30/05/2025

Artigo do mês #65 – maio 2025 | Efeitos combinados da idade, dimensão do campo, posição de jogo e dispositivo tático na carga de treino de jovens futebolistas durante jogos reduzidos

Nota prévia: O artigo científico alvo da presente síntese foi selecionado em função dos seguintes critérios: (1) publicado numa revista científica internacional com revisão de pares; (2) publicado no último trimestre; (3) associado a um tema que considere pertinente no âmbito das Ciências do Desporto.

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Autores: Ferrandis, J., Carril-Valdó, J. J., Gil-Arias, A., Claver-Rabaz, F., Sánchez-Sánchez, J., & González-Rodenas, G.

País: Espanha

Data de publicação: 23-abril-2025

Título: Combined effects of age, pitch size, playing position and tactical formation on training load in youth soccer players during small sided games

Referência: Ferrandis, J., Carril-Valdó, J. J., Gil-Arias, A., Claver-Rabaz, F., Sánchez-Sánchez, J., & González-Rodenas, G.  (2025). Combined effects of age, pitch size, playing position and tactical formation on training load in youth soccer players during small sided games. International Journal of Sports Science & Coaching, 1–15. Advance online publication. https://doi.org/10.1177/17479541251333896

 

Figura 1. Informações editoriais do artigo do mês 65 – maio de 2025.

 

Apresentação do problema

Uma metodologia de treino representativa das exigências competitivas é essencial para potenciar o rendimento dos jogadores. Para isso, os jogos reduzidos (JRs), que simulam interações e incertezas do jogo real, tornaram-se um dos métodos de treino mais utilizados no futebol (Clemente et al., 2021; Olthof et al., 2019; Nunes et al., 2020; Sarmento et al., 2018). 

Os JRs são tarefas de treino realizadas em espaços mais pequenos, que procuram reproduzir as exigências físicas e tático-técnicas da competição, através da manipulação de variáveis como o número de jogadores, as regras e a dimensão do campo (Olthof et al., 2019). Apesar de não reproduzirem plenamente as exigências de alta velocidade observadas em contexto competitivo (Casamichana et al., 2012; Asían-Clemente et al., 2021), ao integrarem estímulos motores, táticos e técnicos, potenciam o aproveitamento do tempo de treino (Davids et al., 2013; Clemente et al., 2020). Suportados por correntes teóricas como o Desenho Representativo da Aprendizagem (Representative Learning Design) e a Abordagem Baseada nos Constrangimentos (Constraints-led Approach), constituem contextos de treino realistas que favorecem a aprendizagem tática e a tomada de decisão, ao promoverem adaptações comportamentais resultantes da interação entre a tarefa, o contexto e o jogador (Renshaw & Chow, 2019; Borges et al., 2022). 

A literatura tem investigado amplamente o impacto de variáveis como número de jogadores, espaço, tipo de balizas, regras, uso de neutros (jokers) e regimes de treino no desempenho físico, fisiológico e tático-técnico no futebol (Castellano et al., 2013; Clemente et al., 2020; González-Rodenas et al., 2019). A área por jogador influencia especialmente as exigências locomotoras, sendo que maiores áreas relativas aumentam a distância total percorrida e os valores de variáveis relacionadas com a velocidade (Clemente et al., 2023; Guard et al., 2022; Praça et al., 2022). Contudo, o efeito na carga mecânica é inconsistente (Riboli et al., 2020, 2021). Estudos apontam efeitos opostos consoante a idade e o tipo de jogo (com ou sem balizas), não havendo consenso quanto à relação entre a área por jogador e acelerações/desacelerações, o que reforça a necessidade de mais investigação (Clemente et al., 2023). 

Embora, em competição, os estudos sugiram um desempenho físico superior em jogadores de faixas etárias mais avançadas (Al Haddad et al., 2015; Buchheit et al., 2010), a análise de JRs mostra resultados incongruentes (Castillo et al., 2020; Rábano-Muñoz et al., 2019; Olthof et al., 2018). Por exemplo, Rábano-Muñoz et al. (2019) e Santos et al. (2021, 2024) observaram maiores exigências físicas em jogadores Sub-19 e Sub-23, respetivamente, em comparação com Sub-17, Sub-15 e Sub-12. No entanto, outros estudos não identificaram quaisquer diferenças entre Sub-16 e Sub-18 (Castillo et al., 2020; Hauer et al., 2021). Como a maioria das investigações se baseia em formatos reduzidos (4v4, 4v4+2, 5v5), recomenda-se a análise de jogos de média dimensão, mais próximos da realidade competitiva, para melhor entender o impacto da progressão etária no treino. 

