04/09/2009

Santa ignorância!

A política em Portugal está ao rubro. Em ano de eleições legislativas e autárquicas já se fazem sentir as campanhas dos mais diversos candidatos. Distribuem-se beijinhos, prometem-se "mundos e fundos" e sorri-se a todos os que aparecem pelo caminho. Na realidade, acredito que nas cabeças de alguns candidatos surja algo mais recondito do género: "tirem-me daqui!" ou "o que uma pessoa tem de fazer para poder tomar decisões importantes?". Outros não, gostam das multidões, de aparecer e de mostrar que podemos contar com eles.

Tudo isto me faz confusão. Sem dúvida que um líder tem de ir ao terreno e sentir - na verdadeira acepção da palavra - os problemas, mas nunca num clima de "caça ao voto". Registam-se ideias, vendem-se soluções, muitas vezes infundadas, mas os problemas persistem e caem no vazio do esquecimento. Para além disso, é sempre mais importante retribuir uma boca ao candidato de um partido contrário.

Se duas cabeças pensam melhor do que uma e se quatro mãos trabalham mais do que duas, porque é que raramente observamos todos os partidos políticos empenhados em propostas seriamente benéficas para a população? Será que só as ideias de um partido é que são boas? Não me coibo de pensar que a tomada de decisão na política é, predominantemente, um processo de índole ideológica, sobressaindo determinados interesses individuais, de um grupo ou de uma classe, e que nem sempre vai ao encontro das necessidades da população e, por inerência, do país.

Se há ciências que não entendo, mas não entendo mesmo, são as Ciências Políticas. Como sou um leigo nessa matéria, decerto que pouco ou nada me adianta tentar compreender as dinâmicas relacionais e decisórias que se geram para (des)governar um país, mas chamar este fenómeno de ciência, isto é, passível de ser estudado de forma objectiva e segundo metodologias experimentais rigorosas e fiáveis, ainda me faz parecer mais tolo.

Santa ignorância!

1 comentário:

edu disse...

...como te entendo e como isso é tão verdade na nossa terra...