29/07/2006

Palavras Emergentes

"Toda a gente pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em se mudar a si próprio."
(cit by O Grande Claúdio)

23/07/2006

Morte e Filosofia

Por muito que possa parecer, fiz um trabalho na faculdade sobre esta temática, mais concretamente na cadeira de Epistemologia da Motricidade Humana. Curiosamente, o professor responsável também é escritor, tendo recentemente publicado inúmeras obras com críticas muito positivas.

Bem, não pretendo escrever acerca de Gonçalo M. Tavares, mas sim a propósito do trabalho realizado por um ex-colega, que decidiu filmar uma entrevista a outro ex-colega de faculdade, de modo a dissecar o tema Morte e Filosofia. Nostalgicamente, fartei-me de rir ao rever o vídeo (grandas malucos!), contudo houve ideias da discussão que me cativaram pelo seu interesse.


Para começar, o entrevistado salienta que a morte é umas férias que a vida nos dá (pergunto se não será o contrário). Posteriormente, fala-se na vida como uma ilusão, porque tudo acaba, "não levamos nada", ou seja, "tiramos um curso, compramos um carro, uma casa, levamos a vida a pagar o carro e a casa, e quando damos por isso: - 'Olha, agora estou morto... morri!'" (Deliciosamente parvo!). Mais, segundo o mesmo, nós não temos medo da morte, temos medo é de pensar que um dia vamos morrer (Lindo!).

Finalizo com a referência do protagonista a Vergílio Ferreira, na medida em que temos de "justificar a vida em face da inverosimilhança da morte" (momento alto da entrevista), pois a morte é "uma cena obscura", logo temos de iluminar a vida com coisas boas, tirando o máximo proveito daquilo que ela nos proporciona, como forma de contornar a inevitabilidade do nosso destino (bem visto!).

Ex-colegas, amigos... valeu pela reflexão. :)

Um grande bem-haja!

20/07/2006

Hipertrofia Instantânea

Foi ontem à tarde nas piscinas onde faço vigilância. Um grupo de rapazes por volta dos 18 anos, mais um puto com os seus 11/12, estavam a jogar à bola e num momento de menor precisão, lá vai o "esférico" para cima do muro. Quem foi buscar a dita cuja, adivinhem só: o puto (claro!).

Trepou colocando os pés nas brechas entre as pedras, agarrou na bola e foi literalmente atacado por vespas. Não eram 2 ou 3, diz quem viu que eram, no mínimo, uma dúzia. O puto:

- Ai, ai, ai, elas estão-me a picar - enquanto se sacudia abruptamente, perante o olhar pasmado dos outros.
- Salta, cara**o! - aludiu um dos mais velhos.
Saltou (bem que se podia ter aleijado a sério), ainda correu 3 ou 4 voltas no mini-campo de jogo, enquanto outro dos mais velhos gritava:
- Vai para a piscina, pá!

Dadas as tais 3 ou 4 voltas de pura aflição, conseguiu-se livrar dos insectos, contudo com 8 picadas por todo o corpo. Desde o calcanhar esquerdo, até ao braço direito, passando pela zona lombar, só não apanhou o rosto...

Resultado: saiu da piscina com um cabedal de fazer inveja a qualquer um desses "armários" que levam a encher nos ginásios diariamente. A fórmula é inovadora: queres ficar com grande caparro, sem perder meses e meses de ferro para baixo e para cima? Mete-te no meio de vespas ou abelhas, não sem antes confirmar se és ou não portador de alergia às suas picadas...

17/07/2006

Mourinho - Porquê tantas vitórias?

Acabei ler de ontem. Bruno Oliveira, Nuno Amieiro, Nuno Resende e Ricardo Barreto fizeram, de facto, um trabalho bastante interessante.

Respondendo à pergunta subjacente ao título do livro - Porquê tantas vitóras? -, é perfeitamente evidente que José Mourinho rompe com os métodos de treino predominantemente vigentes, e aos quais os autores designam de a "norma do treinar". O treinador português não acredita em métodos tradicionais ou "integrados", cuja diferença prima pela presença ou não do elemento bola nas sessões de treino. Mourinho diz que no método "integrado" a bola figura como um rebuçado para mascarar as verdadeiras intenções do treino, de carácter tradicionalista.

O que existe para Mourinho é uma "periodização táctica", na qual a aquisição hierarquizada dos princípios de jogo, dos subprincípios e dos subprincípios dos subprincípios, conduzem ao modelo de jogo que pretende implementar. Portanto, treina-se constantemente a organização da equipa, descurando corridinhas inúteis à volta do campo, circuitos de força resistente ou potência e até mesmo treinos de conjunto, isto porque para se alcançar o modelo que é objectivado, tem que se adquirir progressivamente comportamentos táctico-técnicos que o suportem, sendo o 11x11 a campo inteiro uma forma generalista de se treinar em especificidade.

Ainda assim, desengane-se quem pensa que Mourinho é somente um mestre em psicologia, como não há outro. NÃO! É inegavelmente um líder nato, extremamente inteligente, mas a sua qualidade não pode ser reduzida ao "psicológico". Em termos metodológicos e organizacionais é espectacular, o que é comprovado pela imposição de novas ideias do treinar com resultados em todas as equipas por onde passou. Como afirma o nosso conterrâneo:

"Os meus jogadores não me adoram... adoram é trabalhar comigo.".

Exemplar!

10/07/2006

World Cup à la Itália

Um dia após a final ganha pela Itália (5-3 nas g. p.) aos franceses, convém relembrar por instantes a honrosa carreira da nossa selecção neste Alemanha 2006. Figo e Pauleta despedem-se (decisões algo esperadas), Scolari ainda indefinido, mas todos nós portugueses temos razões para augurar boas competições no futuro, a começar logo pelo apuramento para o Euro 2008 na Suíça e na Áustria. Senão vejamos:

Euro 2000: perdemos nas meias-finais ante a França;
Mundial 2002: excepção à regra...;
Euro 2004: derrota na final contra os deuses do Olimpo, sim porque a Grécia nesse campeonato não se livrou de ajuda divina;
Mundial 2006: novamente grande galo dos franceses nas meias-finais.

Na última década, atrevo-me a escrever que Portugal cresceu como nenhuma outra selecção no mundo. As presenças nas grandes competições foram constantes e com bons resultados. Não foi por acaso que tal sucedeu, houve trabalho de base do qual estamos todos a retirar frutos presentemente. E é esse o meu orgulho, o orgulho de fazer parte de um país pequenino, lá bem no cantinho da Europa, mas que quando quer faz, e faz como nenhum outro povo no planeta Terra.

Somos fortes. Viva Portugal!