As diferenças entre posições em contexto competitivo estão bem documentadas (Buchheit et al., 2010; Bradley, 2023; Ju et al., 2023); ainda assim, a variável “posição” tem sido frequentemente negligenciada nos estudos sobre JRs. Esta torna-se particularmente relevante em formatos com mais jogadores (6v6 a 8v8), onde posições distintas registam diferentes cargas internas e externas (Owen et al., 2016; Martín-García et al., 2019; Sydney et al., 2021). A literatura científica indica que os JRs podem sobrecarregar ou subcarregar jogadores consoante a posição de jogo (Dellal et al., 2012; Lacome et al., 2018). Além disso, o dispositivo tático influencia o comportamento tático e as exigências físicas em JRs e em competição (Baptista et al., 2020; Low et al., 2022). Esta variável demonstrou afetar as exigências físicas dos jogadores (Forcher et al., 2023; Modric et al., 2020), o que releva a importância de ser investigada nos JRs, sobretudo dada a escassez de trabalhos existentes. 

Uma conceção eficaz de JRs exige que constrangimentos da tarefa (e.g., dimensão do campo, dispositivo tático, posição) se adequem às características individuais dos jogadores, como a idade e as capacidades tático-técnicas, pois influenciam de forma interdependente a carga física do treino. No entanto, apesar da atenção dada à idade e à dimensão do campo, os efeitos do dispositivo tático e das posições específicas ainda permanecem pouco estudados. Este estudo aborda este défice ao analisar a interação entre múltiplos constrangimentos em JRs, com vista à produção de evidência aplicável ao treino (Clemente et al., 2023; Rábano-Muñoz et al., 2019; Santos et al., 2024). Assim, o objetivo do estudo foi analisar a carga locomotora e fisiológica combinada em jovens futebolistas durante JRs. Os autores colocaram as hipóteses de que jogadores mais velhos e JRs em espaços mais amplos apresentem maiores exigências em corrida de alta intensidade e sprint, com os alas e os avançados a registar maiores cargas do que defesas centrais e médios.

 

Métodos

 

·     Participantes

O estudo incluiu 28 jogadores subelite (Sub-16 e Sub-19) de um clube da região de Madrid, excluindo guarda-redes (Gr) e praticantes não aptos fisicamente. Foram recolhidas 422 observações em 6 sessões e 18 JRs, num desenho fatorial com 2 escalões etários (Sub-16; Sub-19), 4 posições de jogo (DC: defesas centrais; W: alas; M: médios; FW: avançados centro), 2 dispositivos táticos (1-2-3-1; 1-3-1-2) e duas dimensões de campo (232 m2/jogador; 132 m2/jogador; figura 2). A análise post hoc revelou alto poder estatístico (>95%) para o escalão etário, espaço e dispositivo tático, mas baixo para a posição de jogo (~40%). Os jogadores tinham 9–14 anos de experiência e treinavam 3 vezes/semana.


Figura 2. Dimensão do campo de ambos os jogos reduzidos utilizados no estudo, em relação ao campo inteiro (Ferrandis et al., 2025).

 

·     Procedimentos

O estudo decorreu durante 6 semanas e analisou os efeitos combinados do escalão etário, posição de jogo, dispositivo tático e espaço de jogo na carga locomotora e fisiológica de jovens futebolistas subelite, em contexto de JR. As sessões realizaram-se em relvado sintético, sempre às 20h00, sob condições controladas. Foi realizada uma sessão de familiarização com os JRs, os dispositivos táticos e os equipamentos de monitorização (GPS WIMU PRO™ e bandas de frequência cardíaca GARMIN®). 

Os JRs foram disputados em duas dimensões de campo (132 m2 e 232 m2/jogador, incluindo Gr), representando o espaço habitualmente disponível em treino (meio-campo), com base em evidência prévia sobre as exigências competitivas (Riboli et al., 2021). Foram testados os dispositivos táticos 1-2-3-1 e 1-3-1-2 (ver Figura 3), com equipas equilibradas em função da posição e do nível tático-técnico (avaliado pelos treinadores). Independente do dispositivo utilizado, cada equipa enfrentou um adversário fixo em 3-3. Realizaram-se 6 repetições por sessão (5 minutos de jogo + 2 minutos de pausa), com alternância semanal das condições espaciais e estratégico-táticas.

 

Figura 3. Características dos JRs realizados neste estudo. Gr = guarda-redes; DC = defesa central; W = ala; M = médio; FW = avançado centro. Dispositivo 1-3-1-2: 1 Gr, 1 DC, 2 A, 1 M e 2 FW; Dispositivo 1-2-3-1: 1 Gr, 2 DC, 2 A, 1 M e 1 FW (Ferrandis et al., 2025).

 

Foram recolhidas variáveis de desempenho físico e fisiológico relativas a: 

a)  Distância percorrida, expressa em metros por minuto: total (TD), caminhada (0–6 km/h), jogging (6–12 km/h), corrida moderada (12–18 km/h) e corrida de alta intensidade (HIRD; >18 km/h);

b)  Carga metabólica elevada (HMLD): distância percorrida por minuto quando a potência metabólica excede os 25,5 W/kg;

c)   Velocidade: média (SpeedAVG) e máxima (SpeedMAX) alcançadas em cada repetição;

d) Carga mecânica: distância percorrida por minuto em acelerações (>2 m/s2) e desacelerações de alta intensidade (<–2 m/s2), e número de impactos intensos por minuto (ações que envolvem forças G relevantes durante o jogo);

e)  Carga fisiológica: percentagem da frequência cardíaca máxima (%HRmax) atingida por cada jogador, em relação ao seu valor máximo registado em competição.

 

A recolha foi realizada com recurso ao sistema GPS WIMU PRO™ e bandas de frequência cardíaca GARMIN®, com visualização e exportação de dados no software WIMU SPRO™. Todas as variáveis de distância e carga mecânica foram expressas de forma relativa (m/min ou ações/min), tendo em conta o tempo efetivo de jogo. O protocolo foi delineado para assegurar validade ecológica e refletir a prática real de treino, com supervisão contínua por treinadores e investigadores.

 

·     Análise estatística

Os dados foram analisados com modelos lineares generalizados mistos, agrupando as observações por jogador para estudar os efeitos combinados do escalão etário, posição de jogo, dimensão do campo e dispositivo tático na carga física e fisiológica. Os modelos controlaram a variabilidade individual e permitiram lidar com diferentes números de sessões por jogador. A comparação entre o modelo nulo e o modelo completo (com efeitos fixos) revelou melhor ajuste estatístico ao incluir as variáveis independentes, sobretudo para a distância percorrida, velocidade média e corrida moderada. Foram ainda gerados gráficos com médias estimadas e testes LSD para comparar as posições de jogo, considerando um nível de significância de p < 0,05.

 

Principais resultados

Os modelos estatísticos indicaram que variáveis como o escalão etário, a dimensão do espaço de jogo e a posição em campo influenciam de forma diferenciada a carga locomotora e fisiológica dos jogadores. Em contraste, o dispositivo tático utilizado não teve impacto significativo. Seguem-se os principais fatores associados às diferenças observadas.

 

·     Efeitos da idade

Jogadores Sub-19 apresentaram valores superiores de distância total percorrida, velocidade média e máxima, e número de impactos por minuto, comparativamente aos Sub-16.

 

·     Efeitos da dimensão do espaço de jogo

Jogos realizados em áreas maiores (232 m2/jogador) resultaram em maiores valores de distância total, corrida moderada e de alta intensidade, distância sob carga metabólica elevada, velocidade média e máxima, bem como impactos por minuto. Em contraste, registaram-se menores valores de caminhada comparativamente às áreas mais pequenas (132 m2/jogador).

 

·     Efeitos da posição de jogo

Os defesas centrais apresentaram menor distância total, corrida, distância sob carga metabólica elevada, velocidade média e número de acelerações/desacelerações, e maior distância em caminhada, face às restantes posições. Os médios e os avançados percorreram maiores distâncias totais e em jogging do que defesas centrais e alas. Os alas e os avançados também registaram mais distância em corrida de alta intensidade, distância sob carga metabólica elevada, acelerações e desacelerações por minuto do que os defesas. Os médios apresentaram a maior percentagem relativa de frequência cardíaca máxima.

 

·     Efeitos do dispositivo tático

Não foram observadas diferenças significativas na carga locomotora e fisiológica entre os 2 dispositivos táticos testados (1-2-3-1 e 1-3-1-2).

 

Aplicações práticas

Tendo por base os resultados do estudo sobre os efeitos da idade, dimensão do espaço, posição de jogo e dispositivo tático na carga locomotora e fisiológica em jovens futebolistas subelite, propõem-se as seguintes aplicações práticas para os profissionais do treino: 

1. Ajustar progressivamente a carga de treino na transição entre escalões​: a integração de jogadores Sub-16 em contextos Sub-19 deve ocorrer de forma faseada. O foco inicial deve incidir no desenvolvimento tático-técnico, seguido por um aumento gradual da exigência física, de forma a garantir uma adaptação segura e eficaz. 

2. Recorrer a espaços de jogo mais amplos para reforçar a intensidade e a representatividade do treino: quando o objetivo passa por desenvolver a capacidade locomotora e criar contextos próximos da competição, recomenda-se a utilização de áreas de jogo mais alargadas (>200 m2/jogador) nos JRs. 

3. Manipular os constrangimentos dos JRs para responder às exigências específicas de cada posição​: o treino deve ser estruturado com variações na configuração espacial, nas regras ou nas estruturas táticas para privilegiar estímulos diferenciados por função. Por exemplo, para médios, recomenda-se a criação de tarefas com elevada densidade de ações e cobertura de espaço central. Para extremos/alas e avançados, podem explorar-se situações de ataque rápido/contra-ataque em profundidade ou ações em superioridade numérica nas zonas de finalização.

4. Adotar estratégias de rotação posicional no treino, sobretudo em idades mais jovens:​ a influência da posição na carga interna e externa sugere que a especialização precoce pode limitar o desenvolvimento global. Ao alternar funções em campo, os jogadores vivenciam uma maior diversidade de experiências, o que favorece o desenvolvimento tático-técnico, físico e fisiológico de forma mais equilibrada e abrangente.

5. Selecionar o dispositivo tático com base em objetivos estratégicos e não na carga física esperada:​ ao planear JRs, os treinadores podem ponderar uma estrutura tática adequada aos princípios do modelo de jogo da equipa, uma vez que diferentes dispositivos não alteram de forma significativa os estímulos locomotores e fisiológicos dos jogadores.

 

Conclusão

​​O estudo mostrou que os jogadores Sub-19 enfrentaram maiores exigências locomotoras do que os Sub-16, com distâncias percorridas e velocidades superiores. Os JRs em campos de maiores dimensões impuseram maior esforço físico, mantendo cargas mecânicas e fisiológicas semelhantes às de campos mais pequenos. Os defesas centrais revelaram-se os menos solicitados fisicamente, ao passo que os médios suportaram as cargas mais elevadas, sobretudo a velocidades moderadas, refletindo-se num esforço cardiovascular superior. Os alas e os avançados destacaram-se pela maior atividade mecânica e de alta intensidade. O dispositivo tático não influenciou significativamente a carga física nem a fisiológica.

 

P.S.:

1-  As ideias que constam neste texto foram originalmente escritas pelos autores do artigo e, presentemente, traduzidas para a língua portuguesa;

2-  Para melhor compreender as ideias acima referidas, recomenda-se a leitura integral do artigo em questão;

3-  As citações efetuadas nesta rubrica foram utilizadas pelos autores do artigo, podendo o leitor encontrar as devidas referências na versão original publicada na revista International Journal of Sports Science & Coaching.

18/05/2025

Retos (Vol. 68/2025) | Dinâmica de marcação do golo nas 5 principais ligas europeias de futebol: Efeitos situacionais e relacionados com o sexo no resultado dos jogos

No dia em que o blogue “Linha de Passe” comemora o seu 19.º aniversário, apraz-nos comunicar o término de mais um trabalho científico: Goal-scoring dynamics in the Big-5 European football leagues: Situational and sex-based effects on match outcome. A ponta do icebergue – publicação na revista espanhola Retos (fator de impacto Scopus: 1.406; CiteScore 2024: 3.6) – coloca-nos, naturalmente, um sorriso no rosto, mas a massa oculta do mesmo foi um processo longo e com inúmeras frustrações.

Eis o contexto: o projeto de investigação “Efeitos de variáveis situacionais no período de concretização do golo: uma incursão nos momentos críticos do jogo de futebol” foi proposto em 2018 e, em resultado dos trabalhos de investigação de alguns dos nossos alunos de licenciatura do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, foram publicados alguns trabalhos. Um deles, primariamente desenvolvido pelo João Lança, acabou mesmo por resultar numa comunicação oral na Conferência Internacional “Ciência e Futebol”, organizada pela Portugal Football School, em abril de 2022. A apresentação suscitou bastante interesse da audiência presente na Cidade do Futebol, o que nos motivou a desenvolver um trabalho com outra dimensão e, eventualmente, outra projeção.

A fim de melhor entender a importância do contexto situacional na dinâmica de marcação de golo no futebol masculino e feminino de alto nível, executámos um estudo observacional retrospetivo abrangente, incluindo a análise de 15366 golos nas 5 maiores ligas europeias (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França). Além do sexo, as demais variáveis independentes foram: país, local do jogo, período do jogo, relação numérica, qualidade da equipa e criticidade do golo), no intuito de perceber o impacto que tiveram no desfecho de todos os jogos disputados em duas épocas consecutivas (2020/21–2021/22). A recolha de dados foi um trabalho de sapa, longo e desgastante. Depois, o modelo principal teve problemas de sobredispersão. O resto foi a azáfama habitual: revisão de literatura, redação de texto, revisões e mais revisões.

Para submeter, pensámos em grande, mas fomos chutados para canto algumas vezes. Frustração é aguardar 8 meses por um parágrafo de 4 linhas a rejeitar o artigo com base na ausência de processo de fiabilidade intra e interobservador. O nosso trabalho não pressupunha análise da performance e consultámos duas fontes de dados independentes, baseadas nos resultados oficiais, para obter a informação necessária. As duas fontes dos dados não revelaram quaisquer inconsistências. Um parágrafo injusto que fomentou a nossa resiliência.

No passado dia 13 de maio, a publicação na Retos encerra um processo que durou aproximadamente 30 meses (figura 1).

 


Figura 1. Página inicial do artigo original publicado na revista Retos (13-mai-2025), com as informações editoriais.

