06/05/2007

"Quando for..."

"Nós, que chegamos pela porta das traseiras, tirados à sorte do lixo, vivíamos muito pior do que os insectos e os ratos. Não havia nada, ou quase nada, para nós, e por isso alimentávamo-nos de desejos absurdos. Todas as nossas frases começavam assim: «Quando for...». Um peruano da cantina universitária disse um dia: quando for rico deixarei de vos falar. Pouco depois surpreenderam-no a roubar num supermercado e foi preso. Tinha feito tudo bem, mas ao chegar à caixa a empregada olhou para ele e deu um grito de horror (podia mesmo qualificá-lo de «cinematográfico»), porque do cabelo escorriam gotas vermelhas. Tinha escondido duas embalagens de bifes debaixo do capuz do impermeável, mas deixou passar muito tempo e o sangue atravessou o plástico. A partir desse dia mudou a sua frase: quando for rico nadarei em sangue fresco. Soube por essa altura que o tinham fechado num hospício e nunca mais o voltei a ver."

Gamboa, Santiago (2007). A Síndrome de Ulisses. Porto: ASA Editores, S.A.

29/04/2007

The Crow (1994)

Um filme de antologia, uma banda sonora memorável e um contexto trágico inundado de misticismo. Foi-me marcante, vi-o dezenas de vezes e visualizar este pequeno clip dá-me um gozo tremendo.

A célebre questão - Victims, aren't we all? - citada no filme, teve e tem o propósito (involutário?) de nos relembrar que até em ficção podemos morrer ou viver na realidade. Brandon Lee foi vítima disso mesmo, morreu ao fazer este filme, na sua grande e única oportunidade de saltar para o estrelato. Apesar das consequências trágicas, afirmou-se no mundo cinematográfico e deixou um legado intransponível para as sequelas de The Crow produzidas.

26/04/2007

No sítio errado na hora errada (literalmente).



Foi a jogada n.º 1 há duas semanas no programa NBA Action e percebe-se porquê. É uma autêntica raridade fazer um "auto-cesto" no Basquetebol, no entanto, o Darius Songaila conseguiu-o... e com o ombro!

P. S. - Aos mais supersticiosos, peço-vos que não culpem o malvado do "destino" por propiciar esta interessante casualidade.

16/04/2007

Juntos ao Luar.

- Um romance? - perguntei-me.
Não sabia muito bem se teria paciência para lamechices. Mas, para desenjoar do habitual texto laboral, tudo bem!

Gostei, já tinha ouvido e lido críticas muito boas acerca do autor - Nicholas Sparks, mas gostei mesmo. O livro abre-nos as portas de um forte amor que nasce entre John e Savannah, com tudo para dar certo, mas que pelas contigências da vida acaba por não resultar.
No meio deste enredo amoroso, o autor foca algumas temáticas como a guerra no Iraque (vida militar de John), a educação especial (área profissional de Savannah e pai de John) e mostra-nos, no seu climax, como uma decisão correcta pode nem sempre implicar benefícios para quem a toma.

De leitura fácil e cativante, dou-lhe um Bom+.

08/04/2007

Férias, invasão ou erro geográfico?

Voltei de férias simplesmente farto de espanhóis. Só uma perguntinha: a Ilha de Tavira fica em Portugal, não fica? É que por 3 dias pensei que estava numa instância balnear espanhola, talvez na Isla Cristina.

Outra pergunta: a língua oficial em Portugal é o Português, não é? Então porque é que os portugueses, não raras foram as vezes, me dirigiram a palavra como se de um cliente espanhol se tratasse? Acrescento: será que eles em Espanha falariam Português comigo? Não!

Eu tenho orgulho em ser "tuga" e entristece-me ver alguns compatriotas meus a se rebaixar perante espanhóis arrogantes que pensam que a Península Ibérica é Espanha. Não desprezo o meu povo, nem tão pouco a nossa história, especialmente quando nos referimos aos nuestros hermanos. Já a tradição o diz: "De Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos".