03/04/2011

O Velho que Lia Romances de Amor

O Velho que Lia Romances de Amor do chileno Luis Sepúlveda foi o livro seleccionado para a final do concurso "Pares da Leitura" (Projecto aLer+), organizado pela Escola Básica 2,3 de Monchique.

Como participante tive de ler a obra, desconhecendo, por completo, o seu autor. Maravilhou-me o modo como o escritor retrata a antítese entre os seres humanos que se degladiam por destruir o "pulmão" do planeta Terra (floresta Amazónica) e outros que vivem e protegem o que é o seu habitat natural: os índios shuar.

Antonio José Bolívar Proaño é a personagem principal do enredo, um velho de cerca de setenta anos que foi colonizar a Amazónia em troca de uns hectares de terra e de apoio técnico que nunca chegaria. Com a sua esposa (Dolores) é forçado a experienciar os horrores de tão drástica mudança. Após a morte da companheira, o Velho aprende com os índios shuar a sobreviver na floresta. Quando se apercebe que está a envelhecer, Antonio José Bolívar faz a descoberta mais importante da sua vida: sabe ler. O que mais gosta é de romances de amor.

Apesar de apreciar o sossego da sua choça e o tempo passado na leitura, começam a surgir uma série de acontecimentos estranhos (mortes de pesquisadores de oiro e colonos) a que só ele vai sabendo dar resposta. O Velho informa o administrador da circunscrição que se trata de uma onça transtornada de dor; um garimpeiro matou-lhe as crias e, eventualmente, feriu o macho. Para travar a tragédia, o administrador organiza uma expedição que, obviamente, conta com a colaboração do Velho. Por fim, travado um duelo mortífero com o animal, em que Antonio José Bolívar não se considera como um vencedor digno, pois fez uso de uma espingarda, regressa ao povoado (El Idilio) e aos seus "romances de amor que, com palavras tão bonitas, às vezes o faziam esquecer a bárbarie humana".

1 comentário:

Paula Gervásio disse...

Subscrevo totalmente este "retrato" da obra. Se não a conhecesse, partiria, decerto, para a sua leitura. É pena o final ficar quase totalmente revelado!
No próximo ano haverá uma outra obra a descobrir no "Pares da Leitura", pois ler+ é saber+.