 

Apesar do crescente interesse pelas diferenças entre o futebol feminino e masculino, ainda há muito por compreender sobre como o contexto do jogo influencia o resultado final. No futebol feminino, por exemplo, os resultados foram mais moldados por fatores contextuais e diferenças entre países, sugerindo um maior impacto de elementos como o equilíbrio competitivo ou o nível de profissionalismo. Em ambos os sexos, os golos considerados “críticos” – aqueles que alteram o estatuto competitivo entre as equipas – foram determinantes para o sucesso, sobretudo quando marcados no período final dos jogos (76 minutos – final), especialmente no futebol masculino.


Que contributo pode este estudo trazer para o futebol?

O trabalho aprofunda o entendimento sobre como o contexto e o sexo influenciam o desempenho e o resultado em jogos de futebol ao mais alto nível competitivo. Ao distinguir padrões distintos entre ligas masculinas e femininas, fornece uma base empírica robusta para adaptar estratégias de jogo e políticas de desenvolvimento desportivo, respondendo a uma lacuna persistente na literatura sobre o futebol feminino (figura 2).

 

Figura 2. Futebol feminino em ascensão: Barcelona x Real Madrid (fonte: flashscore.pt; autor: Javier Borrego, Zuma Press).

 

Uma nota final, não menos especial, de agradecimento aos coautores do estudo: Paulo Paixão, José António Jorge (Zé Tó), Pedro Vargas, Ricardo Gonçalves e Rui Batalau, todos pertencentes ao Grupo de Investigação e Formação em Futebol/Futsal (GIFut) do ISMAT. Estou certo de que não ficaremos por aqui.


Referência

Almeida, C. H., Paixão, P., Jorge, J. A., Vargas, P., Gonçalves, R., & Batalau, R. (2025). Goal-scoring dynamics in the Big-5 European football leagues: Situational and sex-based effects on match outcome. Retos, 68, 24–39. https://doi.org/10.47197/retos.v68.111879

29/04/2025

Artigo do mês #64 – abril 2025 | Ataques mais diretos aumentaram a probabilidade de golo nas finais dos Mundiais da FIFA de 2018 e 2022

Nota prévia: O artigo científico alvo da presente síntese foi selecionado em função dos seguintes critérios: (1) publicado numa revista científica internacional com revisão de pares; (2) publicado no último trimestre; (3) associado a um tema que considere pertinente no âmbito das Ciências do Desporto. 

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Autores: Taha, T., & Orlov, I.

País: Canadá

Data de publicação: 10-março-2025

Título: More direct attacks increase likelihood of goals in 2018- and 2022-Men’s World Cup soccer finals

Referência: Taha, T., & Orlov, I. (2025). More direct attacks increase likelihood of goals in 2018- and 2022-Men’s World Cup soccer finals. PLoS One, 20(3), e0314630. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0314630

 

Figura 1. Informações editoriais do artigo do mês 64 – abril de 2025.

 

Apresentação do problema

No futebol, a posse de bola (ou a fase ofensiva) envolve ações coordenadas da equipa atacante no intuito de marcar golos. Contudo, as posses de bola que efetivamente resultam em golos são raras (Tenga et al., 2010a). Assim, compreender os elementos que contribuem para estas situações torna-se crucial para o sucesso competitivo. 

Estudos inaugurais, como os de Reep e Benjamin (1968), indicaram que sequências curtas de passes aumentavam a probabilidade de marcar golos. Bate (1988) observou que posses iniciadas no terço ofensivo resultavam em mais golos, sugerindo que um estilo de jogo direto, com poucos passes e avanço rápido, era mais eficaz. Apesar do sucesso de equipas como o Barcelona e a seleção espanhola no início do século XXI, com um estilo de posse prolongada, estudos posteriores, como os de Tenga et al. (2010a, 2010b), demonstraram que o jogo direto era mais propenso a alcançar zonas de finalização quando a defesa adversária estava desorganizada. Collet (2013) analisou a relação entre tempo de posse e pontos médios por jogo e concluiu que, embora uma maior posse estivesse associada a mais pontos, essa relação diminuiu significativamente quando as equipas de elite foram excluídas da análise. Mais recentemente, Taha e Ali (2023) descobriram que, para posses iniciadas no terço defensivo, aumentos no tempo de posse e no número de passes reduziam a probabilidade de marcar, mesmo em equipas conhecidas pelo jogo de posse, como as seleções espanhola e alemã. Sarmento et al. (2014) argumentaram que análises notacionais simples não captam totalmente os elementos de sequências ofensivas bem-sucedidas, pelo que recomendaram a inclusão de dados qualitativos, como entrevistas com treinadores e jogadores, para uma compreensão mais aprofundada. 

