por inerência, ao nível das acções táctico-técnicas que são produzidas (Borba et al., 2007). Neste sentido, importa clarificar o modo como a manipulação dos elementos estruturais do jogo, nomeadamente, os espaciais (dimensões do espaço) e os numéricos (número de jogadores em função do espaço de jogo; inferioridade, igualdade ou superioridade numérica), afecta a aquisição e a retenção dos princípios específicos do jogo, tanto na vertente defensiva, como na vertente ofensiva.


Referências

Borba, R., Barreto, H. & Barreiros, J. (2007). Encolhendo o espaço de jogo: insights para a compreensão do desenvolvimento táctico-técnico da criança. In J. Barreiros, R. Cordovil & S. Carvalheiro (Eds.), Desenvolvimento motor da criança (pp. 61 – 69). Lisboa: Edições FMH.

Castelo, J. (2004). Futebol – Organização dinâmica do jogo. Lisboa: Edições FMH.

Pacheco, R. (2001). O ensino do futebol. Futebol 7 – um jogo de iniciação ao futebol de 11. Edição do autor, 1ª edição.

24/02/2008

A insatisfação do Eu como fenómeno cultural


A concepção do corpo - a ideia que nós apresentamos no nosso corpo - é demasiado influenciada pelos ideais de beleza e de corpo vigentes na sociedade. A morfologia, para além duma realidade objectiva antropométrica, é também a imagem corporal descrita nas representações mentais, normalmente subjectivas, da aparência física e da experiência corporal (Cash & Pruzinsky, 1990).

O público em geral é constantemente bombardeado com imagens normativas que definem os ideais de beleza, de saúde e de fitness. Num estudo levado a cabo por Fragoso et al., em 2002, na Faculdade de Motricidade Humana, foram comparadas as dimensões da Barbie e do Ken com as dos alunos daquela instituição (78 alunos e 86 alunas). Curiosamente, foi concluído que "as representações de dimorfismo que fazemos a partir destes bonecos é errónea, porque apresenta o Ken mais musculado que a realidade masculina e a Barbie mais linear que a realidade feminina". As variáveis antropométricas utilizadas no estudo (diâmetros, perímetros e comprimentos morfológicos), comprovam que "nem a população do sexo masculino tem a robustez óssea semelhante à do Ken, nem a população do sexo feminino tem a fragilidade óssea tão grande como apresentada pela Barbie".

Os resultados são esclarecedores: estes simples "modelos de inspiração morfológica", sobre o qual existem milhares de sítios na internet, passam ao público infanto-juvenil uma imagem (errada) de grande linearidade e fragilidade segmentar, sobretudo para o sexo feminino. A representação do corpo fica deturpada pela concepção de corpo transmitida pela sociedade, numa determinada época, e actualmente tende a alimentar a insatisfação que surge em relação ao nosso corpo. A principal autora do estudo supra-citado acrescenta ainda que: "Isto é especialmente verdade nas mulheres, para quem a distância entre o possível e as imagens oferecidas é realmente desconcertante".

Deste modo, importa fazer chegar à população em geral a informação correcta sobre a realidade morfológica humana, para que não se confundam ideais de beleza com ideais de saúde física.

09/02/2008

Especialização: estratégia a longo prazo?

Nós - seres humanos - não somos a espécie mais rápida, não somos os mais fortes, não temos garras e não voamos, mas somos uns exímios estrategas. A estratégia da nossa espécie vai ao encontro da adaptabilidade, sem dúvida a nossa melhor característica.

No ensino de qualquer modalidade desportiva tende-se, por hábito, a promover a especialização desde idades muito jovens, relegando para segundo plano a variabilidade. Por exemplo, na modalidade futebol, quantos de nós treinadores não definimos posições para cada jogador, logo a partir do escalão Escolas (Sub-11)? De uma forma simples, estamos a promover a especialização do jovem numa determinada posição no terreno de jogo (guarda-redes, lateral direito, médio-centro, avançado, etc.). Será essa estratégia a mais correcta? Estaremos nós - agentes desportivos - a estimular a capacidade que melhor distingue a nossa espécie: a adaptabilidade?

Pelo contrário, estamos a induzir uma aproximação ao padrões correctos do movimento, de forma a produzir, a curto prazo, boas performances desportivas dos jovens ou das equipas. Em jogos desportivos colectivos, no que à matéria de treino de jovens diz respeito, nós não formamos equipas, nós formamos jogadores. Assim, ao partir do princípio de especialização de um jovem numa determinada posição, estamos a condicionar a variabilidade, isto é, a capacidade de adaptação.

Por muito que um especialista possa decidir um jogo, como num pontapé livre no futebol, perguntem a qualquer treinador qual o tipo de jogadores que prefere. A resposta não fugirá muito da seguinte: jogadores "polivalentes" ou "todo-o-terreno", aqueles que, perante diversas situações contextuais do jogo, conseguem decidir a melhor solução e executá-la através de acções táctico-técnicas eficazes. Então, quanto maior for o número de experiências motoras que um jovem vivenciar durante a sua formação, maior a possibilidade de ganhos intelectuais e motores (aprendizagem) associados à modalidade que praticam. Os resultados (essencialmente os de cariz desportivo) não serão imediatos, pelo que é necessário muita coragem e determinação para implementar um processo de formação desta natureza.

O desenvolvimento surge na oportunidade de invenção, de exploração criativa, pelo que não devemos condicionar essa oportunidade, antes potenciá-la. Até ao momento, pouco ou nada se tem apostado na variabilidade como estratégia, pois raros são os que pensam em "perder no presente, para ganhar muito no futuro".

14/10/2007

Deixa-me perceber...

Sonhei e acordei em sobressalto.

- Caramba, parecia mesmo real - pensei ainda aparvalhado. Quem eram aquelas pessoas? Aquele local, tão familiar, mas simultaneamente tão vago e distante. Procuro interpretar ou deixo-me ficar pelo "é-só-um-sonho". A segunda hipótese traduz uma inércia que não valida o meu pensamento, não gosto. Vamos à primeira.

Lembro-me das aulas de Psicologia no secundário. Tratámos Sigmund Freud, um pouco superficialmente, pórem ainda me recordo de algumas coisas. Fico constrangido por nunca ter lido a Interpretação dos Sonhos deste senhor. Solução: google.

Dou de caras com "Guias para a interpretação dos sonhos". Demasiado fácil, não me seduz. Leio Freud: "id, ego e superego", "pulsões sexuais", "divisão do consciente e inconsciente", "libido", "os seres humanos nascem 'polimorficamente preversos'". Pois, ainda não esclarece completamente. Eis que dou com este pdf: A Mensagem dos Sonhos - Uma Análise.

"A tentativa que se queira fazer de interpretar de forma linear e pragmática os sonhos, leva fatalmente a equívocos, pois cada sonho traz uma mensagem particular e própria, referente ao sonhador." Sim, concordo. O sonho é parte integrante da própria pessoa, disso não há grandes dúvidas.

"Os livros que trazem interpretações colectivas e simplistas dos sonhos são suspeitos, e aproximam-se do charlatanismo". Foi precisamente por isto que recusei aceder aos tais guias para interpretação dos sonhos. Receitas fáceis para assuntos complexos e dúbios, geralmente dá sempre asneira.

"O sonho não deve ser entendido como sendo estritamente a resultante das actividades realizadas pelo sonhador durante o dia. A maioria dos sonhos não contém elementos de experiências diurnas. (...) Na maioria deles, o conteúdo diz respeito a compensações psíquicas da vida consciente, bem como a tentativas de correcção de rumo da vida do sonhador". Não deixa de ser bastante lógico. As tais pessoas no meu sonho e o próprio local poderão ter surgido dos calabouços do meu inconsciente, sem necessariamente serem "elementos reais". Quanto à tentativa de correcção do meu rumo de vida, poderá não ser de todo descabido.

De uma coisa estou certo, não devo dar muita importância às imagens que ainda me percorrem os neurónios, mas lá que foi bom... foi mesmo!

22/07/2007

Cientificamente comprovado

Assim, vale a pena pagar para entrar nos "bares de alterne". Mas se o problema é a saúde da nossa população masculina, para quando uma comparticipação por parte do Estado?

20/08/2006

Obesidade Vs. Fome: uma luta desigual.

O site BBC News publicou esta semana um artigo que nos informa, de acordo com peritos americanos, que o excesso de peso ultrapassa a fome no mundo. É preocupante saber que tanto os países pobres, como os mais ricos, têm falhado inapelavelmente no combate à expansão da obesidade.

A falta de exercício físico e a crescente ingestão de alimentos com maior densidade calórica são as principais causas de um problema que ameaça a saúde de milhões de pessoas por todo o mundo.

Não se educam as crianças para uma vida saudável, ao invés, oferecem-lhes playstations e gameboys. A rua, um elemento fundamental na vida de qualquer jovem, está a desaparecer a uma velocidade alucinante. Nas grandes cidades não se brinca, come-se e joga-se computador. Tendo em consideração o princípio de "causa-consequência", rapidamente depreendemos que "se não se gasta energia, engorda-se". É o que acontece com os nossos putos, ficam gordos.

Bem pelo contrário, a fome diminui lentamente entre a população mundial, ou o mesmo serve dizer que o que uns têm a mais, outros têm a menos... com tendência para piorar.

20/07/2006

Hipertrofia Instantânea

Foi ontem à tarde nas piscinas onde faço vigilância. Um grupo de rapazes por volta dos 18 anos, mais um puto com os seus 11/12, estavam a jogar à bola e num momento de menor precisão, lá vai o "esférico" para cima do muro. Quem foi buscar a dita cuja, adivinhem só: o puto (claro!).

Trepou colocando os pés nas brechas entre as pedras, agarrou na bola e foi literalmente atacado por vespas. Não eram 2 ou 3, diz quem viu que eram, no mínimo, uma dúzia. O puto:

- Ai, ai, ai, elas estão-me a picar - enquanto se sacudia abruptamente, perante o olhar pasmado dos outros.
- Salta, cara**o! - aludiu um dos mais velhos.
Saltou (bem que se podia ter aleijado a sério), ainda correu 3 ou 4 voltas no mini-campo de jogo, enquanto outro dos mais velhos gritava:
- Vai para a piscina, pá!

Dadas as tais 3 ou 4 voltas de pura aflição, conseguiu-se livrar dos insectos, contudo com 8 picadas por todo o corpo. Desde o calcanhar esquerdo, até ao braço direito, passando pela zona lombar, só não apanhou o rosto...

Resultado: saiu da piscina com um cabedal de fazer inveja a qualquer um desses "armários" que levam a encher nos ginásios diariamente. A fórmula é inovadora: queres ficar com grande caparro, sem perder meses e meses de ferro para baixo e para cima? Mete-te no meio de vespas ou abelhas, não sem antes confirmar se és ou não portador de alergia às suas picadas...