24/09/2007

Música: um alarme da sociedade.


Metallica - Turn the Page (Garage, Inc., 1999)


A música tem uma força enorme no seio da sociedade. Poucos são os que não ouvem música, mas a maioria fá-lo, no carro para o emprego, em casa, no hipermercado, no bar, etc.

Alguns artistas ou bandas aproveitam o seu talento para chamar a atenção para inúmeros problemas da sociedade: políticos, sociais, económicos ou até mesmo comportamentais. As mensagens veiculadas nas letras das músicas, nos vídeos oficiais ou nos slogans das "tournées" são exemplos disso mesmo: um alarme para a sociedade (ou da sociedade).

É designada por "música interventiva", não apenas pelo prazer da música em si, mas pelo modo como denuncia ou critica determinadas falhas da sociedade. No fundo, todos desejamos viver num mundo melhor, no entanto, das palavras aos actos há uma distância enorme a percorrer e nem sempre o fazemos da melhor maneira.

Perduram os bons exemplos, os maus não devem ser para esquecer, mas para aprender com com eles através do "como-não-fazer". Um bem-haja a quem procura, com as suas armas, lutar por um mundo progressivamente um pouco melhor.

20/09/2007

Até sempre, Chelsea!

Escandaloso? Não, algo previsível. Para vos ser sincero, julguei que Mourinho não começasse a época no Chelsea FC, tal não foram os acontecimentos estranhos que foram ocorrendo no clube, supostamente contra a vontade do treinador português e sobretudo durante a época transacta.

Nunca pensei que a paciência de José Mourinho fosse tão grada ao ponto de admitir essa sucessão de acontecimentos estranhos nas suas barbas. Desde a contratação de jogadores não desejados para o plantel, o caso Shevchenko é o mais badalado, e de um director desportivo para supervisionar a actividade do técnico, passando pelas constantes tentativas de interferência nas opções estratégicas do treinador por parte de Abramovich, tudo convergiu para a saturação do treinador.

Pois bem, a paciência esgotou-se e o "special one" bateu com a porta. Na minha opinião, fê-lo demasiado tarde, mas ele lá terá as suas razões. Atendendo aos anseios de Mourinho, o próximo capítulo decorrerá por Itália. Como ontem referiu um amigo meu: "o sacana parece ter a vidinha toda planeada".

Aguardemos, o futuro a Deus pertence.

16/09/2007

O valor educativo de uma imagem

Não fumo.

Esta opção foi tomada algures entre 1993 e 1995, aquando da minha passagem pelo 5º ou 6º ano de escolaridade. Lembro-me como se fosse ontem, a imagem dramática no manual de Ciências da Natureza a expor cruelmente os pulmões afectados pelo tabaco. Persegue-me até aos dias de hoje.

- Eu não quero ficar assim - pensei, e determinantemente resisti aos inúmeros convites que me foram feitos. O pior é que nem sempre as nossas opções são respeitadas e temos que levar com o fumo dos outros, que não negligenciam apenas a sua saúde como a dos que os rodeiam. A legislação deve ser rigorosa nesse aspecto, sobretudo em espaços públicos fechados. Não digo que não se fume, no mínimo que se restrinja zonas para fumadores e não fumadores e se respeite esses limites.

Morrer, todos morremos, mais cedo ou mais tarde, mas ao menos que haja qualidade de vida (leia-se, saúde) até que a fatalidade surja. Quanto a isso, a minha consciência está tranquila.

13/09/2007

O caso "Scolari"

Luiz Felipe Scolari errou. Como seria de esperar, a nação, de Norte a Sul do país, pede a "cabeça" do treinador.

As opções de Scolari nunca foram muito consentâneas entre o povo português, contudo, os sucessivos êxitos da nossa selecção no passado recente abafaram os vultos da discórdia. Pela primeira vez desde que o ex-campeão mundial - e referiro-o propositamente - assumiu a selecção portuguesa, estão reunidas as condições para o porem a andar.

Com o apuramento para o Europeu em risco, como o culminar de opções estratégicas duvidosas, não só em períodos pré-competitivos (a selecção de alguns jogadores não utilizados nos seus clubes), como em momentos de competição (por exemplo, as substituições), eis que surge a "cereja no topo do bolo": uma tentativa de agressão a um jogador sérvio. Um autêntico escândalo, inclusivamente já se fala em irradiação do futebol, o que na minha humilde opinião é um abuso. Certamente que será castigado, mas só quem participa ou participou em jogos oficiais de futebol, independentemente do nível competitivo, sabe que, por vezes, é muito difícil manter o controlo emocional. Não é um escândalo, é a natureza humana, por demais susceptível quando se está sob (intensa) pressão, como foi o caso do Scolari.