​​A análise espacial no futebol evoluiu de simples contagens de ações por zonas do campo (Reep & Benjamin, 1968; Bate, 1988) para o uso de coordenadas “xy” que localizam os jogadores e a bola ao longo do tempo (Sarmento et al., 2018). Este progresso possibilitou estudar medidas de aptidão física relacionadas com o jogo (Teixeira et al., 2022a) e integrar ações físicas e táticas dos jogadores (Teixeira et al., 2022b). Os modelos mais inovadores já analisam automaticamente posições e movimentos dos jogadores, e, em última instância, evidenciam como as equipas criam espaço em competição (Fernandez & Bornn, 2018; Martens et al., 2021). Com a disponibilização de dados espaciotemporais por empresas como a StatsBomb, tornou-se possível rastrear sequências ofensivas completas, incluindo dados notacionais e contínuos, como localizações no campo e tempos associados. Estes dados permitem calcular velocidades da bola e dos jogadores, bem como as distâncias percorridas por cada um.​ 

Neste estudo, aplicou-se uma análise espacial detalhada para melhor compreender os elementos que caracterizam uma posse de bola bem-sucedida. Face a evidências contraditórias anteriores – onde equipas de elite com elevada posse de bola obtiveram mais pontos por jogo (Collet, 2013), mas posses mais curtas e com menos passes mostraram maior probabilidade de resultar em golo (Taha & Ali, 2023) –, decidiu-se analisar o trajeto da bola durante as sequências ofensivas. Os autores colocaram a hipótese que posses em que a bola seguiu trajetos mais diretos em direção à baliza adversária teriam maior probabilidade de resultar em golo.​

 

Métodos

  

·     Dados

Os dados utilizados foram recolhidos pela StatsBomb (2023) e estavam disponíveis publicamente no seu repositório no GitHub. A recolha foi realizada por 5 pessoas, complementada por um algoritmo proprietário para reduzir erros e acelerar o processo. Foram analisados 128 jogos dos Mundiais de 2018 e 2022, registando-se 461641 eventos codificados (e.g., passe, receção, condução, remate) com a respetiva localização (coordenadas xy), num campo de 120x80 unidades e o momento de ocorrência no jogo. Neste trabalho, foram consideradas apenas posses de bola compostas por mais de uma ação, excluindo pontapés de cantos e outras bolas paradas. Após filtragem, analisaram-se 370319 eventos correspondentes a 22661 posses de bola. A título ilustrativo, a figura 2 mostra alguns dados de uma posse que resultou num golo da Argentina na final do Mundial de 2022.

 

Figura 2. Posse de bola da Argentina, contra a França, que resultou num golo durante a final do Campeonato do Mundo de 2022. A direção do ataque argentino é da esquerda para a direta (Taha & Orlov, 2025).

  

·     Análise dos dados

A análise considerou o tempo e as coordenadas “xy” dos eventos de cada posse de bola. Para cada posse, calcularam-se: (i) a distância total percorrida pela bola (109,0 unidades no exemplo da figura 2); (ii) a distância direta entre o início da posse e o centro da baliza (94,1 unidades no caso da figura 2); e (iii) o rácio de direcionalidade (DIR: distância direta/distância total), que indica o quão diretamente a bola avançou para a baliza (valores próximo de 1 = movimento direto, valores próximos de 0 = mais movimentos laterais ou para trás; valor de 0,86 no exemplo suprarreferido). Determinou-se também a velocidade da posse em direção à baliza (9,7 unidades/segundo no caso da figura 2), calculada com base na distância direta e no tempo total da posse (SPG). Por fim, registou-se a posição inicial de cada posse através da coordenada x (XPOS), para identificar a zona do campo onde se iniciou. As variáveis acima sublinhadas correspondem às 3 variáveis independentes do estudo. As variáveis dependentes foram a ocorrência de remate (variável binária que indica se uma posse de bola resultou ou não num remate) e a conversão do remate em golo (variável binária que indica se um remate resultou ou não em golo).

  

·    Modelagem estatística

Foram desenvolvidos 2 modelos estatísticos para analisar o impacto da direcionalidade (DIR), da velocidade da bola (SPG) e da posição inicial da posse (XPOS) na probabilidade de uma posse originar um remate ou um golo. Utilizou-se a regressão logística multivariada com efeitos mistos (Tenga et al., 2010a), considerando a autocorrelação entre estilos de jogo. Inicialmente saturados, os modelos foram simplificados com base no AIC e avaliados segundo o método de Nakagawa e Schielzeth (2012) (R²). Para a ocorrência de remates, identificaram-se efeitos principais e interações significativas. Para a conversão de remates em golos, a direcionalidade foi o único efeito fixo relevante. Ambos os modelos incluíram efeitos aleatórios e não apresentaram sobredispersão.

 

Principais resultados

Em termos gerais, foram analisadas 22661 posses de bola nos Mundiais de 2018 e 2022, das quais 2878 resultaram em remates e 372 culminaram em golos. É de ressalvar que os efeitos aleatórios dos modelos sugerem que cada equipa pode ter apresentado estilos de jogo distintos entre os 2 Mundiais. Seguem-se os fatores analisados que contribuíram para diferentes desfechos nas sequências ofensivas.

 

·     Fatores que aumentam a probabilidade de rematar

A modelagem estatística demonstrou que, quanto maior for a velocidade da bola rumo à baliza adversária (SPG), maior é a probabilidade de gerar um remate. Quanto à posição inicial da posse de bola (XPOS), recuperar a bola mais perto da baliza adversária também aumenta significativamente a probabilidade de rematar. 

No que respeita a interações significativas, observaram-se 4 resultados de destaque: (1) direcionalidade e posição inicial (DIR*XPOS): um jogo mais direto, quando a recuperação ocorre perto da baliza adversária, reduziu ligeira, mas significativamente, a probabilidade de remate; (2) direcionalidade e velocidade (DIR*SPG): jogadas mais diretas combinadas com alta velocidade reduziram a probabilidade de remate; (3) velocidade e posição inicial (SPG*XPOS): maior velocidade associada a recuperações próximas da baliza oponente também diminuiu ligeira, mas  significativamente, a probabilidade de remate; (4) interação tripla (DIR*XPOS*SPG): uma combinação equilibrada das 3 variáveis independentes teve um pequeno efeito positivo, embora significativo, na probabilidade de remate.

 

·     Fatores que aumentam a probabilidade de marcar golo

De entre todas as variáveis independentes, apenas a direcionalidade da posse (DIR) influenciou a probabilidade de marcar golo. Em concreto, uma maior direcionalidade (i.e., jogar mais diretamente para a baliza) aumentou significativamente a probabilidade de um remate resultar em golo.

 

Aplicações práticas

Com base nos resultados do estudo sobre a influência da direcionalidade, velocidade e posição inicial das posses de bola no sucesso ofensivo, propõem-se as seguintes aplicações práticas para os profissionais do treino de futebol:

 

1. Utilizar a métrica de direcionalidade para caracterizar o estilo ofensivo da equipa​: a direcionalidade, baseada em coordenadas espaciais, oferece uma forma objetiva de quantificar o método de jogo ofensivo de uma equipa, diferenciando estilos de jogo direto (contra-ataque e ataque rápido) de estilos baseados na posse de bola (ataque posicional). Ao analisar esta métrica, os treinadores podem identificar padrões no comportamento ofensivo da sua equipa e ajustá-los conforme necessário para otimizar o desempenho.​ 

2. Implementar estratégias de contra-ataque com foco na direcionalidade e velocidade: posses de bola mais diretas e rápidas em direção à baliza adversária aumentam a probabilidade de marcar golos. Assim, os treinadores devem desenvolver exercícios que reproduzam situações de contra-ataque e, em especial, que encorajem a progressão rápida e direta da bola, no sentido de aproveitar o desequilíbrio momentâneo na organização defensiva adversária. 

3. Variar as abordagens ofensivas para manter a imprevisibilidade​: embora o jogo direto seja eficaz, a utilização constante desta abordagem pode tornar a equipa previsível e permitir que os adversários se ajustem defensivamente. Incorporar variações nos métodos de jogo, por via da alternância entre jogo direto e posses mais elaboradas, pode dificultar a adaptação da organização defensiva adversária e aumentar as oportunidades de sucesso ofensivo.​ 

4. Adaptar a estratégia ofensiva consoante a zona de recuperação da posse de bola:​ sequências ofensivas iniciadas mais próximas da baliza adversária, quando combinadas com alta direcionalidade e velocidade, podem reduzir a probabilidade de remate, possivelmente devido à maior pressão defensiva contrária. Portanto, os treinadores devem ajustar o método ofensivo com base na zona do campo onde a posse é recuperada; por exemplo, optar por jogadas mais elaboradas a partir de recuperações em zonas de maior pressão ou por ataques rápidos ou contra-ataques em áreas com mais espaço disponível.​

 

Conclusão

​​Durante os Campeonatos do Mundo de futebol masculino de 2018 e 2022, as posses de bola iniciadas mais próximas da baliza adversária e com maior velocidade de progressão apresentaram uma probabilidade acrescida de resultar em remates. Contudo, esta tendência foi atenuada quando tais posses exibiram elevada direcionalidade, especialmente quando combinadas com alta velocidade ou iniciadas perto da baliza adversária. Nestas circunstâncias, os dados insinuam que a eficácia ofensiva pode ser comprometida. Importa salientar que, embora os remates sejam um indicador de desempenho ofensivo, são os golos que determinam o desfecho dos jogos. O estudo revelou que uma maior direcionalidade da posse – ou seja, um avanço mais direto da bola em direção à baliza adversária – aumentou significativamente a probabilidade de marcar golo.