Não duvido das suas competências como treinador, até porque foi campeão mundial e não é qualquer um que o é, mesmo dispondo dos melhores jogadores do mundo no grupo de trabalho.

Não creio que ele continue à frente da selecção depois deste rol de acontecimentos, embora ainda acredite convictamente no apuramento da selecção portuguesa para o Euro 2008. Pelo que fez por Portugal, a deixar o cargo será uma despedida bastante imerecida para Scolari.

08/09/2007

O Psicanalista

Do escritor americano John Katzenbach.
O enredo é caracteristicamente um thriller, denso em atmosferas, "em parte um registo freudiano do inferno."

Dr. Frederick Starks (Ricky), psicanalista nova-iorquino, recebe no dia do seu 53º aniversário uma carta ameaçadora: "Seja bem-vindo ao primeiro dia da sua morte". O autor da carta - Rumplestiltskin - cedo dá a entender que o jogo é real, dando três hipóteses a Ricky: se este descobrir, em quinze dias, a identidade do malfeitor, algures enterrada no passado do psicanalista, ninguém morre; se não o fizer, será assassinado um parente seu, a menos que Ricky se suicide.

Uma busca incessante pela identidade de Rumplestiltskin, num campo de batalha minado por regras e acontecimentos difíceis de contornar. Ricky é levado a um suicídio que não o é na realidade, revertendo os papéis no jogo: de perseguido para perseguidor, porque: "um homem sem passado, pode escrever o futuro que quiser"... até à vingança.

Quatrocentas e oitenta e oito páginas de leitura absorvente. Tendo em consideração que nunca tinha ouvido falar do autor, decerto que não me esquecerei do seu nome. Excelente!

04/09/2007

Não é defeito, é feitio!

No fim-de-semana que passou consegui exceder as minhas melhores expectativas e segui, não dois nem três jogos de futebol, mas cinco (!). Não costumo ter paciência para tanto, talvez seja pecúlio do início da época.

Das cinco transmissões televisivas, acompanhei três jogos da Premier League (Liverpool - Derby County; Manchester United - Sunderland; Aston Villa - Chelsea) e dois jogos da Bwin Liga (Sporting - Belenenses; Nacional - Benfica).

Não é novidade nenhuma que existem diferenças marcantes entre as nossas equipas e as que são provenientes de Inglaterra. Banalmente, somos confrontados com a expressão "diferentes estilos de futebol", o que quer que isso signifique. Tal não deriva das regras, porque são as mesmas, mas sim da interpretação das regras e aí, confesso, irrita-me ver um jogo de futebol da nossa Liga, após ter acompanhado um ou mais encontros da Premier League. Apita-se por tudo e por nada.

Senão vejamos as estatísticas, em termos de faltas, dos cinco jogos:

Liverpool 14 - 10 Derby County (Total = 24 faltas);

Manchester United 10 - 7 Sunderland (Total = 17 faltas);

Aston Villa 11 - 17 Chelsea (Total = 28 faltas);

Sporting 19 - 17 Belenenses (total = 36 faltas);

Nacional 14 - 16 Benfica (Total = 30 faltas).

Em qualquer um dos jogos da Premier League foram cometidas menos faltas que nos jogos da Bwin Liga, e esse parâmetro traduz, de certo modo, a qualidade do jogo (menos "tempos mortos" e, consequentemente, um ritmo de jogo mais elevado).

No meio disto tudo, quem são os culpados? Árbitros, jogadores, dirigentes ou adeptos? Distribui-se o mal pelas aldeias. Não há profissionalização na arbitragem como em Inglaterra; decisões menos correctas são objecto de polémica imediata, muitas vezes desencadeadas por dirigentes incompetentes para encobrir os seus erros de gestão; os próprios jogadores fazem questão, perante pequenos toques, de se atirarem para o chão; etc... Somos todos culpados, pelo que também deveríamos ser "culpados" por tomar medidas para evitar esta questão podre do nosso futebol e do nosso desporto.

Árbtiros profissionais precisam-se, assim como de agentes desportivos capazes de lidar seriamente com este fenómeno que movimenta milhões de pessoas no nosso país.

Sejamos coerentes!