 

P.S.:

1-  As ideias que constam neste texto foram originalmente escritas pelos autores do artigo e, presentemente, traduzidas para a língua portuguesa;

2-  Para melhor compreender as ideias acima referidas, recomenda-se a leitura integral do artigo em questão;

3-  As citações efetuadas nesta rubrica foram utilizadas pelos autores do artigo, podendo o leitor encontrar as devidas referências na versão original publicada na revista PLoS One.

23/04/2025

International Journal of Sport and Exercise Psychology (2025) | Impacto do público na vantagem de jogar em casa no futebol europeu antes, durante e após a COVID-19

Este projeto teve início em julho de 2023, por sugestão do Werlayne Leite (Secretaria da Educação do Estado do Ceará, Fortaleza, Brasil; Secretaria Municipal da Educação de Fortaleza, Fortaleza, Brasil; Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, Brasil), com quem tenho colaborado ao longo dos últimos anos. Na altura, o Werlayne propôs a análise de dados relacionados com o fenómeno “home advantage” (i.e., vantagem de jogar em casa) nas épocas mais recentes, com especial enfoque no impacto das medidas restritivas associadas à COVID-19 no futebol europeu de alto nível.

Com o precioso contributo do investigador Cristiano Diniz da Silva (Research Group in Applied Soccer Sciences, Department of Physical Education, Institute of Life Sciences, Federal University of Juiz de Fora, Juiz de Fora, Brasil) na modelação estatística, obtivemos perspetivas interessantes que nos levaram a explorar se a eliminação do suporte social dos adeptos durante a era COVID-19 teria influenciado o desempenho em casa de equipas habituadas a jogar com estádios cheios (figura 1).


Figura 1. O Arsenal FC a jogar em tempos de COVID-19 com o estádio vazio, diante do Manchester City FC (2020/21). Nas últimas épocas, o Arsenal figura no TOP-8 dos clubes europeus com mais adeptos no seu estádio (fonte: arsenalpics.com).

 

Em síntese, o estudo analisou as variações da vantagem de jogar em casa em 51 equipas europeias com maiores médias de assistência por jogo ao longo de 5 épocas, incluindo duas antes da pandemia (2017/18 e 2018/19), uma durante (2020/21, disputada sem público) e duas após a pandemia (2021/22 e 2022/23). Para a análise, aplicámos 4 modelos lineares mistos, considerando as equipas como fator aleatório – 2 modelos incluíram equipas que competiram em diferentes divisões e 2 modelos centraram-se exclusivamente em equipas que competiram na primeira divisão dos respetivos países. 

Os resultados revelaram uma correlação negativa entre a qualidade das equipas e a vantagem de jogar em casa, ou seja, quanto maior a competência da equipa, menor a vantagem de jogar em casa, com reduções entre os 0,12% e os 0,15% por cada ponto adicional na média de pontos por jogo. As equipas que competiram exclusivamente na primeira divisão registaram uma redução significativa de 7% na vantagem de jogar em casa durante a pandemia. Verificou-se ainda que a densidade de público, medida pela percentagem de ocupação dos estádios, influenciou positivamente a magnitude da vantagem de jogar em casa, o que sugere que o efeito do apoio das bancadas depende também da intensidade e proximidade dos adeptos. Concluímos que as flutuações observadas na vantagem de jogar em casa durante o período pandémico poderão estar parcialmente associadas à qualidade das equipas e não exclusivamente à ausência de público nos estádios. 

No passado dia 21 de abril de 2025 foi publicado online o produto final desta investigação na revista britânica International Journal of Sport and Exercise Psychology (figura 2), que figura no primeiro quartil (Q1) nas áreas de Ciências do Desporto, Psicologia Aplicada e Psicologia Social. O resumo ora apresentado não dispensa a consulta da totalidade do artigo para melhor se compreender a influência do apoio do público na expressão da vantagem de jogar em casa no futebol europeu contemporâneo e, designadamente, em equipas habituadas a jogar perante dezenas de milhares de adeptos.

 

Figura 2. Título, autores e outros informações editoriais do artigo publicado no International Journal of Sport and Exercise Psychology.

 

Antes de concluir, deixo um agradecimento especial ao Werlayne, cuja liderança exemplar, dedicação constante e visão crítica foram fundamentais para o sucesso desta investigação. Um reconhecimento igualmente sincero ao Cristiano, pela condução rigorosa da análise estatística e pelas perspetivas valiosas que contribuíram decisivamente para aprofundar o trabalho. 

Esperamos que o estudo seja útil e inspire novas reflexões sobre o fenómeno da vantagem de jogar em casa.

 Até breve!

 

Referência

Leite, W., Silva, C. D. da, & Almeida, C. H. (2025). Impact of crowd support on home advantage in highly attended European professional football teams: a comparison between pre-, during, and post-COVID-19 periods. International Journal of Sport and Exercise Psychology, 1–19. https://doi.org/10.1080/1612197X.2025.2495680